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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais | ||
Avaliação das condições de funcionamento do Dispensário de Medicamentos de uma ILPI do município de Fortaleza e a necessidade do farmacêutico | ||
Wiviany Thaise de Lima Mendes 1, 2 (thaise_lima@yahoo.com.br), Milian Dias Soares 3 e Paulo Sérgio Dourado Arrais 1, 2, 3 | ||
(1. Mestr. em Ciênc. Farma. Depto. de Farma, Fac. de Farma, Odont. e Enferm. da UFC; 2. Centro de Farmacovigilância do Ceará/GPUIM/DEFA/UFC; 3. Curso de Farmácia/DEFA/UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial. O idoso tem sido visto com uma pessoa com diversos problemas de saúde, improdutiva e ultrapassada, sendo muitas vezes abandonado pela família e pela sociedade, e obrigado a morar em asilos e a viver longe do contexto comunitário. Percebe-se que, à medida que a população envelhece, aumenta a demanda por instituições de longa permanência para idosos (ILPI) (Davim, 2004). Segundo Schweizer e cols. (2001), os residentes em instituições asilares estão fragilizados e sofrem de numerosas cormobidades, para os quais eles comumente recebem uma grande quantidade de medicamentos. Em instituições que atendem um elevado número de idosos, existe a necessidade da aquisição de um grande número de medicamentos, portanto, faz surgir um Dispensário de Medicamentos - setor de fornecimento de medicamentos industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente. Verifica-se então, que o dispensário de uma ILPI, bem como os profissionais de saúde que a ele estão ligados, também é peça fundamental para o adequado uso de medicamento. Assim, o presente trabalho visa conhecer a situação atual do dispensário de medicamentos de uma ILPI do município de Fortaleza, para avaliar suas condições de infraestrutura, armazenamento e controle de medicamentos, e seus recursos humanos e necessidades frente a busca pelo bom gerenciamento de medicamentos nesses tipo de instituição. |
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METODOLOGIA:
Estudo observacional, descritivo, realizado no período de maio a julho de 2004, numa ILPI filantrópica de Fortaleza, que atende cerca de 200 idosos em regime de internato e que oferece atendimento a idosos independentes, a idosos com dependência funcional parcial, e, a idosos com dependência total de cuidadores ou equipe de saúde. Foram utilizados questionários estruturados, sendo observada a infra-estrutura do local, recepção, armazenamento, controle e dispensação dos medicamentos utilizados na instituição, bem como os profissionais envolvidos nesses processos foram entrevistados. |
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RESULTADOS:
O Dispensário de Medicamentos da ILPI em estudo continha, além de medicamentos, correlatos, materiais médico-hospitalares e produtos de higiene, outros produtos como cigarro e bebida alcoólica, e, todas as suas atividades estão sob responsabilidade de um funcionário de nível médio sem treinamento. Verificou-se que as prateleiras de medicamentos encontravam-se empoeiradas, com infestação de cupins, teias de aranhas e traças e restos de insetos. Contrariando a Portaria 344/98, muitos medicamentos sujeitos a controle especial estavam fora do armário com chaves, e não havia um controle específico na dispensação do mesmo ou o registro de seu consumo. Não há programação para a aquisição de medicamentos, nem tão pouco um sistema de controle de estoque que possibilite acompanhar o consumo de medicamentos, bem como dispor de informações para possíveis intervenções. Foram encontrados 626 especialidades farmacêuticas, totalizando 195.177 unidades de medicamentos, sendo que destas, 48,25% estavam com prazo de validade expirados ou aspecto físico-químico alterado. Além disso, apenas 23,16% das 626 especialidades farmacêuticas faziam parte da Relação de Medicamentos Essenciais (RENAME, RESME ou REMUNE). No dispensário era realizado o fracionamento de comprimidos, sem, no entanto, manter a identificação do nome, lote, prazo de validade, nem tão pouco, condições que garantiriam a manutenção da qualidade dos fármacos, não seguindo as orientações da Portaria nº 112/93. |
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CONCLUSÕES:
O Dispensário de Medicamentos não está desenvolvendo adequadamente os processos de programação, aquisição, armazenamento e dispensação de medicamentos, provavelmente devido à falta de capacitação do responsável pelo seu gerenciamento, podendo ocasionar em uso inadequado dos medicamentos e aumento de exposição a riscos à saúde desses idosos. Assim, para garantir o acesso de medicamentos seguros e eficazes, com regularidade e qualidade, é de fundamental importância a contratação de profissionais qualificados, em particular do farmacêutico, a fim de implantar uma assistência farmaceutica que atenda as necessidades dos idosos residentes na ILPI em estudo. |
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Instituição de fomento: CAPES; PIBIC/CNPQ | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Idosos; Medicamentos; Assistência Farmacêutica. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |