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D. Ciências da Saúde - 7. Fonoaudiologia - 1. Fonoaudiologia | ||
MÉTODO MÃE- CANGURU X FONOAUDIOLOGIA: COMO VAI A COMUNICAÇÃO E A AMAMENTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO DURANTE A REALIZAÇÃO DO MÉTODO? | ||
Adriana Turczinski 3 (fonomalucabeleza@hotmail.com), Nívea Rafaela Nóbrega 3, Xarlene Moreira 3 e Izabella Nogueira 1, 3 | ||
(1. Centro de Ciências da Saúde, Universidade de Fortaleza- UNIFOR; 2. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Ceará - UFC; 3. Faculdade de Fonoaudiologia, Universidade de Fortaleza-UNIFOR; 4. Maternidade Escola Assis Chateubriand- MEAC) | ||
INTRODUÇÃO:
O Método Mãe-Canguru é um tipo de assistência neonatal humanizada que consiste em manter o contato pele a pele precoce entre a mãe e o bebê prematuro e/ou de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo, dessa forma, uma participação maior dos pais no cuidado do recém-nascido. A equipe responsável pelo atendimento da díade mãe-bebê durante a permanência no Alojamento Mãe-Canguru é multidisciplinar, constituído por: neonatologista, obstetra, pediatra, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social e fonoaudiólogo. Inserido nesta equipe, o fonoaudiólogo tem a função de orientar a família do recém-nascido prematuro sobre os benefícios do aleitamento materno para desenvolver adequadamente as funções estomatognáticas. O fonoaudiólogo deve ainda orientar sobre a importância do desenvolvimento da comunicação da criança, ressaltando a importância da relação mãe-bebê para a aquisição e desenvolvimento da linguagem. Diante dessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo analisar o nível de conhecimento da mãe sobre o Método Mãe-Canguru tanto na amamentação como na comunicação. |
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METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no primeiro semestre de 2004. É do tipo descritivo com abordagem quantitativa. O local escolhido para a pesquisa foi a Enfermaria Mãe-Canguru da Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Foram entrevistadas 30 mães internas da Enfermaria Mãe-Canguru independentemente da idade, grau de escolaridade, profissão e nível sócio econômico. Aplicou-se um questionário semi-estruturado, seguindo os critérios de CHARPAK (1999) e HERNANDEZ (2001) com perguntas objetivas e subjetivas. No referido questionário, são levantados os dados pessoais da mãe e do bebê, além de informações sobre: amamentação, conhecimento das mães quanto aos benefícios do Método Mãe-Canguru, a importância da comunicação com o bebê, a participação dos pais na realização do Método Mãe-Canguru, o grau de satisfação das mães, alta hospitalar precoce. Foram incluídas aquelas mães que aceitaram responder ao questionário e que se encontravam internas no alojamento. Os critérios de exclusão considerados foram: aquelas que não concordaram com os critérios esclarecidos no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido elaborado segundo os preceitos éticos e preconizados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados colhidos foram organizados em tabelas e analisados no programa Microsoft Excel, versão 1998, para uma melhor compreensão do problema em estudo, através de estratégias descritivas e analíticas. |
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RESULTADOS:
De acordo com os dados coletados, a maioria das mães apresentou faixa etária entre 16 e 35 anos de idade e apenas uma concluiu o ensino superior. Muitas eram mães de um primeiro filho (61,5%) e não houve predomínio quanto ao sexo dos bebês. Os bebês apresentaram peso ao nascer entre 800 e 2045g, sendo, portanto, a amostra da pesquisa composta de recém-nascidos de baixo peso. A idade gestacional das mães, por sua vez, variou de 24 a 37 semanas, com média de 31 semanas, o que nos permite dizer que: a amostra é também composta de recém-nascidos prematuros moderados. Sobre o conhecimento do Método Mãe-Canguru, 14 mães (53,8%) conheciam o referido método, antes de iniciá-lo. Essas mães estão bastante satisfeitas com a realização com a realização do método, pois era notória a rapidez de aumento de peso dos bebês. Em relação à comunicação, 28 mães (93,3%) reconheceram a importância de interagir com o bebê durante a realização do método, para favorecer a posterior aquisição e desenvolvimento da linguagem, além de aumentar o vínculo mãe-bebê. Em relação à amamentação, 10 mães (33,3%) ainda não estavam amamentando seus filhos pelo fato de os bebês não apresentarem estabilidade gástrica adequada. Tais bebês ainda necessitavam realizar sua dieta via sonda orogástrica. A maioria das mães (66,7%) iniciou a amamentação 1 a 2 dias após a internação, alimentando seus bebês exclusivamente através do seio materno. |
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CONCLUSÕES:
Verificou-se que todas as mães conheciam a importância da comunicação com o bebê durante a realização do Método Mãe-Canguru e os benefícios de uma amamentação eficaz, já que o método promove uma amamentação exclusiva no seio materno. Diante disso, o fonoaudiólogo orientará as mães quanto à adequada postura e pega do bebê, facilitando o desenvolvimento da sucção, do sistema motor oral, favorecendo um crescimento orofacial harmonioso, o que exige o uso adequado das estruturas envolvidas na comunicação oral. Em relação ao desenvolvimento da comunicação, o Método Mãe-Canguru reforça o vínculo mãe-bebê – o que não acontece no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, sendo essencial ao desenvolvimento emocional do bebê. Isso, por sua vez, pode favorecer o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem, e, conseqüentemente, deve prevenir a incidência dos distúrbios da comunicação humana. |
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Instituição de fomento: Maternidade Escola Assis Chateaubriand | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Método Mãe-Canguru; Comunicação do recém-nascido prematuro; Amamentação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |