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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E PERFIL OBSTRUTIVO DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO PULMONAR EM FASE DE INTERNAMENTO
Simone dos Santos Maciel 1 (simonemaciel26@hotmail.com), Paula Teles Vasconcelos 1, Bethânia Medeiros Lopes 1, Élida Costa Ramalho 1 e Paloma Fragoso Dornelas de Morais 1
(1. Depto. de Fisioterapia, Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
INTRODUÇÃO:
As Disfunções Pulmonares podem ocorrer nos processos patológicos e nas intervenções cirúrgicas e traumáticas. A DPOC se refere a uma condição patológica caracterizada pela presença de obstrução do fluxo aéreo resultante de bronquite crônica ou do enfisema. O teste mais simples de avaliação da função pulmonar é uma expiração forçada, que é o volume de gás exalado em um segundo a partir da capacidade pulmonar total, a qual é afetada pela resistência das vias aéreas, diminuição da elasticidade torácica e força dos músculos expiratórios, e a monitorização do pico de fluxo expiratório (PFE) é feita através do Peak Flow Meter. A medida das pressões respiratórias máximas, manovacuometria, geradas durante esforços de inspiração (PImáx) e expiração (PEmáx) máximas, representa um procedimento de utilidade para a avaliação da força dos músculos respiratórios. A pesquisa objetiva quantificar e comparar os índices de obstrução das vias aéreas e da atividade da musculatura respiratória em pacientes adultos, conscientes, com disfunção pulmonar em fase de internamento com ou sem intervenção fisioterapêutica e verificar a sua evolução clínica.
METODOLOGIA:
A amostra estudada, é composta de 69 pacientes, maiores de 21 anos e lúcidos. Destes, 50 com intervenção fisioterapêutica (CIF) e 19 sem intervenção fisioterapêutica (SIF). A população do estudo envolveu pacientes com diagnóstico confirmado de pneumopatia, internos na clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley na cidade de João Pessoa/PB. O projeto foi desenvolvido em 4 fases: A primeira foi desenvolvida através da aplicação diária do protocolo de avaliação em todos os pacientes com disfunção respiratória, e que estivessem sendo submetidos à fisioterapia. Na segunda realizou-se a análise dos protocolos dos pacientes submetidos à fisioterapia, fazendo o cálculo da média, desvio e erro padrão dos parâmetros analisados (freqüência respiratória, freqüência cardíaca, pressão arterial média, fluxo expiratório forçado no primeiro segundo (FEF1), PImax e PEmax e a porcentagem dos parâmetros (padrão respiratório, tosse, expectoração e ausculta) de cada paciente. A terceira fase foi o cálculo da média das médias, desvio e erro padrão dos parâmetros. A quarta fase consistiu na comparação dos dados entre os pacientes com e sem intervenção fisioterapêutica (grupo controle). Para a análise dos dados, foram utilizados a planilha eletrônica e o pacote estatístico do SPSS. Foram consideradas as recomendações contempladas na resolução 196 no que diz respeito ao consentimento livre e esclarecido dos participantes da investigação.
RESULTADOS:
As patologias mais encontradas foram, DPOC (33%), Derrame Pleural (23%) e Tuberculose (17%). No grupo CIF, tem-se DPOC (100%), Derrame Pleural (81%) e de Tuberculose (50%). No grupo SIF tem-se DPOC (0%), Derrame Pleural (19%) e Tuberculose (50%). Em relação ao padrão respiratório, nos pacientes CIF encontramos padrão respiratório misto (96%), padrão costal (38%) e padrão diafragmático (20%). Nos SIF, encontramos padrão respiratório diafragmático (79%), padrão misto (21%) e padrão costal (0%). Nos pacientes CIF tem-se tosse produtiva (87%), improdutiva (26%) e ausência de tosse (44%). Nos pacientes SIF houve ausência de tosse em 43%, tosse improdutiva (31%) e produtiva (26%). Murmúrio vesicular normal em 38% CIF, contra 4% SIF; diminuído em 98% CIF e 94% SIF; e aumentado nos SIF (3%). Analisando o PFEinicial e PFEfinal, por patologia encontrada, nos pacientes com DPOC, houve um aumento de 133% (p=0.001). Com Derrame Pleural CIF houve um aumento de 30% (p=0,05), e nos SIF um aumento de 64% (p=0,13). Com Tuberculose CIF houve um aumento de 28% (p=0,3) e nos pacientes SIF um aumento de 49% (p=0,05). A média da PImáx e PEmáx nas fases inicial, média e final, nos pacientes CIF teve uma redução de 8% (p=0,4) e nos SIF um aumento de 54% (p=0,0005) da PImáx. Já na PEmax, nos pacientes CIF, houve uma redução de 16% (p=0,3) e nos SIF um aumento de 87% (p=0,001).
CONCLUSÕES:
Os resultados sugerem que, de acordo com o PFE, em ambos grupos, CIF e SIF, houve uma evolução satisfatória, indicando uma diminuição na resistência e grau de obstrução das vias aéreas. Porém nos pacientes CIF desde o início apresentaram-se mais debilitados quando comparados com o grupo SIF. Isso pode ser indicado pelo maior número de pacientes com DPOC, além das características de obstrução de vias aéreas. Percebe-se também, redução nas pressões inspiratórias e expiratórias dos pacientes CIF, porém sem significância estatística. No entanto, em relação aos pacientes SIF este aumento foi significativo. Portanto, sugerindo um efeito inverso sobre a força da musculatura respiratória, sendo possivelmente justificado, pelo elevado índice de pacientes graves e debilitados, serem encaminhados e solicitados pela clínica médica, para atendimento fisioterapêutico.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Força dos músculos respiratórios; Avaliação do Fluxo expiratório; Fisioterapia Respiratória.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005