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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 1. Ecologia Aplicada
DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DAS ÁREAS CILIARES DO CÓRREGO DO AREIA VIA IMAGENS DE SATÉLITES LOCALIZADAS À MONTANTE DA CAPTAÇÃO DA COPASA NO MUNICÍPIO DE ARAXÁ – MG.
Samuel Cesar Barbosa Maciel 1 (samucabmaciel@yahoo.com.br), Monalisa de Araújo Noronha 1, José Carlos da Silva 1 e Fernando de Freitas 2
(1. Instituto de Ciências da Saúde,Centro Univers. do Planalto de Araxá - UNIARAXA; 2. Água & Terra Planejamento Ambiental Ltda,Araxá/MG.)
INTRODUÇÃO:
A paisagem natural seja ela uma microbacia, bacia hidrográfica, mata ciliar ou de galeria, fazem parte do ecossistema associado a uma nascente ou a um curso d’água. Sob este ponto de vista, todas as atividades naturais ou artificiais desenvolvidas na microbacia poderão afetar o equilíbrio da mata. Torna-se, portanto, difícil analisá-la isoladamente, sem considerar os demais elementos presentes no ecossistema. Este estudo teve o propósito de avaliar as áreas ciliares inseridas em um contexto maior, que é a microbacia, ressaltando não apenas os aspectos da mata em si, mas também, os fatores que têm influência direta ou indireta na sua persistência ao longo dos cursos d’água. Através de um diagnóstico das áreas localizadas à montante da captação de água da Copasa-MG no Córrego do Areia, situado no município de Araxá-MG, foi possível fornecer uma avaliação qualitativa atual de conservação deste importante recurso. Tal preocupação se justifica não só pela importância do referido manancial para o município, mas também pela prioridade de se conservar as áreas ciliares. A mata ciliar, sendo a vegetação florestal que acompanha as margens dos rios, geralmente é estreita, e é comum que essa largura seja proporcional a do leito. Essas áreas atuam como barreira física regulando os processos de troca entre os ecossistemas terrestres e aquáticos. São consideradas áreas de preservação permanente de acordo com a Legislação Federal, ficando proibido, qualquer tipo de intervenção humana.
METODOLOGIA:
Para o levantamento da área de mata ciliar atual, foi considerado apenas a extensão do córrego do Areia à montante da captação da Copasa-MG, ou seja, da sua nascente até o ponto de captação de água, na estação de bombeamento. O córrego possui uma largura média de 4 a 5 metros em todo o percurso, tendo da nascente à captação uma distância em linha reta de 4,6 km. A área é delimitada pelas seguintes coordenadas geográficas: Nascente - Lat: 782912406 e Long: 30157429. Captação - Lat: 783256588 e Long: 30399268. Neste estudo foi demarcado no campo coordenadas geográficas pelo Global Position System (GPS), da marca Garmin etrex 12 channel, como orientação para localização da bacia, marcações de possíveis pontos de ações antrópicas impactantes e confirmação dos remanescentes nativos. Também foi utilizada câmera digital Fujifilm Fine Pix A200, onde fotografou-se pontos críticos existentes no percurso da área estudada, registrando também a flora local. O mapeamento do curso d’água e da vegetação existente foi feito com base em imagem de satélite Landsat - fonte Embrapa, e para montagem do desenho planimétrico, utilizou-se do aplicativo Autocad-2004. Um cadastramento das propriedades rurais que fazem divisa com o manancial em questão foi realizado, visando colher informações sobre uso e ocupação do solo às margens do curso d’água.
RESULTADOS:
Ao longo do trecho em estudo, foram encontrados 16 pontos apresentando ação antrópica impactante, em diferentes estágios de degradação. Estes pontos somam uma área de 4.5390 ha. A área de preservação permanente definida por Lei para o córrego do Areia, corresponde a no mínimo 60.0023 ha. A existência 93.6198 ha de remanescente nativo mostra que a área encontra-se acima do limite previsto pela Legislação Federal em vigor, que determina que todo rio com largura de até 10 metros, como é o caso, deve possuir faixa de 30 metros, no mínimo, de mata ciliar acompanhando cada uma das suas margens, dentro da área de preservação permanente. A área correspondente aos pontos de ação antrópica impactante, tem a necessidade de sofrerem medidas que visam à recuperação da mata ciliar, visto que, são focos de degradação que aparecem dentro da própria área de preservação permanente e estes, se não recuperados, podem gerar novos pontos de degradação.
CONCLUSÕES:
O Emprego desta metodologia mostrou-se eficaz, porque foi executado trabalho in loco com o auxilio de imagem de satélites. Ficou evidente o estado de conservação da área de remanescente nativo do córrego do Areia. Embora a área que apresenta ação antrópica impactante seja pequena em relação ao total da área preservada, é de extrema importância recuperá-la para a manutenção da qualidade de vida da população do entorno e imprescindível ao desenvolvimento sustentável do município, evitando desequilíbrios ambientais graves, como extinção de várias espécies da fauna e flora, mudanças climáticas locais, erosão dos solos, eutrofização e assoreamento dos cursos d’água, uma vez que o manancial em questão é um dos meios de abastecimento hídrico utilizado pela empresa responsável. Cabe ainda salientar, que esta medida por si só não resolverá todos os problemas referentes a recursos hídricos da região. É preciso que se elabore um plano de manejo que complete toda a bacia do córrego do Areia, tanto nos meios físicos e bióticos quanto, principalmente, no meio socioeconômico.
Instituição de fomento: COPASA-MG E ÁGUA E TERRA PLANEJAMENTO
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Mata Ciliar; Área de Preservação Permanente; Ação Antrópica.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005