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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 5. Gestão de Pessoas
INTEGRAÇÃO EM EMPRESAS JUNIORES: UM ESTUDO DE CASO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
Maria Auxiliadora Diniz de Sá 1 (madinizdesa@openline.com.br), Rodrigo Cesar Reis de Oliveira 1 e José Bezerra Honório 1
(1. Depto. de Administração, Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
INTRODUÇÃO:
Em um ambiente econômico cada vez mais competitivo, os recursos humanos e suas dimensões crescem em relevância e tornam-se essenciais para as organizações que buscam meios para melhorar os seus desempenhos. Uma noção ainda pouco valorizada e que muito contribui para esse fim é a integração de pessoal. Ela representa uma via importante para o desenvolvimento de organizações, na medida em que, de um lado, favorece as relações interpessoais e aproxima os membros envolvidos; de outro, contribui para estimular o comprometimento do pessoal com suas tarefas, uma vez que isto se dá tanto mais quando as pessoas desenvolvem sentimentos de companheirismo, solidariedade e confiança (SÁ e LEMOINE, 1999). Nesta pesquisa os autores tentam mostrar os efeitos da integração dos membros em três Empresas Juniores (EJ’s) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sobre as relações interpessoais e o desenvolvimento de atividades e funções dessas Empresas. Finalmente, este trabalho torna-se relevante por abordar não somente temas ainda pouco explorados nas áreas de Organizações e Recursos Humanos, tais como: integração e relacionamento interpessoal (cf. Sá et al., 2004), mas principalmente por apresentar aspectos relacionados às Empresas Juniores, Instituições tão importantes para a formação de futuros profissionais, no Brasil.
METODOLOGIA:
A metodologia utilizada neste trabalho configura-se como qualitativa, de caráter exploratório-descritvo. Ela aborda a percepção de participantes, membros de EJ’s, em relação aos processos de integração nessas Empresas. Esta pesquisa foi efetuada em três EJ’s situadas na UFPB. Elas são Associações Civis com fins não econômicos, são formadas por graduandos, orientados por professores e prestam serviços de consultoria e assessoria a empresas diversas, bem como elaboram projetos; todas essas atividades promovem um intercâmbio entre teoria e prática em várias áreas do conhecimento. As universidades são o celeiro dessas Empresas que em sua maioria são estruturadas em equipes e redes, pertencendo às respectivas Federações Estaduais e integradas nacionalmente pela Confederação Nacional (Brasil Júnior), formando assim o Movimento Júnior Brasileiro (cerca de 20000 empresários e 600 empresas). Nas três EJ’s estudadas foram feitas inicialmente observações prévias e entrevistas informais para conhecimento de suas estruturas e funcionamento. Posteriormente foram aplicados questionários com perguntas abertas sobre o processo de integração entre os membros, enfocando as seguintes questões principais: a importância da integração para os participantes e seus efeitos sobre as relações interpessoais, seus desempenhos e as atividades da empresa. Nas três EJ’s pesquisadas conseguiram-se altos índices de participação, sendo estes: 98% (Arquitetura); 80% (Engenharia Mecânica) e 62% (Administração).
RESULTADOS:
As percepções dos entrevistados indicam a importância da integração para resolver aspectos tidos como críticos nos ambientes organizacionais, como por exemplo, o processo de comunicação e a fluidez das atividades. Tais aspectos são facilitados de acordo com as respostas, principalmente pela informalidade, maior conhecimento entre os membros e liberdade nas relações interpessoais. Também se identificaram ganhos nos processos de compartilhamento do conhecimento, principalmente daquele do tipo tácito, o qual pode ser bastante facilitado pelos processos vivenciais inerentes às práticas de integração. Da mesma forma, os relatos demonstraram que a maior aproximação e interação entre os membros possibilita a troca de informações, experiências e idéias. Percebeu-se ainda o fortalecimento de laços de amizade e maior aproximação entre eles, fazendo com que se conhecessem melhor, criando um ambiente de simplicidade e informalidade, no qual as relações interpessoais possam ser bem desenvolvidas, impulsionando assim o processo de comprometimento com os trabalhos. Nota-se também maior facilidade para a expressão de idéias e opiniões, fortalecendo os grupos. Finalmente, constata-se a tendência para o fortalecimento dos grupos, não somente no ambiente interno dessas empresas, mas principalmente fora do ambiente de trabalho. A importância desses aspectos é ratificada por Sá et al. (2004) como fundamental para o desenvolvimento das relações interpessoais, do comprometimento e das organizações.
CONCLUSÕES:
Embora a integração de pessoal seja um aspecto relevante, inclusive reconhecido para melhorar a performance de organizações, ainda é um tema pouco discutido e praticado em ambientes tanto empresariais, quanto acadêmicos. Entretanto, através deste trabalho de pesquisa constatou-se que essa função da Administração de Recursos Humanos é um instrumento de grande valor não somente para promover o relacionamento interpessoal e o comprometimento de membros de uma organização, mas sobre tudo, capaz de contribuir para o desenvolvimento dessa última. Notou-se que quanto mais os membros das empresas estudadas ficavam juntos, aumentava a intimidade entre eles, os sentimentos de camaradagem, solidariedade e confiança. Exatamente esses mesmos sentimentos que são responsáveis por aumentar o comprometimento com suas tarefas e com as EJ’s; comportamento este que contribui diretamente para o alcance de metas e objetivos dessas organizações. Esses resultados mostram o fato de que os empresários juniores encontram nessas empresas, através de processos integrativos, uma referência cultural importante para eles: o trabalho coletivo.
Palavras-chave:  Integração; Empresas Juniores; Relações Interpessoais.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005