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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | ||
ÍNDICE DE MOBILIDADE AMOSTRAL – IMA: ESTUDO DE CASO EM ASSIS – SP, BRASIL. | ||
Fernando Frei 1 (ffrei@assis.unesp.br) e José Luiz Guimarães 1 | ||
(1. Depto. de Psicologia Experimental e do Trabalho, Universidade Estadual Palista - UNESP) | ||
INTRODUÇÃO:
A utilização de veículos a motor particulares e seus efeitos deletérios nas cidades vêm sendo alvo de diversos estudos. Muitos pesquisadores reconhecem que os veículos a motor particulares são uma das principais causas do declínio da qualidade de vida nas cidades. O crescimento do número de veículos a motor particulares e o aumento das viagens trazem consigo o aumento da poluição do ar e sonora, consumo excessivo de recursos naturais, perda de tempo em congestionamento, aumento do consumo de energia, acidentes, etc. Por outro lado, as áreas urbanas são regiões com necessidades diversas e complexas, cujo transporte de pessoas, alimentos e outros produtos devem ser equacionados para um desenvolvimento sustentável. Neste sentido, devemos dar atenção especial às relações entre veículos a motor, pedestres e ciclistas. Para tanto, indicadores e índices têm sido utilizados como importantes instrumentos na orientação de políticas para o setor de transporte. Os indicadores são fáceis de definir e de quantificar, trazendo assim confiança em seus resultados. Por estas razões, são tecnicamente convenientes para comparações de regiões geográficas e temporais. O objetivo deste trabalho é apresentar um índice que possa sintetizar um conjunto de indicadores de mobilidade para cidades médias (conjunto dos centros urbanos com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, aproximadamente). |
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METODOLOGIA:
Em países em desenvolvimento como o Brasil, a produção sistemática de indicadores vem crescendo nos últimos anos. No entanto, cidades de pequeno e médio porte fazem pouco uso de indicadores para direcionar políticas públicas. Devido a insuficiência de indicadores, uma das alternativas é a utilização de pesquisas amostrais para suprir necessidades. Neste sentido, para cada indicador selecionado foram realizadas amostras nas diferentes zonas homogêneas da cidade.Indicadores selecionados para compor o índice: Largura da calçada e vão livre; Semáforo para pedestre e Ciclovias; Mais de uma pessoa por veículo; Uso de Cinto de Segurança e Ultrapassar sinal vermelho e amarelo; Sinalização vertical e horizontal. A Construção do Índice de Mobilidade – IM é obtida pela somatória dos indicadores, resultando em uma pontuação que varia entre zero e 700 pontos. Quanto mais próximo de 700 pontos, melhor é a condição de mobilidade da região urbana do município. Cada indicador contribui com o máximo de 100 pontos. Para facilitar a leitura dos resultados o índice pode ser apresentado em quintil. A utilização de figuras que possam ajudar em campanhas educativas e traduzir os resultados para a população é aqui adotada com a criação do semáforo de cinco luzes, correspondendo a cada intervalo do quintil obtido. |
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RESULTADOS:
O resultado do Índice de Mobilidade Amostral – IMA, para a região urbana da cidade de Assis – SP no ano de 2004 apresenta pontuação igual a 390, resultado associado a cor amarela do sinal de cinco luzes.Outros resultados que chamam a atenção para a questão da mobilidade em Assis-SP são os indicadores de sinal para pedestres com resultado igual a zero ponto o indicador de utilização do cinto de segurança com pontuação igual a 49. O melhor resultado dos indicadores que compõem o índice é dado pelo indicador de respeito ao semáforo, igual a 89 pontos. |
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CONCLUSÕES:
Os resultados apresentados pelos indicadores mostram uma situação preocupante em Assis no que diz respeito à mobilidade. O indicador de semáforos para pedestres – ISP, apresentou valor igual a zero, indicando a total despreocupação dos órgãos competentes para com os pedestres. Dados estatísticos apresentam a cidade de Assis como uma das mais motorizadas, proporcionalmente ao número de habitantes, do Estado de São Paulo. Essa situação, aliada ao pouco preparo das autoridades e cidadãos, proporciona resultados desiguais quando comparamos os indicadores de mobilidade. O indicador de largura de calçadas (ILC) pode ser considerado bom, no entanto, na maioria das regiões pesquisadas, o valor almejado de 2 metros e meio não foi alcançado. Situação menos favorecida é apresentado pelo indicador de vão livre de calçadas (IVLC), que resultou em 69 pontos. O resultado do Índice de Mobilidade Amostral – IMA, igual a 380 pontos, serve como alerta para as autoridades do setor de trânsito do município. A utilização de campanhas com informações numéricas aliadas a outras estratégias como a criação de símbolos visuais como o semáforo de cinco luzes, podem auxiliar na tomada de decisões por parte dos gestores da área de trânsito e planejamento. O índice de Mobilidade Amostral pode ser utilizado como instrumento para avaliar as condições de mobilidade de cidades de médio porte, apresentando os indicadores com maior fragilidade. |
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Palavras-chave: índice; saúde pública; mobilidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |