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G. Ciências Humanas - 5. História - 9. História Social | ||
FORTALEZA DA PELOTA: DO FOOT-BALL HIGH-SOCIETY AO FUTEBOL PROLETÁRIO (1904 - 1934) | ||
Rodrigo Márcio Souza Pinto 1 (rodrigo.futebol@terra.com.br) | ||
(1. Depto. de História, Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O trabalho seguinte é referente à pesquisa e monografia defendida na conclusão do curso de bacharelado em História da UFC. Análise do processo de popularização do futebol na cidade de Fortaleza, o trabalho observa as alterações sofridas pelo esporte a partir da sua chegada na sociedade local como prática elitista, até sua aceitação e praxe no cotidiano das camadas menos abastadas, como também no interior do meio operário. Dessa forma tentei construir a História Social do Futebol na cidade de Fortaleza, a partir da análise das relações entre os citadinos e a prática deste esporte. A monografia pretendeu também descobrir como o futebol se inseriu dentro da vida cotidiana da cidade de Fortaleza, bem como o que levou à formação dos clubes e times e à construção de um espaço de lazer e de organização da classe em que atletas e observadores passaram a conviver As três primeiras décadas do século XX foram palco para as mudanças sociais que determinaram, também em Fortaleza, a difusão do esporte mais popular do país, capaz de carregar multidões a estádios, como também de causar conflitos entre grupos rivais e torcedores de times diferentes. A análise proposta tentou perceber como se deu o processo de popularização do esporte bretão em Fortaleza, considerando o conflito social como um dos motivadores da identificação entre torcedores e times, sobretudo no que se refere à ligação entre os trabalhadores e os times que surgiram no seu meio ou se relacionavam com ele. |
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METODOLOGIA:
O trabalho seguinte é referente à pesquisa e monografia defendida na conclusão do curso de bacharelado em História da UFC. Análise do processo de popularização do futebol na cidade de Fortaleza, o trabalho observa as alterações sofridas pelo esporte a partir da sua chegada na sociedade local como prática elitista, até sua aceitação e praxe no cotidiano das camadas menos abastadas, como também no interior do meio operário. Dessa forma tentei construir a História Social do Futebol na cidade de Fortaleza, a partir da análise das relações entre os citadinos e a prática deste esporte. A monografia pretendeu também descobrir como o futebol se inseriu dentro da vida cotidiana da cidade de Fortaleza, bem como o que levou à formação dos clubes e times e à construção de um espaço de lazer e de organização da classe em que atletas e observadores passaram a conviver As três primeiras décadas do século XX foram palco para as mudanças sociais que determinaram, também em Fortaleza, a difusão do esporte mais popular do país, capaz de carregar multidões a estádios, como também de causar conflitos entre grupos rivais e torcedores de times diferentes. A análise proposta tentou perceber como se deu o processo de popularização do esporte bretão em Fortaleza, considerando o conflito social como um dos motivadores da identificação entre torcedores e times, sobretudo no que se refere à ligação entre os trabalhadores e os times que surgiram no seu meio ou se relacionavam com ele. |
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RESULTADOS:
Pude perceber que o Futebol na cidade de Fortaleza sofreu uma mudança relevante dentro da construção social dos citadinos, no momento em que o esporte de uma prática genuinamente elitista passou a fazer parte de uma cultura popular e de uma cultura de classe. É importante salientar que, ao observar a formação dos clubes e da liga, pude identificar um processo de transformação do mundo do futebol que inicia com o momento em que as agremiações faziam parte exclusivamente de um contexto elitista. Porém, gradualmente, enquanto os espaços públicos e os campos de periferia e dos bairros populares passaram a aglomerar mais jogadores que não faziam parte daquele grupo restrito, o futebol se transforma numa prática lúdica, mas ao mesmo tempo organizativa, entre os trabalhadores. Tentei perceber como esse esporte moldou o comportamento através de uma moda esportiva. Identifiquei o surgimento das primeiras casas especializadas de material esportivo, como também a preocupação do Estado Nacional pelo esporte, que cria uma lei para facilitar a importação desses materiais esportivos, vindos da Europa. Por último, termino analisando a formação do emblemático time proletário de Fortaleza, o Ferroviário, que levaria definitivamente o futebol até então amador e disposto a ser apenas um aspecto da sociabilidade da elite local a um processo de profissionalização e associação do esporte aos grupos sociais empobrecidos. Ao longo dos anos trinta, o futebol chegava à sua popularização em Fortaleza. |
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CONCLUSÕES:
O que definiu a mudança do foot-ball high-society para o futebol popular é reflexo da inserção de membros de outros grupos sociais que não aqueles da elite que representavam a idéia de um mito-fundador. A paixão nascente pela pelota fomentou a prática pelas ruas e praças da cidade, favorecendo a popularização do Futebol. A prática do futebol se populariza antes e paralelamente à profissionalização, uma vez que se junta, na apropriação de uma prática elitista pelos trabalhadores, além do prazer do jogo, a utilização do time de futebol como uma das diferentes formas organizativas, associativas e de sociabilidade dos trabalhadores Definitivamente, o futebol inaugurado no início do século XX na cidade de Fortaleza, estava perdendo seus valores elitistas para o processo de anexação da jogatina na vida cotidiana das classes populares. O que podemos observar ao perceber a fundação do Ferroviário como um time que representava os trabalhadores. O trabalho é elucidativo da questão da formação social do esporte na cidade de Fortaleza e tenta compreender como os citadinos se relacionaram com esta nova prática social do futebol, analisando em particular o processo de popularização deste esporte em Fortaleza e sua importância nas práticas associativas e de lazer dos trabalhadores da cidade. |
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Palavras-chave: Futebol em Fortaleza; História Social do Trabalho; Cultura Popular e Cultura de Classe. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |