IMPRIMIR VOLTAR
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
MATERIAL DIDÁTICO EM EAD: CATEGORIZAÇÃO EM FOCO
Fabrícia da Silva Vellasquez 2 (fabriciavellasquez@yahoo.com.br), Vanessa de Moraes 2, Diana dos Santos Abreu 3, Fabiana Santos de Souza 1, Juliana Maria Alves de Carvalho 2, Raquel Marques Villardi 5, Viviane de Araújo Lobianco 1, Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo 1, Valéria Fernandes 1 e Júlia Nelly dos Santos Pereira 4
(1. Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; 2. Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; 3. Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana - UERJ; 4. Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; 5. Sub-Reitoria de Graduação - SR1, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ)
INTRODUÇÃO:
Na Educação à distância (EAD), o material didático tem um papel fundamental para a construção do conhecimento, além de ser comum que, por seu intermédio, a maioria dos alunos estabeleça os primeiros contatos com o curso. A diferença qualitativa presente no material didático está diretamente ligada aos recursos ou meios em que este é disponibilizado, bem como no tipo de projeto que o originou; ou seja, precisa estar estruturado sobre uma proposta pedagógica que compreenda a atividade educativa não sobre o ato de ensinar, mas sobre o ato de aprender. Para viabilizar essa meta, há necessidade de substituir o modelo tradicional de EAD, caracterizado pelo predomínio da informação sobre a formação, por um outro paradigma, centrado na ação educativa flexível, aberta e interativa, a partir do qual o aluno percorra o processo de aprendizagem dentro do seu ritmo individual, de forma autônoma. Assim, o grupo de Pesquisa Leitura e Tecnologia, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está desenvolvendo o projeto “Aprendizagem na educação à distância: paradigmas para a formação continuada de professores em rede” e, dentro dessa proposta, vem instituindo categorias que possam auxiliar no estabelecimento de estratégias educativas capazes de atingir um grande número de pessoas com a maior qualidade possível.
METODOLOGIA:
Dentro do sistema metodológico adotado, buscou-se verificar que recursos estruturados fazem com que o aluno aprenda com maior ou menor dificuldade; estabelecendo, dessa forma, um conjunto de elementos que precisam ser priorizados na elaboração e na utilização do material didático, de modo a oferecer experiências de aprendizagem colaborativa que garantam um avanço cognitivo para o aluno. E, posteriormente, selecionaram-se aqueles que interferem positivamente, deflagrando no aluno novas formas de aprender. Para tal, a categorização estabelecida na análise de material didático tem como ponto de partida o modelo de curso, a metodologia predominante, seguida pela linguagem adotada, o conteúdo, as atividades e a mídia veiculada na rede, pela ótica da estrutura e da utilização. A intenção da pesquisa é que, após a etapa de comparação da avaliação feita pela equipe e pelos próprios alunos, os dados verificados e analisados auxiliem na composição de uma estrutura ideal para que se organize um material didático de boa qualidade para EAD.
RESULTADOS:
Observou-se a necessidade de subcategorias para compor a tabela, pois era preciso considerar a variabilidade ou os próprios elementos que formam as categorias definidas. Assim, no modelo de curso, chegou-se à divisão em: instrucionista; educativo e informacionista. Para a metodologia predominante, foram consideradas: apenas teórica ou prática; duplamente: prática-teórica ou teórica-prática; triplamente: teórica-prática-teórica ou prática-teórica-prática; e outras formas de organização seqüencial. Para a linguagem: clareza, coerência, coesão, registro padrão e diferenciado, articulação com códigos não verbais, equilíbrio entre discurso científico e coloquial, argumentação. No conteúdo, há o hipertexto, onde se verifica sua classificação – se expõe conhecimento novo ou prevê algum anterior; sua forma: texto, imagem estática ou dinâmica; freqüência; pertinência. As demais subcategorias tratam da disposição das unidades (se totalmente, pouco ou nada hierarquizadas), da sugestão e do acervo bibliográfico, glossário ou biblioteca de conceitos, além das relações com as demais instâncias do curso. Para as atividades, é necessário que se observe o retorno (tutor/aluno e aluno/tutor), a exeqüibilidade, coerência com o conteúdo, se atendem aos objetivos estipulados, se estão em quantidade adequada, se há ênfase nos tópicos mais relevantes e a habilidade predominante. Por fim, para a mídia veiculada na web, as formas constatadas foram: impressa, televisão, rede, rádio, vídeo.
CONCLUSÕES:
O fechamento da tabela de material didático com as categorias e subcategorias que precisam ser avaliadas é apenas o primeiro passo para que se inicie uma nova era na produção de uma estrutura realmente eficaz em EAD. Afinal, verificando-se a estrutura e a utilização desses elementos em cursos já existentes, consegue-se chegar a um modelo ideal que, dentro da realidade da educação, apresente as características específicas que auxiliem o aluno a explorar ao máximo as ferramentas de interação via web, experimentando novas formas de aprender. E a importância de se promover uma aprendizagem, com garantia de qualidade, buscando como foco a produção escrita na rede é que, no caso do ensino à distância, a fala do professor é substituída pelo texto do material didático. Assim, o que se espera com o levantamento desses dados categóricos é que a relação que se estabelecia entre um aluno solitário e seu material de estudo, quase sempre um texto, se amplie pelos caminhos da interação com o tutor, com outros alunos e com o próprio material, fazendo com que, sendo este um novo instrumento completo, o sentido gerado na leitura inicial de cada um ultrapasse seus limites, circule e retorne ao aluno, mais rico de influxos e possibilidades, com um sentido, agora vivenciado, que permitirá a transformação da informação em conhecimento, de modo que cada professor-aluno, submetido a uma outra forma de pensar e de aprender, possa fazê-la chegar à escola.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Categorização; Material Didático; Educação à Distância.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005