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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) | ||
A FORMAÇÃO DO EDUCADOR: VIVÊNCIA DISCENTE E PRÁTICA DOCENTE | ||
Salete de Fátima Noro Cordeiro 1 (s.noro@bol.com.br) | ||
(1. Escola Mário Tomazelli - Sesi - Marabá/PA) | ||
INTRODUÇÃO:
Este trabalho, tem como objetivo investigar a trajetória de formação do educador de séries iniciais e sua prática pedagógica no que se refere a construção de cidadania dos alunos, a eliminação do fracasso e exclusão escolar e dos meios que se podem criar para que esses anos iniciais se tornem atrativos e ricos em vivência emancipatória para os alunos. Em um primeiro momento a investigação surge diante da nossa preocupação em relação a intranqüilidade do educador frente a questões referentes a aprendizagem, avaliação e disciplina dos alunos. Nossa intenção foi verificar de que forma a sua identidade docente vai sendo construída nesse percurso, incluindo sua biografia especificamente a vivência enquanto aluno de séries iniciais, suas recordações enquanto aluno, sua formação profissional e a construção da sua profissionalidade no decorrer de sua prática. Procuramos identificar a relação entre estes três elementos: sua vida escolar no que lhe é marcante, sua formação profissional e sua prática escolar tanto diante dos enfrentamentos e limitações de questão administrativo-financeira encontrada nas escolas como na relação com seus alunos dentro da sala de aula e das estratégias que cria para enfrentar este cotidiano. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida dentro de uma abordagem qualitativa, em que priorizamos os elementos considerados essenciais aos interesses desse estudo, levando em consideração o que nos propusemos nos objetivos. Elegemos, para responder as nossas entrevistas e questionários, professores da rede pública pertencentes aos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries), perfazendo um total de oito escolas, trinta e dois questionários e dezesseis entrevistas. É importante salientar que escolhemos as séries iniciais devido a nossa própria experiência com este nível de ensino e das observações em relação ao trabalho desenvolvido por colegas, as dúvidas que surgiam com maior freqüência no decorrer das atividades pedagógicas e até mesmo das próprias reflexões feitas por nós mesmos enquanto atores de reflexão e ação. |
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RESULTADOS:
Como resultados podemos constatar que está marcado na mente do educador suas lembranças da infância escolar, tanto os aspectos positivos como negativos e nesse contexto surgem os relatos das atividades que lhes proporcionava satisfação, como as atividades envolvendo jogos e competições, êxito em tarefas escolares, seguido de reforço positivo dos professores, admiração dos colegas durante as vitórias e também suas travessuras. Por outro lado o relato dos castigos, do vexame e constrangimento diante dos colegas, do choro por não saber a lição, da cola descoberta e da reprovação. A sua formação apresenta-se de forma deficitária, muitas vezes feita em cursos de curta duração e em instituições de credibilidade duvidosa. A troca que mencionam com seus colegas não é suficiente para que superem a situação de professor prático-utilitário. No espaço escolar encontra parcerias mas também colegas resistentes que não estão abertos a novas propostas. |
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CONCLUSÕES:
Os três aspectos aparecem como integrantes da identidade profissional destes educadores. Ao mesmo tempo que manifestam o desejo de colocar em prática o que aprenderam em seus cursos de formação ou eventuais seminários, vêem-se diante de um processo de mudança lento e muitas vezes ficam somente no desejo de fazer o novo. O enfrentamento com a problemática do cotidiano, tanto nos aspectos legais e estruturais como no de suas vidas parecem retardar a maneira que poderiam reelaborar sua práticas. A questão fundante passa pela sua formação, que muitas vezes inicialmente deficitária necessita de continuidade. Apontamos o próprio espaço de trabalho para a realização desta tarefa, contando principalmente com a reorganização do espaço e tempo escolar onde o educador possa estar dialogando com seus colegas, refletindo sobre sua prática reelaborando e aperfeiçoando-a constantemente, incluindo-se o apoio de instituições de formação. |
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Palavras-chave: formação; docência; identidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |