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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) | ||
A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR, ENCONTROS E DESENCONTROS | ||
Luiz Carlos Souza de Melo 1 (luizmell@hotmail.com) e Jaqueline Barbosa da Silva 1, 2 | ||
(1. Depto. de Adm. Escolar e Planejamento Educacional – UFPE; 2. Coord. do Curso de Pedagogia, Faculdade Integrada da Vitória – FAINTVISA/PE) | ||
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho buscou analisar a atuação do supervisor no meio rural, bem como conhecer o processo de formação continuada desses profissionais. A redescoberta da supervisão educacional na década de 90 acrescenta dimensões que ressignificam sua função teórico-prática, necessitando de uma contribuição política e social no contexto de suas ações, tanto no intuito de evitar o autoritarismo, quanto a centralização no desenvolvimento de tarefas rotineiras e mecânicas (ALONSO, 1999; FERREIRA, 2001; RANGEL, 2001; SAVIANI, 1997; VEIGA, 2000). Enquanto interprete da realidade, o supervisor deve expressar o posicionamento de um grupo, propor ações que represente a realidade educacional e envolver o coletivo da escola nos processos educativos da organização do seu trabalho. Nessa perspectiva se faz necessário considerar os conhecimentos pedagógicos dos professores e da equipe escolar no que se refere à formação. Esses novos princípios que cerca a função do supervisor educacional consiste num (re)pensar a prática qualificando o processo formativo através da profissionalização. |
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METODOLOGIA:
O município de Gameleira, localizado na zona da mata pernambucana, se tornou local de origem das inquietações e de desenvolvimento do trabalho, nos proporcionando observar as relações de desenvolvimento da prática do supervisor e conhecer suas estratégias de atualização. Através do questionário, composto por questões abertas relacionadas á formação, inicial e continuada, buscamos analisar a contribuição do supervisor no exercício da prática pedagógica do professor, e construir o perfil do grupo, através da identificação pessoal e processo profissional. Os onze professores participantes desse estudo têm idade entre trinta e quarenta anos, mora no próprio município de trabalho e advém, em sua maioria, do concurso como forma de acesso a sua função. A formação desses profissionais é diversificada quanto à escolarização, nível médio, superior completo e incompleto, e especialização, enfatizando entre essas a ausência de uma formação pedagógica na área de educação. Utilizamo-nos ainda da observação no intuito de nos aproximarmos da rotina de trabalho dos supervisores, realizando nossos registros no diário de campo. |
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RESULTADOS:
A atuação do supervisor se encontra cercada de limitações, que remetem desde (1) a forma de inserção, com a presença de instabilidade quanto à permanência na função, contribuindo para uma fragilidade no desenvolvimento do trabalho, à (2) atualização desse profissional, aliada em sua maioria unicamente aos eventos ofertados pela própria instituição de trabalho. Quanto á programação os mesmo vem se realizando mensalmente tanto para os supervisores, quanto para os professores, num mesmo espaço e tempo de trabalho. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) é a fonte de estudo e a referência para o desenvolvimento do trabalho, onde se enfatiza os procedimentos metodológicos que nortearão a prática pedagógica. Apesar dos encontros promovidos serem considerados pelos supervisores como tendo selecionado um conteúdo “muito bom”, os mesmo não expressam clareza quanto a sua relação com o desenvolvimento específico do seu trabalho. Há ainda, uma programação de quatro reuniões administrativas por ano, uma no início e outra ao final de cada semestre, com conteúdos escolhidos pela Diretoria de Ensino da Secretaria de Educação com a participação dos supervisores. |
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CONCLUSÕES:
Os avanços na atuação do supervisor quanto a sua função não vêem sendo suficiente diante da realidade disponível para o desenvolvimento do seu trabalho. A forma desarticulada de atuação, justificada pela dificuldade de acesso aos locais de acompanhamento escolar, se caracteriza como uma atividade sem uma sistemática, restringindo-se aos encontros pedagógicos e reuniões administrativas contempladas no início do ano no calendário elaborado pela Secretaria de Educação. Evidenciamos que mesmo havendo uma participação dos supervisores na escolha dos conteúdos desses encontros, os mesmos não tem garantido a clareza do trabalho dessa função, pois apesar de explicitarem o “apoio pedagógico” como uma das atividades desenvolvidas no seu trabalho, quando questionados sobre a especificidade dessa atuação, não demonstra clareza na sua definição. Emerge assim, uma necessidade quanto à elaboração de uma proposta que esclareça e atenda as especificidades dessa função, bem como garanta no processo de formação continua um tempo disponível para planejamento e troca de experiências pensadas e refletidas na coletividade do contexto escolar. Pois, mesmo os supervisores tendo clareza quanto aos limites da sua atuação, expressam a importância da formação continuada como sendo uma estratégia que oportuniza conhecimentos e possibilita a superação de limites encontrados na prática, bem como atualiza as estratégicas pedagógicas necessárias a ação docente. |
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Instituição de fomento: UFPE | ||
Palavras-chave: Supervisão educacional; Prática pedagógica; Formação continuada. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |