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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
PERFIL DE SENSIBILIDADE DO STAPHYLOCOCUS AUREUS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Isabella Rocha Aguiar 1 (bella_pet@yahoo.com.br), Mayenne Myrcea Quintino Pereira 1, Renata Pereira de Melo 1 e José Costa Matos Filho 2
(1. Universidade Federal do Ceará; 2. Instituto Doutor José Frota)
INTRODUÇÃO:
O centro de tratamento intensivo é uma unidade de alta complexidade que concentra pacientes de diversas especialidades, em estado crítico, que necessitam de assistência médica e de enfermagem contínuas. Em virtude de suas condições clínicas, esses pacientes demandam suporte contínuo de suas funções vitais, sendo submetidos a inúmeros procedimentos invasivos, os quais constituem importantes fatores de risco para a aquisição de infecção hospitalar, somando-se a isso os fatores intrínsecos ao paciente e fatores ambientais. Considera-se infecção hospitalar toda aquela adquirida após 48 horas da admissão do paciente no hospital e que se manifesta durante a internação ou após a alta do mesmo. As infecções hospitalares são as complicações mais freqüentes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), correspondendo a mais de 25% do total dessas infecções no hospital e, sua incidência tem aumentado nos últimos anos devido ao prolongamento da sobrevida de pacientes graves. Dentre os microorganismos mais predominantes na UTI, destaca-se: Enterobacter, Acinetobacter, Pseudomonas, como bactérias gram-negativas e Staphylococus aureus como gram-positivo. Este estudo teve como finalidade descrever o perfil de sensibilidade do Staphylococus aureus aos principais antibióticos utilizados na UTI, relatar o uso indiscriminado destes e identificar os principais sítios de infecção por esse microorganismo.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado no período de janeiro à março de 2005 em um hospital público terciário de emergência considerado referência estadual e regional no trauma, localizado na cidade de Fortaleza – Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram os pacientes que se encontravam internados nas quatro UTI’s da referida instituição durante o ano de 2004. Para a coleta dos dados, foram utilizadas todas as culturas solicitadas desses pacientes, totalizando 186, sendo que, como nem todas demonstravam se o microorganismo em estudo (Staphylococus aureus) era sensível ou resistente a todos os antibióticos testados, a proporção foi calculada de acordo com o total de culturas que demonstravam a sensibilidade para cada antibiótico. A análise foi feita mediante a ordenação e tabulação dos dados, os quais proporcionaram o perfil de sensibilidade do Staphylococus aureus aos principais antibióticos estudados (Ampicilina + Sulbactan, Amicacina, Gentamicina, Imipenem, Oxacilina, Vancomicina, Meropenem) e os sítios de infecção mais freqüentes.
RESULTADOS:
Desse modo, obtiveram-se os seguintes perfis de sensibilidade para cada antibiótico: Ampicilina + Sulbactan (27%), Oxacilina (30%), Imipenem (33%), Meropenem (40%), Gentamicina (40%), Amicacina (64%), Vancomicina (100%). Com relação aos sítios de infecção, os locais mais predominantes foram: sangue periférico (56,9%), secreção traqueobrônquica (11,8%), ponta do cateter (10,2%) e todos os outros locais possuem uma representatividade de apenas 20,9%.
CONCLUSÕES:
Observou-se que, dos antibióticos analisados, a maioria obteve um percentual de sensibilidade abaixo de 50%, exceto Amicacina e Vancomicina, mostrando que está ocorrendo um aumento da resistência do Staphylococus aureus aos principais antibióticos padronizados na UTI, o que demonstra o uso indiscriminado destes no tratamento do microorganismo. É fato de relevância fundamental que o perfil de sensibilidade do germe em estudo defina opções terapêuticas confiáveis com antibióticos; portanto, neste caso, o perfil de sensibilidade do Staphylococus aureus nos deixa com uma única opção terapêutica empírica segura, em paciente crítico: a vancomicina com 100% de sensibilidade, o que é a realidade da maioria dos hospitais públicos no Brasil. Além disso, concluiu-se também que o sangue periférico é o principal sítio de infecção colonizado pelo Staphylococus aureus, correspondendo a quase 60% das culturas analisadas, estando os outros sítios com uma menor incidência, o que está de acordo com a literatura publicada nesta área. É preciso, portanto, uma maior cautela por parte dos profissionais para garantir tanto a sua biossegurança como também a dos pacientes que se encontram em estado clínico debilitado e, um uso mais racional dos antibióticos, levando em consideração não apenas a cultura, mas também a própria condição clínica do paciente.
Palavras-chave:  Staphylococus aureus; perfil de sensibilidade; antibiótico.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005