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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 5. Química de Macromoléculas | ||
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E ATIVIDADE ANTICOAGULANTE DA HEPARINA ISOLADA DO CAMARÃO CINZA (Litopenaeus vannamei) | ||
Adriana da Silva brito 1 (bio_drica@hotmail.com), Giuliana Paiva Vianna de Andrade 2, Vanessa Olinto dos Santos 1, Celton Pereira de Moura 1, Marco Guerrini 3, Giagiacomo Torri 3, Elizeu Antunes dos Santos 1, Fernanda Wanderley Oliveira 1 e Suely Ferreira Chavante 1 | ||
(1. Depto. de Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN; 2. Depto. de Bioquímica, Escola Paulista de Medicina- UNIFESP/EPM; 3. Istituto di Ricerche Chimiche e Biochimichi “G.Ronzoni”, Italy) | ||
INTRODUÇÃO:
Heparina é um polissacarídeo sulfatado comercialmente obtido de órgãos de mamíferos (heparina padrão). Além de ser o principal agente anticoagulante usado na prevenção e tratamento de eventos trombóticos, ela também chama atenção devido à extraordinária capacidade de interagir com diversas proteínas de importância fisiológica, modulando suas atividades. A pesquisa por análogos de heparina que exibam peculiaridades estruturais pode levar à descoberta de novos compostos bioativos. Estudos anteriores já mostraram a presença de heparinóides em diversas espécies de invertebrados. Em crustáceos, por exemplo, já foi verificada a ocorrência de heparina de baixo peso molecular (8,5 Kda) com atividade anticoagulante de 95 UI/mg. Nosso objetivo agora é caracterizar, com relação à estrutura e à atividade anticoagulante, a heparina extraída do cefalotórax do camarão cinza. Esta espécie de crustáceo representa um dos principais produtos de exportação do Rio Grande do Norte e seu processamento implica num descarte de grandes proporções de cefalotórax. |
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METODOLOGIA:
Inicialmente as cabeças foram submetidas a delipidação com acetona obtendo-se o pó cetônico, o qual foi solubilizado com NaCl 1,0 M e sujeito à degradação proteolítica por superase a 600C, em pH alcalino. Após 24 horas sob moderada agitação, a heparina foi isolada após complexação com resina de troca-iônica e eluição com NaCl 3,0 M. O produto foi posteriormente purificado com concentrações crescentes de acetona a 40C. O precipitado obtido com acetona na proporção 0,5:1 (v/v) foi analisado por eletroforese nos tampões diaminopropano acetato (PDA) e diaminopropano acetato de bário (Ba/PDA), degradação com liases específicas provenientes de Flavobacterium heparinum, espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e teste farmacológicos de PT e APTT. |
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RESULTADOS:
O comportamento eletroforético da heparina de camarão nos tampões analisados foi semelhante ao da heparina padrão. A degradação com heparinase e heparitinase II de Flavobacterium heparinum revelou que esta heparina é constituída por dissacarídeos tri- e di-sulfatados típicos da heparina de mamíferos. RMN de 13 C e 1H indicaram que a heparina de camarão exibe sinais característicos atribuídos à heparina padrão e confirmam que ela é rica em resíduos de ácido idurônico sulfatados, ao contrário da heparina do Penaeus brasiliensis, que é rico em resíduos de ácidos urônicos não sulfatados. Os ensaios farmacológicos mostraram que a heparina do Litopenaeus vannamei apresenta atividade anticoagulante bastante significante quando comparada à heparina usada clinicamente, principalmente na via intrínseca da cascata de coagulação. |
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CONCLUSÕES:
As diferenças observadas entre a heparina do crustáceo e a heparina de mamíferos são devidas à grande diversidade das heparinas.Esses novos produtos naturais de invertebrados constituem modelos interessantes para novos estudos farmacológicos. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Heparina; Litopenaeus vannamei; anticoagulante. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |