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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos | ||
A GEOGRAFIA CRÍTICA NAS SALAS DE AULA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA | ||
Sara Barros Oliveira 1 (sarapuff@bol.com.br) e Patricia Kecianne Costa Ribeiro 1 | ||
(1. Universidade Federal do Maranhão - UFMA) | ||
INTRODUÇÃO:
No atual contexto histórico a educação aparece indispensável para participação digna de homens e mulheres em sociedade. Logo a escola destaca-se como instituição privilegiada para promoção da inclusão social onde todos deverão se sentir contemplados nas suas expectativas. Nessa perspectiva, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta-se como uma possibilidade de inclusão ao sistema de ensino. As propostas curriculares e as práticas de ensino respaldam-se em referenciais emancipatórios voltados para a valorização dos sujeitos como seres singulares e construtores de seus conhecimentos. Desse modo, as disciplinas ministradas devem responder às necessidades do público da EJA, estando entre elas, a Geografia que concebida numa perspectiva crítica deve estar voltada para a compreensão das relações do contexto geográfico visando à formação de sujeitos capazes de conhecer, refletir e agir sobre a sua realidade, tornando-se assim um importante instrumento para consecução do que é proposto pela EJA. A pesquisa teve como objetivo analisar como a Geografia tem sido ministrada nas salas de aula da EJA, percebendo os traços da Geografia Crítica e da Geografia Tradicional. Entende-se como relevante a realização e exposição da pesquisa, pelo contato com a realidade educacional, contribuição para a melhoria da mesma e divulgação dos resultados obtidos com a realização do presente estudo. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa respaldou-se em momentos que se fizeram primordiais na realização da mesma. Primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico de leituras que estivessem ligadas com a temática proposta pela pesquisa; aqui encontramos contribuições acerca da Geografia Crítica e da sua abrangente concepção de ensino, que vem contrapor-se a Geografia Tradicional, percebida como neutra e apontar para a necessidade de um novo ensino. Em seguida, iniciou-se o processo de escolha das instituições da rede pública de ensino que oferecessem a modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos (EJA). Feito a escolha das instituições, iniciou-se a pesquisa de campo, sendo realizadas entrevistas com 20 alunos (as), aplicação de questionários com 10 professores (as) e observações nas salas de aula; com as entrevistas e questionários tivemos a pretensão de obter respostas de questões que estavam relacionadas com objetivo da pesquisa, dentre elas: conhecimento prévio dos (as) alunos (as), mecanismos de motivação e recursos didáticos utilizados em sala de aula, abordagem da realidade maranhense e finalmente o entendimento do que seja Geografia Crítica por parte dos (as) professores (as). Feita a coleta de dados, iniciou-se o processo de análises dos mesmos, o que nos capacitou a visualizar os resultados da pesquisa e conseqüentemente elaborar as conclusões acerca da mesma. |
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RESULTADOS:
Com análise dos dados coletados, obtidos por meios de entrevistas, questionários e observações constatou-se que, em relação aos conhecimentos prévios esses são valorizados nas aulas da EJA, na medida em que se tornam indispensáveis para uma aprendizagem significativa e uma prática contextualizada; quanto aos mecanismos de motivação percebemos que são utilizados, pois se tornam necessários para permanência dos (as) educados (as) em sala de aula; em se tratando dos recursos didáticos, identificamos que são instrumentos para auxiliar no processo ensino-aprendizagem; em relação à realidade maranhense, esta é contemplada nas aulas, pois amplia a noção de espaço dos (as) alunos (as) e quanto à Geografia Crítica observamos que o conhecimento acerca desta ainda é tímido, contudo percebemos a busca por uma abordagem diferenciada da Geografia Tradicional, que na sua essência não faz uma leitura do real, primando pela neutralidade, o que não condiz com as expectativas do público da EJA. |
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CONCLUSÕES:
Com a realização da pesquisa concluímos que, ainda não há um conhecimento teórico tão aprofundado por parte dos (as) educadores (as) do que seja a Geografia Crítica, que em seus pressupostos básicos prima pela criticidade - leitura do real - e engajamento - compromisso com a justiça social, desigualdades e disparidades regionais. Contudo, as práticas buscam uma abordagem diferenciada da Geografia Tradicional, que não faz referências à realidade, omitindo as tensões e as contradições das relações de poder e dominação. Entendemos que tais iniciativas são relevantes, na medida em que buscam uma prática de fato comprometida com as particularidades da Educação de Jovens e Adultos. |
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Palavras-chave: Geografia Crítica; Educação de Jovens e Adultos; Valorização. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |