|
||
| A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 6. Geoquímica | ||
| GEOQUÍMICA DE METAIS- TRAÇO COBRE E ZINCO EM SEDIMENTOS DO ESTUÁRIO DO RIO CEARÁ - (CE) | ||
| Jose Edvar Aguiar 1 (Edvarleite@yahoo. com.br) e Rozane Valente Marins 2 | ||
| (1. Departamento de Geologia, Universidade Federal do Ceará. UFC; 2. Instituto de Ciências do Mar -LABOMAR- UFC) | ||
| INTRODUÇÃO:
O estuário do rio Ceará limita os municípios de Caucaia e Fortaleza. Esta bacia recebe descargas de importantes áreas urbanas de Fortaleza e do polo industrial de Maracanaú, mas também tem utilização pelas populações ribeirinhas em atividades de lazer e pesca. Resultados obtidos nesse estuário utilizando a ostra de mangue como biomonitor da contaminação por Hg (Vaisman 2003) já mostraram concentrações elevadas de Hg, refletindo assim o padrão de ocupação humana ao longo do estuário, corroborando resultados de Hg medidos em sedimentos de fundo (Marques, 2002). Segundo Marins e colaboradores (2002) este estuário é um dos mais contaminados da costa cearense, enquanto que Muller e colaboradores (1999) mostraram que os teores de Zn na plataforma continental do semi-árido apresentam fatores de enriquecimento (FE) de 2,03. Por outro lado, o Cu tem sido associado a emissões antrópicas em regiões urbanas e agrícolas do Ceará (Lacerda et al., 2004). Dessa forma, este trabalho teve por objetivo quantificar os teores de Cu e Zn em sedimentos do estuário do Ceará bem como avaliar a distribuição e partição geoquímica desses elementos no estuário. |
||
| METODOLOGIA:
Amostras de sedimentos superficiais coletadas com amostrador Van Veen foram secas em laboratório à 60 o C e peneiradas a fim de uniformizar o material e obter a fração 0,60mm para análise. Os teores de Cu, Zn, Fe e Al nos sedimentos foram obtidas após digestão de duplicatas (4g secas) em água-régia, segundo Gonçalves, (1993). A detecção final dos metais foi realizada através da espectrofotometria de absorção atômica de chama. O teor de matéria orgânica (MO) total e carbonatos CaCO3 foi obtido por metologia gravimétrica, segundo Loring & Rantala (1992). |
||
| RESULTADOS:
Os teores de Cu e Zn variaram de 0,6 a 20,4 μg.g sup>-1 e 1,8 a 12,6 μg.g-1, respectivamente. Os maiores teores de Cu ocorreram próximo a região da foz corroborando estudo anterior (Maia, 2004) que mostrou anomalia do metal próximo à linha de costa. Para o Zn os maiores teores ocorreram no ponto 04, onde existe antigo ancoradouro de barcos e próximo a região mais urbanizada do estuário. Esta distribuição e a ausência de correlação estatística significativa entre Cu e Zn (r= 0,50: n =14) sugerem uma origem diferenciada para esses metais, corroborando inventário de fontes na região onde fontes urbanas como águas servidas, runoff urbano e disposição de resíduos sólidos (lixões) contribuem com 62% e 85% das emissões Cu e Zn, respectivamente, (Lacerda et al., 2004). Os teores de Cu e Zn citados acima quando comparados com os teores de (Cu) 38 a 91 μg.g sup>-1 e (Zn) 126 a 244 μg.g sup>-1 medidos em sedimentos estuarinos do rio Paraíba do Sul (Molisani, 1999), mostram que a contaminação por esses metais no estuario do rio Ceara é menor que a contaminação da região SE do Brasil. A importância de fonte geogênica de Zn parece não se aplicar ao estuário estudado uma vez que o FE encontrado é superior ao valor medido na plataforma continental da região (Muller et al., 1999). A partição geoquímica de Cu e Zn, avaliada pela correlação estatística com Al, Fe MO e carbonato confirmou a origem antrópica, devido a presença de fontes difusas (runoff urbano). |
||
| CONCLUSÕES:
Os resultados mostram que o estuário do rio Ceará, apresenta contaminação Cu e Zn inviabilizando o uso de sua bacia para a implementação de algumas atividades tais como a aqüicultura, uma vez que para essa atividade a qualidade ambiental da área é preponderante (CONAMA, 2002). Além disso, esses resultados somados aos de Vaisman (2003) e Marques (2002) mostram que a coleta de moluscos, peixes e outros produtos locais para subsistência das comunidades ribeirinhas do rio Ceará-Maranguapinho merece atenção dos órgãos de controle ambiental do Ceará. |
||
| Instituição de fomento: Pró-Reitoria de Extensão-UFC/CNPq | ||
| Trabalho de Iniciação Científica | ||
| Palavras-chave: Geoquímica; Metais-traço; Sedimentos. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |