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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem | ||
PROJETO TECNOLOGIA CULTURA E IDENTIDADE SOCIAL: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL | ||
Maria Aparecida de Lima 1 (aparecidalimalima@yahoo.com.br) | ||
(1. Secretaria de Educação - Recife; 2. Departamento de Tecnologia na Educação- DTE) | ||
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO O presente projeto foi vivenciado com 24 alunos da 7ª série do Ensino Regular e 28 alunos de Educação de Jovens e Adultos, da Escola Municipal Maria Sampaio de Lucena, localizada no bairro do IBURA, periferia de Recife, com uma população de vinte mil habitantes, área que se destaca pelos altos índices de violência. A idéia de vivenciar o projeto surgiu a partir de uma situação de sala de aula, em que os alunos estavam apresentando baixo índice de aprendizagem, principalmente no que concerne a leitura, escrita e produção de texto. O projeto foi vivenciado de abril a dezembro de 2004. O objetivo principal foi utilizar o vídeo, a televisão, e a informática para criar situações significativas de aprendizagem, estimulando os alunos à pesquisa, à leitura, e produção de textos, contribuindo para a ampliação de suas competências e habilidades. Pestalozzi já ressaltava que a escola deve considerar a criança como um ser integral, a educação deve se dirigir às mãos, cabeça e coração, (simbolizando a ação concreta, a racionalidade e o sentimento). Entendemos que os recursos tecnológicos por si só não garantem a aprendizagem, é preciso que o professor tenha clareza de como irá usar estes recursos, partindo do princípio que na sociedade tecnológica, a escola pode contribuir para formar cidadãos autônomos, e conscientes, organizando experiências nas quais eles possam trabalhar sua postura crítica diante da massa de informações e mensagens que se apresentam nos diversos meios. |
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METODOLOGIA:
Como o projeto foi vivenciado com públicos de faixas etárias diferentes, indivíduos com perfis diferenciados, desenvolvemos atividades de naturezas diversificadas, porém, um só objetivo, estimular a leitura/escrita e produção de texto. Com os alunos da sétima série, trabalhamos temas atuais, coisas do cotidiano deles e aspectos relacionados a cultura local, com a turma de jovens e adultos, exploramos bastante a questão da identidade social e temas relacionados com a auto-estima. Por estarem afastados da escola há bastante tempo, as alunas apresentavam baixa auto-estima, bem como dificuldade de expor idéias. Realizamos dinâmicas de relaxamento, como o intuito de trabalhar a concentração e auto-conhecimento. A informática foi utilizada de forma contextualizada, focalizando a internet como fonte de pesquisa, construção de e-mail, troca de mensagens sobre os conteúdos/temas, assuntos informais, acontecimentos da escola, da família. Trabalhamos com os aplicativos Editores de Texto e Imagem, o Paint, por ser uma atividade que eles sentiam prazer em realizar, através de desenhos representavam suas inquietações/percepções sobre os grupos sociais a que pertencem. Utilizamos, Front Page, na produção de página pessoal, em que os alunos registram suas histórias. Metodologicamente todo processo foi desenvolvido com avaliações diagnósticas, enfatizando os aspectos relevantes, acertos e falhas, evidenciando a fala, o posicionamento dos alunos acerca do que foi discutido/vivenciado/elaborado. |
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RESULTADOS:
O projeto foi socializado em Encontro Pedagógico, na Unidade de Tecnologia na Educação IBURA, com 12 escolas da Rede Municipal, com o objetivo de estimular os professores e equipe técnico-pedagógica, a desenvolverem atividades/projetos que integram as Tecnologias da Informação e Comunicação. Realizamos exposição/socialização na Escola Maria Sampaio de Lucena, com intuito de estimular os professores a utilizar o laboratório de informática de forma mais sistemática. Além disso, a exposição foi pensada para valorizar as produções dos alunos, contribuindo para a socialização de saberes. Construímos uma Home Page com as produções dos alunos. Temos observado que a Home Page é um instrumento valiosíssimo, porque além da divulgação do trabalho de forma mais ampla, valoriza e contribui para elevar a auto-estima dos mesmos, eles sentem-se prestigiados e motivados a pesquisa e produção de novos conhecimentos. Promovemos “Encontro Cultural Gastronômico”, denominação do grupo, em que tivemos um lanche coletivo, com quitutes feitos pelas alunas de Educação de Jovens e adultos, resultado de uma atividade de pesquisa feita na Internet sobre diferenças culturais. Além da pesquisa elas deveriam produzir texto no Word –Editor de Texto com recitas do seu dia-a-dia, foi quando surgiu a idéia de preparar os pratos, e trazer para a escola. E, por último, realizamos encontro final com os integrantes do projeto para avaliação/exposição das produções. |
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CONCLUSÕES:
Podemos destacar vários pontos positivos, elementos que nos levam a avaliar que os objetivos propostos foram, alcançados, a julgar pelas produções do decorrer do processo, a melhoria nas relações interpessoais, o respeito e a valorização pelos diferentes saberes e ritmos de aprendizagem. A democratização e inclusão das Tecnologias da Informação e Comunicação às classes menos favorecidas, estes fator contribuiu para a produção coletiva de saberes, o desenvolvimento de habilidades e trato com os recursos da tecnologia na educação. Defendemos a idéia de que a tecnologia na educação requer um olhar mais abrangente, envolvendo novas formas de ensinar e aprender, condizentes com o paradigma da sociedade do conhecimento, o qual se caracteriza pelos princípios da diversidade, da integração e da complexidade. Pedagogicamente nos embasamos na Corrente Sócio-Construcionista, primando pela humanização, e desenvolvimento das potencialidades do aluno. Com isso, a escola por meio do acesso/inclusão das tecnologias deve estabelecer diálogos, propondo uma metodologia que estimule o aluno, a sentir-se desafiado a pensar/reelaborar/formular conceitos acerca de si mesmo e do meio o qual está inserido. Além dos aspectos já ressaltados, salientamos também que o projeto contribuiu para aproximar os alunos dos diferentes turnos e de diferentes faixas etárias. Em geral, os alunos dos turnos diferenciados não se encontram, nem têm oportunidade de socializarem suas experiências. |
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Instituição de fomento: Secretaria de Educação - Recife | ||
Palavras-chave: Tecnologia; Integração; Inclusão social. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |