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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 7. Economia Regional e Urbana | ||
EXPORTAÇÕES E CRESCIMENTO: UMA ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PARA O NORDESTE | ||
Lívia de Cerqueira Angelo 1 (liviaangelo@hotmail.com), Lícia de Cerqueira Angelo 1 e Agnaldo Gomes da Silva 1 | ||
(1. Depto. de Economia, Universidade Federal de Alagoas - UFAL) | ||
INTRODUÇÃO:
Segundo a teoria macroeconômica as exportações e as importações têm grande influência no crescimento das economias. Pois de acordo com o modelo keynesiano básico de determinação da renda as exportações tendem a elevar o PIB pelo multiplicador dos gastos vezes o volume exportado, significando uma injeção de recursos na economia; já as importações tendem a reduzir o produto basicamente, pelo mesmo motivo. Já no modelo mais completo (sistema IS-LM), as funções exportações e importações podem ser expressas basicamente, da seguinte forma: X = f(Y*,θ); M = f(Y, θ), onde X = Exportações; M = Importações, Y* e Y = rendas(PIB) externa e interna, respectivamente, e θ = Taxa de câmbio real. Ainda assim, as implicações das exportações e das importações no PIB teriam os efeitos esperados descritos acima. Autores como Thirlwall e McCombie mostram que há uma estreita relação da taxa de crescimento dos países com a razão entre as taxas de crescimento das suas exportações e as elasticidades-renda das importações, contrapondo a teoria neoclássica onde a taxa de crescimento dos países é explicada pelo crescimento da oferta dos fatores e da produtividade. Este trabalho busca comprovar estas afirmações para a economia nordestina, analisando, para isso, o comportamento das exportações e importações em relação ao crescimento do PIB. |
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METODOLOGIA:
A análise é baseada em dados de exportações, importações e PIB. O centro da análise é a comparação entre a evolução das exportações nordestinas– não apenas em termos de quantitativo físico ou financeiro, como também, em termos de mudança de pauta, com a evolução do PIB do Nordeste, de forma a tentar identificar e quantificar o peso que o comércio exterior tem sobre o crescimento do produto. O trabalho se utiliza das séries para o PIB, exportações e importações nordestinas em dólares, no período 1965-2002, cujas fontes são SECEX, IBGE, MDIC e SUDENE, para o PIB; Boletins do Banco Central do Brasil, SECEX e SUDENE, empresas exportadoras, e demais órgãos representativos dos setores exportadores e importadores, para as exportações do Nordeste. Dado que as séries estão em dólares correntes, utiliza-se como índice para torná-las reais, WPI(Whole-Sale Price Index) americano. |
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RESULTADOS:
Apesar do estágio intermediário em que se encontra a pesquisa, alguns resultados do trabalho já podem ser apresentados. De um modo geral observou-se que o PIB nordestino apresentou oscilações durante o período analisado, 1965 a 2002, ao mesmo tempo em que seu comércio exterior mostrou duas características distintas no período: de 1965 a 1995 as exportações estiveram sempre acima das importações, implicando em saldo positivo, o que leva diretamente, à expansão da renda; porém, no período de 1996 a 2002, período pós Plano Real, a balança comercial nordestina foi deficitária. É claro que este último aspecto implica em perda de dinamismo da renda, pois o fluxo de pagamentos externos foi maior do que o de recebimentos, ou seja, houve vazamento de renda para o exterior . Na verdade, apesar do desempenho no primeiro período descrito acima, a performance do Nordeste em seu comércio exterior não foi tão significativa assim em todo o período de análise, de forma que o Nordeste manteve a característica de economia fechada, ou seja, seu coeficiente de abertura era, em 1965, 8,08%, chegou a 13,63% em 1975, caiu para 5,77% em 1990 e foi a 14,99% em 2002. |
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CONCLUSÕES:
Mesmo levando-se em conta que os estudos ainda estão sendo desenvolvidos, alguns resultados definitivos com relação ao PIB e o comércio exterior foram conseguidos. No período de 1980 a 2002, por exemplo, o Nordeste cresceu, em dólares reais, 1,43% ao ano(média geométrica) e, nos últimos anos, seu crescimento, segundo o IBGE, tem sido maior do que o do Brasil. Pelos resultados apresentados acima, vê-se que de 1990 a 2002, aumentou significativamente o volume de comércio exterior que, apesar de ter apresentado saldo negativo, é importante dentro da estrutura setorial produtiva nordestina. No modelo macroeconômico completo, o efeito disso sobre a renda vai depender do multiplicador do comércio exterior(Horrod, 1993; Keynes, 1936). Espera-se, portanto, que com o andamento da pesquisa, novos resultados possam ser conseguidos. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Crescimento; Relação entre Exportações, Importações e; Economia do Nordeste /Economia Regional. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |