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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 2. Medicina Preventiva | ||
A EXPERÊNCIA DO CEARÁ NO RESGATE DE COBERTURA VACINAL DE CAMPANHA DE VACINAÇÃO | ||
Valéria Freire Gonçalves 1 (val@saude.ce.gov.br), Lucianna Leite Pequeno 1, 2, Ângela Maria Farias Memória 1, Dina Cortez Lima Feitosa Vilar 1, Luiza de Marilac Meireles Barbosa 2, Nilce de Matos Nunes 1, Tereza Wilma Silva Figueredo 1, Cícera Borges Machado 1, Jocileide Sales Campos 3 e Lígia Sangiolo Kerr Pontes 4 | ||
(1. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará; Governo do Estado do Ceará; 2. Secretaria de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde - MS; 3. Escola de Saúde Pública do Ceará; Governo do Estado do Ceará; 4. Centro de Ciências da Saúde; Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
Visando o controle de doenças imunopreveníveis, além de se disponibilizar a vacina na rotina, em algumas situações, torna-se estratégico realizar campanha de vacinação para obtenção de resultados de impacto de curto a médio prazos. Com o objetivo de controlar a rubéola e, por conseguinte, prevenir efetivamente a síndrome da rubéola congênita, foi agendada no Ceará, para o período de 15 de junho a 5 de julho de 2002, uma campanha de vacinação contra rubéola para mulheres de 12 a 39 anos. Esperava-se êxito na campanha que deveria alcançar cobertura vacinal elevada de, no mínimo, 95% da população alvo de 1.789.942 mulheres. No entanto, o Ceará não conseguiu a cobertura vacinal satisfatória no período previsto, daí a prorrogação até 19 de julho, não determinando aumento importante do número de mulheres vacinadas. Um total de 1.225.865 mulheres recebeu a vacina, correspondendo a 68%. Dos 184 municípios cearenses, só 9 (5%) conseguiram atingir a cobertura desejada, ou seja, maior ou igual a 95%. Coberturas de 90% a 95%, 80% a 90%, 70% a 80%, 50% a 70% e < 50% foram observadas, respectivamente em 2, 20, 23, 75 e 55 municípios. Diante do quadro desfavorável, a Secretaria da Saúde - SESA decidiu estruturar uma estratégia de resgate da cobertura vacinal. Dessa forma, a finalidade deste trabalho é relatar a experiência do Ceará em relação ao resgate da cobertura vacinal da campanha contra rubéola e os resultados obtidos. |
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METODOLOGIA:
O planejamento do resgate transcorreu de modo intra e intersetorial, integrando todos os setores diretamente envolvidos na coordenação da campanha no âmbito estadual da SESA, a saber, coordenação de políticas em saúde, vigilância epidemiológica, saúde da criança e imunização. Uma vez delineado o plano de ações para o resgate, outros setores da SESA foram chamados para a implementação do mesmo, como a assessoria de comunicação e mobilização em saúde, a coordenação das microrregiões de saúde e todas as 21 microrregiões de saúde. Fazendo parte da divulgação do resgate vacinal, foi produzida uma carta para os prefeitos dos municípios que não tinham alcançado a cobertura satisfatória, solicitando empenho para reversão da situação em tempo hábil. Ainda contatos com a mídia (televisão, rádio e jornal) foram reforçados. Outra estratégia estabelecida foi a formação de equipes compostas por técnicos da vigilância epidemiológica e imunização que foram formadas para prestar assessoria aos municípios, priorizando aqueles mais populosos e com coberturas inferiores a 80%. |
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RESULTADOS:
No período do resgate, foram vacinadas 389.506 mulheres e a cobertura vacinal final chegou a 94,5%. Houve diminuição da incidência da rubéola nos anos subseqüentes, resultando no controle da doença. O Ceará registrava uma média de 400 casos de rubéola anualmente na década de 1990. Em 2001 foram confirmados 417 casos passando para 21 casos em 2002 e apenas 1 caso em 2003. De 2004 em diante, não há confirmação de casos de rubéola em todo o Estado. |
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CONCLUSÕES:
A estratégia adotada para o resgate de não vacinados resultou não só na melhoria da cobertura, mas sensibilizou os atores envolvidos para a manutenção dessas coberturas elevadas, contribuindo para o quadro epidemiológico atual de controle da doença. Recomenda-se que toda nova campanha de vacinação, que tenha como alvo grupo tradicionalmente não trabalhado seja criteriosamente planejada para o alcance da meta, programando-se devidamente o resgate, caso esta não seja atingida. No caso do resgate da vacina contra rubéola, foi muito importante a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a segurança da vacina e o trabalho com as mulheres adultas em relação ao medo da vacina injetável e ao risco teórico do efeito teratogênico da mesma. |
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Palavras-chave: Cobertura vacinal; campanha; rubéola. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |