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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
MODELOS MENTAIS DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE CEEGP/PE SOBRE AS LIGAÇÕES QUÍMICAS
Mariao do Socorro Lopes Pina 1 (socorrolopesqui@ig.com.br), João Rufino de Freitas Filho 1, 2 e Afonso Feitosa Reis Filho 1, 3
(1. Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambuco - CEEGP; 2. Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul - FAMASUL; 3. Colégio Municipal José Firmino da Veiga - CMJFV)
INTRODUÇÃO:
A pesquisa acerca dos modelos mentais de alunos e professores dos vários níveis de ensino tem ocupado um lugar de destaque na literatura, e título de exemplos podemos citar Johnson-Laird1, Moreira & Baptista Lagreca2. O estudo de representações mentais na aprendizagem de Química pode significar um enfoque diferente e interessante na pesquisa das idéias científicas dos alunos e talvez traga importantes conseqüências para uma aprendizagem realmente significativa. De acordo com alguns autores 3 , construir um modelo mental requer: 1) fazer uma representação interna do sistema, ou seja, traduzir os elementos da realidade em código próprio em função de nossos interesses; 2) utilizar um processo de inferência(não necessariamente um processo da lógica formal); 3) executar o modelo, quer dizer, por em funcionamento na mente um processo de simulação qualitativa do funcionamento do sistema exterior que está sendo modelado. Neste trabalho procuramos analisar e discutir a modelagem mental utilizada por estudantes da 1a série do ensino Médio sobre as características dos modelos de ligação química (Ligação iônica e Ligação covalente).
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada em situação real de sala de aula, com 320 alunos, durante o segundo semestre de 2004 e início de 2005, no Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano, Recife/PE e atuaram como sujeitos 320 alunos da 1a série do ensino médio. A metodologia adotada para atingir os objetivos do presente trabalho foi: a) referencial teórico - nesta etapa, os estudantes realizaram investigação de cunho teórico para responder a questões do tipo o 1) que mantém os átomos unidos? 2) por que persistem os agrupamentos de átomos? Por que cada tipo de agrupamento apresenta propriedades características? Seria a molécula de sal de cozinha (NaCl) uma ligação covalente polar? b) experimento com materiais do cotidiano do aluno – os experimento foram realizados no laboratório de Ciências, envolvendo professores e alunos.
RESULTADOS:
Partindo da premissa que os alunos raciocinam com modelos mentais, operam cognitivamente com modelos mentais, propomos neste trabalho uma metodologia qualitativa. Nossos registros foram feitos a partir da interação professor-aluno e aluno-aluno. As respostas, perguntas e comentários que faziam após realização de etapas de elaboração de procedimentos experimentais - sobre ligações químicas – e a realização de experimentos, eram registradas evitando que os alunos percebessem. Os dados obtidos permitiram também procurar, para cada aluno, os conceitos ou conjuntos de conceitos que apareceram ao longo das aulas (ligação polar, ligação apolar, substância polar e apolar, solubilidade, elétron, compartilhamento, transferência). Da análise do material dos alunos, elaboração de procedimentos experimentais avaliação dos experimentos, conversas com professores, mapas conceituais, testes avaliativos dentre outros, detectou-se que, ao que parece, o tipo de representação mental utilizado pelos alunos nas atividades propostas, principalmente nos testes era, em alguns casos, diferentes do proposto nas atividades e vivências dos experimentos. Assim, fizemos dois tipos de categorização: a) classificação dos alunos em grupos que tinham como característica principal trabalhar proposições isoladas, desvinculadas de modelos e outros; b) classificação dos alunos em grupos que tinham como principal características o tipo de modelo formado em relação a um conceito.
CONCLUSÕES:
Conforme o tipo de representação mental que os alunos utilizavam, durante as aulas como também nos testes avaliativos pudemos concluir que: alguns, embora trabalhassem nos testes avaliativo utilizando proposições desvinculadas de modelos, como Amaro (nome fictício), nas aulas e na interação com o professor, pareciam ter utilizado um modelo mental sobre o conceito de transformação da matéria que incluía transformação como agente responsável pela variação da massa em um sistema reacional. Outros alunos trabalharam durante as aulas com modelos basicamente proposicionais, ou seja, interligando diferentes conceitos.
Palavras-chave:  Modelos Mentais; Ligações Químicas; Mapas Conceituais.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005