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G. Ciências Humanas - 5. História - 2. História do Brasil
MANOEL BOMFIM E O DESVENDAMENTO DO UNIVERSO CIENTÍFICO NO SECULO XIX
Wilmihara Benevides da Silva Alves dos Santos 1 (mika@marilia.unesp.br)
(1. Depto. de Sociologia, Faculdade de Filosofia e Ciências- UNESP)
INTRODUÇÃO:
Manoel Bomfim (1868-1932) compôs o espaço de debate intelectual da Primeira República (1889-1930) que inaugurou, por meio da idéia de raça e nação, a construção de um Brasil moderno. O contexto da época favorecia a luta pelo monopólio do poder de fazer ver e de fazer crer, de fazer conhecer e de fazer reconhecer, de impor a definição legítima das divisões do mundo social. Para isso os intelectuais recorriam á autoridade científica na definição da lógica social da realidade brasileira. Entre as críticas levantadas por Manoel Bomfim na sua primeira obra América Latina Males de Origem, publicada em 1905, destacamos a que se refere ao cientificismo do final do século XIX. Segundo o autor as teorias raciais e científicas foram utilizadas como estratégias de dominação, um modelo teórico viável na justificação do complicado jogo de interesses que se montava. É o desvelamento deste jogo que se coloca Manoel Bomfim ao valorizar a observação dos fatos e comprovação experimental.
METODOLOGIA:
A metodologia utilizada basea-se no estudo bibliográfico das obras que retraram a perspectiva científica da época, permitindo-nos a construção do campo científico e o debate colocado na Primeira República a respeito da objetividade científica. A análise do livro de Manoel Bomfim, América Latina Males de Origem, tem o intuito de privilegiar a crítica que o autor estabelece com o uso de conceitos científicos, aproximando e divegindo do campo intelectual de sua época. Essa forma de analisar o pensamento do autor e a lógica científica da Primeira República não nos permite colocar uma camisa de força no teórico e sim abrir um constante diálogo entre as hipóteses apresentadas, sem perder de vista o contexto social e politico da época.Sem parecer muita pretensão, espera-se contribuir na reflexão de como fazemos ciência nos dias de hoje.
RESULTADOS:
Esta pesquisa qualitativa não inseriu no corpo do trabalho dados de uma pesquisa quantitativa.
CONCLUSÕES:
A ciência, quanto meio de construção do real, traça caminhos que continuam sendo base á novos estudos. A crítica á ela permanece no que lhe direciona e dá ensejo á predominância de determinadas perspectivas teóricas e não outras. Esta é a crítica de Manoel Bomfim, um autor em choque com a ciência, portanto com a socieddae de sua época. Ao questionar a ciência de seus contemporâneos que transpunham categorias e asserções de um campo de conhecimento à outro como homólogas e neutras na apreensão de uma determinada realidade, Bomfim colocou em jogo o problema da objetividade científica do final do século XIX, um período de ascensão dos movimentos nacionalistas e imperialistas na Europa e Estados Unidos. Não teve sucesso em suas épocas, prova de que a sociedade brasileira não estava preparada para romper com as premissas estabelecidas, isto é, a lógica em torno do cientificismo do final do século.
Instituição de fomento: Capes
Palavras-chave:  cientificismo; nacionalismo; objetividade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005