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E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 4. Patologia Animal
AVALIAÇÃO DA INTERFERÊNCIA DO VÍRUS VACINAL DA INFECÇÃO DA BURSA DE FABRICIUS SOBRE A PRODUÇÃO DE ANTICORPOS CONTRA AS DOENÇAS DE NEWCASTLE E BRONQUITE INFECCIOSA EM FRANGOS DE CORTE.
Adonai Aragão de Siqueira 1 (adonaiaragao@yahoo.com.br), Márcia Helena Niza Ramalho Sobral 1, Rosa Patrícia Ramos Salles 1, Walber Feijó de Oliveira 1, Josué Moura Romão 1, Régis Siqueira de Castro Teixeira 1, Suiany Rodrigues Câmara 1, Francisco Ives Tavares Pereira 1, George Cândido Nogueira 1 e William Maciel Cardoso 1
(1. Laboratório de Estudos Ornitológicos / Faculdade de Veterinária-FAVET / Universidade Estadual do Ceará-UECE)
INTRODUÇÃO:
A avicultura industrial de corte é a atividade pecuária de ciclo de produção mais rápido e cada dia os índices zootécnicos são melhorados em virtude dos avanços na nutrição, genética e sanidade. Entretanto a intensidade de produção dificulta a manutenção de uma boa qualidade sanitária nas aves, uma vez que esta é acompanhada do aumento na incidência de enfermidades na avicultura. No controle das doenças muitos procedimentos podem ser implantados como tratamentos com antimicrobianos, medidas de biossegurança e as imunizações artificiais que são empregadas principalmente para enfermidades víricas. Dentre as doenças virais, destacam-se a Bronquite Infecciosa (BI), Doença de Newcastle (DN), que são doenças respiratórias e a Infecção da Bursa de Fabricius (IBF) que é uma doença imunodepressora. Esta última, é altamente infecciosa em galinhas jovens e caracteriza-se pela destruição dos órgãos linfóides, especialmente a Bursa de Fabricius, onde ocorre a formação e a diferenciação de linfócitos B nas aves. É uma prática comum a realização de imunizações simultâneas através das vacinas polivalentes, uma vez que diminui o estresse causado pelas operações de vacinações. Este trabalho tem como objetivo avaliar a interferência do vírus vacinal da Infecção da Bursa de Fabricius sobre a produção de anticorpos contra as doenças de Newcastle e Bronquite Infecciosa, em frangos de corte, através do uso de programas vacinais com vacinas polivalentes.
METODOLOGIA:
Foram utilizados 720 pintos de frango de corte de um dia de idade, que não receberam vacinação prévia no incubatório. As aves foram alojadas em galpões no Setor de Avicultura da Universidade Estadual do Ceará, sob condições comerciais, com uso de manejo adequado e suprimento de água e ração ad libitum. .Estas foram divididas em nove grupos experimentais com 80 aves cada. Cada grupo recebeu um programa vacinal específico: (T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9). Os tratamentos consistiram no uso de diversas combinações das vacinas contra o vírus da Bronquite Infecciosa (VBI), o vírus da doença de Newcastle (VDN) e o vírus da infecção da Bursa de Fabricius (VIBF), que foram utilizadas em diversas combinações de dias que foram 1o, 8o e 16o dia de idade das aves. A vacinação foi realizada pela via ocular. Os grupos foram submetidos à coleta de sangue aos 35 e 45 dias de idade. As análises do soro foram realizadas pelo teste de HI para DNC e ELISA indireto para BI e IBF. Na análise estatística dos testes de ELISA e HI utilizou-se o programa estatístico SAS. Os resultados dos títulos de anticorpos foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste ‘t’ de student com nível de significância de 5%.
RESULTADOS:
Os grupos T1, T2 e T3 funcionaram como grupos de comparação, pois estes receberam vacinação contra apenas um vírus e foram respectivamente: VBI, VDN e VIBF apresentando títulos de anticorpos padrão para proteção vacinal. O grupo T4 recebeu vacina de VDN + VBI no 8o dia e verificou-se em comparação com T2 uma menor produção de anticorpos contra VDN, promovida pela interferência negativa do VBI sobre a resposta vacinal contra o VDN. Os grupos T5, T6 e T7 receberam diferentes programas de vacinação, mas com somente uma vacina contra VIBF apresentando títulos de anticorpos contra VDN similares, entretanto inferiores aos do grupo T8 e T9 que receberam mais vacinas contra VIBF, respectivamente 2 e 3. Verificou-se que o uso da vacina contra VIBF pode diminuir a interferência do VBI sobre a resposta imune contra VDN, e quanto mais se aumenta o número de vacinas contra VIBF, menor é esta interferência, aumentando assim os títulos de anticorpos contra o VDN. Foi observado também que a vacina contra VIBF não promove alterações significativas sobre a resposta imune contra o VBI.
CONCLUSÕES:
Podemos concluir que é recomendável o uso de programas vacinais que utilizam vacinações polivalentes que incluam a vacina VIBF, uma vez que este além de proteger contra a infecção da Bursa de Fabricius ainda promove a diminuição da interferência prejudicial do VBI sobre a resposta imune contra o VDN.
Palavras-chave:  Infecção da Bursa de Fabricius; interferência vacinal; frango de corte.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005