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| H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada | ||
| ESTRATÉGIAS INTERATIVAS EM INTERAÇÕES PEDAGÓGICAS ASSÍNCRONAS E E-MAILS CASUAIS | ||
| Ana Paula Souza Bezerra 1, 2, 3 (anapaulasobe@yahoo.com.br) e Kazue Saito Monteiro de Barros 1, 2, 3 | ||
| (1. Depto.de Letras da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 2. PIBIC/CNPq; 3. Núcleo de Estudos Lingüísticos da Fala e Escrita - NELFE) | ||
| INTRODUÇÃO:
Este trabalho insere-se no âmbito do projeto de pesquisa “Variação e processamento em interações pedagógicas assíncronas”, que, por sua vez, abriga-se na investigação sobre “Aulas pela internet: um estudo da organização global da interação” (CNPq 551771/02-0), da professora Kazue Barros. Com o objetivo de entender melhor o processo interativo que se dá em ambientes virtuais assíncronos (fóruns e e-mails) e de identificar que estratégias os interactantes usam para dar sentido a seus enunciados, analisa-se as aberturas e os fechamentos de interações pedagógicas assíncronas e e-mails casuais. Tais sessões não devem ser vistas apenas como estruturas formais, mas, sobretudo, devem ser analisadas como estratégias interativas. Buscar - se -á o porquê das ocorrências dessas estruturas e qual a finalidade que os interactantes possuem ao utilizá-las. As aberturas e os fechamentos das interações pedagógicas assíncronas serão contrastados com os dos e-mails casuais. A pesquisa torna-se relevante pela escassez de estudos sobre as interações em ambientes virtuais pedagógicos e não pedagógicos. De acordo com o corpus analisado, a interação eletrônica evidencia-se como uma ferramenta eficaz e dinâmica para o processo de ensino-aprendizagem. |
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| METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho foi necessária a coleta de corpus na internet. Foram coletados dois conjuntos de dados sobre interação eletrônica: o primeiro consiste na interação assíncrona entre um professor e cerca de dez alunos de um minicurso em que, com base em textos lidos, o professor lança uma questão num espaço pré-determinado e, posteriormente, os alunos respondem. Este primeiro conjunto é composto de aproximadamente sessenta mil caracteres. O segundo conjunto consiste na interação entre participantes em suas trocas de e-mails casuais. O segundo conjunto compõe cerca de cinqüenta e dois mil caracteres. Após a coleta foram realizadas a análise do corpus e a comparação entre os dois conjuntos de dados. A comparação de gêneros textuais similares, como o e-mail casual e fórum pedagógico, é procedimento recomendado pelos analistas que defendem a perspectiva teórica da relação entre a fala e a escrita (cf. Biber 1988). Esses estudos comparativos trazem maior rigor metodológico, pois partem do pressuposto de que as relações entre textos falados e escritos e de gêneros textuais diversos não podem ser determinados unidimensionalmente e em termos de presença versus ausência de uma dada característica. Para a análise dos dados, foram utilizadas as teorias da Análise da Conversação, Etnografia da Comunicação, a Sociolingüística Interacionista de Gumperz. Ademais, foram utilizados os estudos de Barros (1991) e Marcuschi (2002). |
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| RESULTADOS:
Com base no corpus analisado, nas trocas de e-mails casuais, as sessões de aberturas se dão em sua maioria através das saudações (oi, olá), enquanto os fechamentos são, em sua maior parte, caracterizados pelas despedidas (beijos, abraços). Já nas interações pedagógicas assíncronas, há predominância das mensagens sem sessões de aberturas e fechamentos, ou seja, os alunos e o professor, nas aberturas, respondem aos tópicos levantados, fazem referências e comentários às colocações anteriores dos participantes sem necessariamente utilizar saudações ao introduzir a interação. Nos fechamentos, não é comum a utilização de despedidas típicas dos e-mails casuais (tais como as mencionadas acima). Geralmente a interação é encerrada com um comentário, uma apreciação crítica, uma pergunta, ou até mesmo, um convite à reflexão. |
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| CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, pode-se observar que as sessões de aberturas e fechamentos são mais freqüentes nas trocas de e-mails casuais do que nas interações pedagógicas assíncronas. Nessas últimas, são poucas as ocorrências dessas estruturas: os interactantes entram diretamente no tópico central, sem maiores negociações. Ademais, é importante destacar que nas poucas ocorrências de aberturas em interações pedagógicas assíncronas, estas se caracterizam por um maior grau de formalidade (prezado, meu caro). Os fechamentos, por sua vez, não se fazem presentes, sendo mais comum que a interação seja concluída com uma pergunta, um convite à reflexão ou até mesmo, uma apreciação crítica. |
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| Trabalho de Iniciação Científica | ||
| Palavras-chave: interações pedagógicas assíncronas; estratégias interativas; aberturas e fechamentos. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |