|
||
F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração | ||
IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO DA SAÚDE EM HOSPITAIS: ENFOQUE GERENCIAL | ||
Taciana de Andrade Schuler 1 (schulertas@yahoo.com.br), Celso Luiz Pereira Rodrigues 2 e Cidalia de Lourdes de Moura Santos 3 | ||
(1. Acadêmica do Curso de Medicina - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba-UFPB; 2. Professor Doutor do Depto. de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba - UFPB; 3. Professora do Depto. de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba - UFPB) | ||
INTRODUÇÃO:
Os riscos de acidentes existem em todas as unidades de saúde. Porém, a biossegurança e melhores condições de trabalho muitas vezes são, ironicamente, esquecidas pelos próprios profissionais de saúde. Apesar de muitos hospitais colocarem à disposição as normas e técnicas de Biossegurança, os profissionais ainda se acidentam com substâncias e objetos de risco. Os acidentes e as doenças ocupacionais são indicadores de que existe insegurança nos locais de trabalho, provocada pelo controle ineficiente dos riscos químicos, físicos, ergonômicos, biológicos e de acidentes presentes no contexto laboral. Torna-se fundamental, portanto, que a administração de hospitais possua organismos voltados para a avaliação das situações dos riscos existentes, com o intuito de minimizar os danos causados por eles e proporcionar uma qualidade de trabalho satisfatória. Assim, é relevante o papel das chefias dos hospitais em gerenciar, supervisionar e incentivar a implementação de ações de preservação da saúde e prevenção de acidentes, identificando e corrigindo as possíveis situações de risco, as quais podem provocar acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Esta pesquisa pretendeu colaborar com este gerenciamento, através da identificação das ações que estão sendo executadas para a preservação da saúde nos hospitais da cidade de João Pessoa - PB. |
||
METODOLOGIA:
A amostra da pesquisa incluiu sete hospitais com número de leitos variável entre 20 (vinte) e 270 (duzentos e setenta), sendo três hospitais públicos, dois hospitais particulares e dois hospitais filantrópicos da cidade de João Pessoa - PB. Os instrumentos de pesquisa foram: a observação direta nos locais avaliados, através de visitas aos hospitais, e a aplicação de um questionário padronizado para a gerência dos hospitais constituintes do estudo para avaliação da existência das ações de prevenção. O questionário constituiu-se de questões acerca de programas, obrigatórios ou não, de preservação da saúde nos hospitais, através das quais foi traçado o perfil do nível de prevenção destes hospitais. Os dados obtidos foram dispostos em tabelas e em figuras para uma melhor visualização, a fim de serem analisados estatisticamente. Esses resultados puderam então ser interpretados e julgados como diagnóstico. |
||
RESULTADOS:
Todos os hospitais estudados possuíam, no mínimo, uma pessoa especializada em Administração Hospitalar ocupando cargos na Diretoria. Apenas 28,6% dos hospitais tinham um sistema de Gestão de Qualidade/Meio Ambiente. Os entrevistados que negaram a existência de SESMT em seus hospitais (28,6%) afirmaram ter médicos responsáveis pela saúde do trabalhador. A preocupação em ter programas de prevenção foi maior entre os hospitais filantrópicos e particulares. Apenas um dos hospitais da amostra possuía Programa de Controle Ergonômico. Todos os entrevistados afirmaram ter noções acerca das Normas Regulamentadoras sobre Segurança e Medicina do Trabalho, porém apenas 28,6% tinham algum conhecimento sobre o projeto da NR-32, a qual trata especificamente dos estabelecimentos de saúde. A notificação dos acidentes de trabalho por emissão da CAT foi observada em 71,4% dos hospitais. Os dois hospitais particulares (28,6%) não possuíam protocolos de conduta específicos para acidentes de trabalho. Dos hospitais analisados, 85,7% possuíam monitoramento para detalhar possíveis acidentes de trabalho e suas prováveis causas. Todos os hospitais disponibilizavam EPI e EPC para todos os funcionários. O trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde não foi considerado estressante por 57,1% dos entrevistados e este mesmo percentual citou ações de preservação da saúde dos funcionários, como exercícios laborais, apoio psicológico, grupos de humanização e repouso durante o expediente. |
||
CONCLUSÕES:
A preocupação com a saúde dos profissionais não cresce acompanhando as estatísticas de crescimento de seu contingente; é ainda muito restrita, já que muitos dos hospitais da amostra não tinham ações específicas para a preservação da saúde de seus funcionários. Apesar de conhecer as Normas Regulamentadoras sobre Segurança e Medicina do Trabalho, concluiu-se que os administradores dos hospitais não as utilizavam na prática. Treinamentos para a correta utilização de equipamentos de proteção, atividades de conscientização e educação continuadas devem ser feitas de uma maneira criativa e estimulante para despertarem nos trabalhadores a real importância da preservação de sua saúde no ambiente ocupacional. A fiscalização das rotinas dos funcionários também precisa ser mais efetiva, principalmente para os acidentes de trabalho facilmente evitáveis. Apesar de já estar sendo estudado por pesquisadores como um grupo altamente predisposto ao aparecimento de comportamento de exaustão e colapso, os profissionais da área de saúde não tiveram suas atividades consideradas como estressantes pela maioria dos entrevistados responsáveis pelos hospitais em análise nesta pesquisa e, por isso, não eram oferecidas medidas para minimizar o problema. Assim sendo, recomenda-se que a gerência dos hospitais avalie melhor os riscos aos quais os seus funcionários estão submetidos para que se amplie as ações de preservação da saúde e, por conseguinte, os pacientes sejam melhor atendidos. |
||
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq/UFPB | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Gestão hospitalar; Biossegurança; Trabalho hospitalar. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |