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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
QUÍMICA SEM FRONTEIRAS: UMA PROPOSTA INOVADORA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E QUÍMICA. | ||
Elissandra Vieira de Vasconcelos 1 (fellipe@ffpnm.upe.br), Roberta Ribeiro de Arruda 1, Carlos Fellipe Guerra Corrêa de Oliveira 1, Flamarion Borges Diniz 2 e Lêda Cristina da Silva 1 | ||
(1. Fac. de Form. de Prof. de Nazaré da Mata, Univ. de Pernambuco - FFPNM/UPE; 2. Depto. Química Fundamental, Univ. Federal de Pernambuco - DQF/UFPE) | ||
INTRODUÇÃO:
O Projeto Química sem Fronteiras é um trabalho de pesquisa e extensão, que propõe uma nova metodologia na área de ensino das Ciências, em especial Química, do ensino fundamental e médio. Como nestas disciplinas os conceitos geralmente são muito abstratos, eles são trabalhados juntamente com experimentos de baixo custo, possibilitando trazer para a realidade do aluno algo visto só no imaginário e fazer com que os conceitos abordados fiquem ainda mais claros. As escolas públicas são o alvo principal do projeto, por terem um papel importante para a população, principalmente de baixa renda. Em Nazaré da Mata, cidade sede da FFPNM, se trabalha com três escolas, Escola de Aplicação Professor Chaves da FFPNM, Escola Maciel Monteiro e Escola Dom Vieira. Através da elaboração de um acervo de aulas baseadas em temas de relevância no cotidiano para utilização em sala de aula, busca-se contribuir na melhoria do ensino e aprendizado das Ciências, principalmente Química, como também, capacitar os licenciandos integrantes do projeto na prática de ensino. |
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METODOLOGIA:
O projeto está dividido em duas etapas: a primeira consiste em pesquisar e adequar temas de Química para a elaboração de aulas, e a segunda em levar as aulas construídas para as escolas. Na fase de pesquisa o primeiro passo é escolher um tema, pesquisá-lo em bibliografias e montar experimentos associados ao mesmo para facilitar sua compreensão. Os experimentos são montados de acordo com uma das propostas do projeto que é trabalhar com material de baixo custo e de fácil acesso tanto para o aluno quanto para o professor. Cada tema escolhido é dividido em tópicos de acordo os conceitos a serem abordados. Na estruturação da aula existe a preocupação de utilizar uma abordagem didática que esteja de acordo com a realidade social e com o nível de conhecimento dos alunos, e na montagem dos experimentos dá-se prioridade a visualização em sala de aula e a possibilidade de o aluno executar os experimentos em casa. Concluída esta fase, monta-se o material didático a ser disponibilizado aos professores, e executa-se a segunda etapa de trabalho, que consiste em levar a sala de aula o que foi desenvolvido na etapa anterior. Logo após o termino da aula, é aplicado um questionário investigativo no qual é avaliado o rendimento da aula e do aluno, quanto à impressão da aula e à compreensão do conteúdo. |
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RESULTADOS:
Cinco aulas foram desenvolvidas com os seguintes temas: Sabões e detergentes, Soluções, Alimentos, Estrutura da matéria e Polímeros. Através da realização das aulas, nas quais se trabalha a teoria aliada a experimentos, é possível fazer o aluno perceber conceitos de natureza abstrata de forma simples e clara. Por exemplo, no tema Estrutura da matéria, os alunos comprovaram que a matéria possui carga com a realização de experimentos simples de eletrização. Como nos experimentos são utilizados materiais de baixo custo e do cotidiano, todos os alunos responderam no questionário investigativo que pelo menos um dos tópicos tinha experimentos possíveis de executar em casa, inclusive cerca de 20% do total afirmaram que seria possível executar os experimentos de dois ou mais tópicos. Após 5 temas trabalhados, observa-se que nem tudo que é mais claro e que os alunos mais gostam é mais facilmente assimilado ou compreendido. Este fato foi evidenciado após a analise do questionário em dois temas, nos quais um tópico de cada tema foi escolhido maciçamente como o melhor nas questões sobre impressão da aula, mas, por outro lado obtiveram índices baixos de acerto nas questões de conteúdo. Isso demonstra a importância de um instrumento avaliativo simples e rápido pelo professor para saber se os alunos atingiram os objetivos de sua aula. O projeto também capacita os licenciandos na pratica de ensino, em especial em Química, como também na construção e desenvolvimento de uma aula diferenciada. |
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CONCLUSÕES:
Através das aulas que já foram trabalhadas nas escolas, foi possível perceber o quanto inovações estimulam e motivam os alunos a participarem da aula, despertando o interesse, a crítica, a criatividade e a curiosidade deles, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos de concretização de conceitos abstratos e reprodutibilidade dos experimentos foram alcançados de acordo com os resultados obtidos. Com a utilização do questionário investigativo é possível avaliar as melhorias necessárias em uma aula de modo simples e rápido, podendo ser adotado por qualquer professor na sua prática pedagógica. Ele produz resultados sobre a impressão qualitativa da aula e sobre o conteúdo abordado. O projeto também possibilita aos licenciandos praticarem a construção e desenvolvimento de uma aula diferenciada, fato este muitas vezes esquecido na prática pedagógica. Desta forma, ocorre uma fundamentação dos conceitos segundo a teoria de Ausubel que propõe a aprendizagem significativa como um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Um manual contendo todas as informações necessárias à execução das aulas foi produzido a partir dos temas trabalhados, podendo ser disponibilizado para todos os professores interessados como forma de inovações pedagógicas em suas aulas. |
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Instituição de fomento: PRODINE/UPE, FFPNM/UPE. | ||
Palavras-chave: Ensino Fundamental e Médio; Cotidiano; Experimentos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |