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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE JUNTO AOS PAIS DE BEBÊS EM UTI NEONATAL: ESTRATÉGIAS DE APOIO E AJUDA
Aurileide de Sousa Tavares 1 (leidetavares@uol.com.br) e Maria Veraci Oliveira Queiroz 1
(1. Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
A internação de um bebê em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) traz para a mãe e a família situações conflituosas gerando preocupação e sentimentos de insegurança, ansiedade e expectativas que precisam ser compartilhados com outras pessoas do mesmo grupo e com profissionais. Assim, a assistência à criança internada em UTI neonatal é complexa e vai além do cuidado técnico, abrangendo todo o suporte emocional que a família precisa. Torna-se fundamental uma reflexão teórica e prática das ações que permeiam a assistência à mãe e familiares de crianças internadas em unidade de terapia intensiva neonatal, com o intuito de contribuir no desenvolvimento de habilidades para agir, atendendo as dimensões destes seres no processo de viver e ser saudável. Tendo em vista esses pressupostos, a pesquisa tem como objetivos: identificar as caraterísticas pessoais e profissionais dos sujeitos investigados; descrever a percepção dos profissionais sobre a condição de ser mãe de um filho em uma UTI neonatal e descrever as estratégias de apoio e ajuda dos profissionais junto aos pais/famílias para o enfrentamento dos desafios advindos da doença da criança.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa que avança no campo descritivo e analítico, envolvendo a caracterização do perfil dos sujeitos, ações, pensamentos e situações do cotidiano para compreender a realidade contextualizada nas experiências dos profissionais. Configura-se, portanto, uma investigação com dados quantitativos e qualitativos. O campo de investigação foi o Centro de Neonatologia de um hospital terciário do Sistema Único de Saúde de referência à assistência materno-infantil em Fortaleza/Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram 11 profissionais de nível superior da equipe de atendimento da referida unidade. Os critérios de escolha foram: aceitação e disponibilidade para participar. Os dados preliminares foram coletados através da observação livre nesse ambiente, envolvendo momentos de interação dos profissionais com as mães e outros membros da família e durante as reuniões com o grupo de mães. Para aprofundamento e esclarecimento das questões investigadas, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, as quais foram gravadas e transcritas na íntegra. Em seguida, procuramos organizar e codificar os temas os quais foram agrupados em núcleos temáticos. Foram respeitados todos os aspectos éticos relacionados à instituição e aos sujeitos da pesquisa.
RESULTADOS:
Em relação à caracterização da equipe multiprofissional da unidade, os dados revelaram existir a predominância de profissionais do sexo feminino. Em relação à faixa etária, observamos que sobressai a faixa etária de 41 - 45 anos. Percebemos que a maioria dos profissionais trabalha há mais de dez anos em UTIN e que a maioria desses profissionais afirmou que o interesse em trabalhar na área foi próprio. Esta etapa serviu de base para entender parte do contexto da pesquisa, essencialmente em relação aos sujeitos atuantes na UTI neonatal. Dos resultados das entrevistas pudemos perceber, através dos discursos, que os profissionais mostraram-se bastante sensibilizados com a situação da mãe e certa preocupação em sempre manter as mães e os familiares dos bebês informados sobre as condições dos mesmos. Alguns percebem a importância da interação dos pais com o ambiente, com a equipe e com o bebê e afirmam que buscam contribuir através do acolhimento, no momento em que a mãe chega para conhecer a unidade. No entanto, esta atitude não é compartilhada por todos. Alguns profissionais não se dedicam a esses momentos tão oportunos para resguardar e proteger a saúde física e mental de todos os envolvidos com a sobrevivência do neonato. Foi relatada ainda a falta de um ambiente apropriado para a realização dos grupos de apoio, bem como, a necessidade de um acompanhamento pós-alta para o bebê e a sua família.
CONCLUSÕES:
Consideramos que os familiares dos bebês internados precisam compartilhar suas experiências, com o objetivo de facilitar a expressão de seus sentimentos e inquietudes, possibilitando o fornecimento de informações necessárias, pois dessa forma poderão colaborar positivamente com o tratamento de seus bebês. Da mesma forma, os profissionais de saúde precisam utilizar estratégias de apoio e ajuda visíveis no acompanhamento individual e nos grupos, como forma de superar o sofrimento das famílias e indiretamente contribuir na recuperação dos bebês.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  apoio e ajuda; pais; bebês em UTI.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005