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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia
ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO ÓLEO DE CANOLA EM FORMAS FARMACÊUTICAS DE APLICAÇÃO TÓPICA.
Karimi Sater Gebara 1 (ksgebara@hotmail.com), Alexandre Bronharo Fioratti 1, Flaviane Cristina de Brito Guzzo 1, Marcel Padovani Giolo 1, Joyce Ruiz Rezende 1 e Selma Lucy Franco 1
(1. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM.)
INTRODUÇÃO:
Veículos oleosos são utilizados em formulações farmacêuticas e cosméticas, agindo como excipientes dessas. A vaselina líquida, pelo baixo custo, é um dos excipientes hidrófobos mais utilizados, tendo como característica ser inerte. Porém, alguns óleos têm em sua composição química a presença de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) que podem apresentar características terapêuticas em alguns casos, como é o caso do óleo de canola, que possui em sua composição quantidades significativas desses componentes. Entretanto esse óleo é pouco explorado para fins farmacêuticos e cosméticos, embora apresente um custo tão quanto ou ainda mais vantajoso em relação à vaselina líquida. A presença desses AG poliinsaturados em formas farmacêuticas tópicas conferem ação antioxidante, prevenindo o envelhecimento cutâneo, e ação hidratante. Além disso, nesse óleo há presença do ácido a-linoléico, o qual se assemelha em sua estrutura à vitamina F, que possui eficácia na medicina interna, dermatologia e cosmetologia, por sua atividade de proteção e manutenção da barreira epidérmica, além de reduzir as rugas por estimular a mitose a nível epidérmico. Como sempre há o interesse em ampliar o arsenal de excipientes utilizados na elaboração de medicamentos, a necessidade de maiores estudos de promissores componentes é de extrema importância.
METODOLOGIA:
Visando então avaliar a utilização do óleo de canola em substituição à vaselina líquida utilizada como excipiente em formas farmacêuticas tópicas, foi utilizado o formulário de manipulados do Laboratório de Manipulação da Universidade Estadual de Maringá. A partir dele, foram selecionadas formas farmacêuticas tópicas que possuíam em sua composição a vaselina líquida, sendo então substituída pelo óleo de canola. Testes físico-químicos com finalidade comparativa foram realizados, sendo eles, ao primeiro momento: determinação do pH, determinação da viscosidade (Visco Star plus - FUNGILAB) e avaliação macroscópica (cremagem, sedimentação, cor e odor).
RESULTADOS:
Foram selecionadas de forma aleatória, seis formulações habitualmente manipuladas no laboratório. Após a realização dos testes propostos obteve-se como resultado em relação à determinação do pH e da viscosidade pouca ou praticamente nenhuma alteração em relação a estas características após a substituição da vaselina líquida pelo óleo de canola. As formulações não apresentaram cremagem ou sedimentação sendo que todas resultaram em formulações, a nível visual, estáveis. A avaliação organoléptica resultou na percepção de que as formulações que se mostravam brancas quando do uso da vaselina líquida se tornaram levemente amareladas quando o componente lipofílico utilizado foi o óleo de canola. Em relação ao odor, foi notado que as formulações que tinham em sua composição o óleo de canola, apresentaram um leve odor (de gordura), que poderia em alguns casos ser desagradável ao paciente que fizesse uso da formulação em locais de alcance do olfato. Uma alternativa para solucionar esse problema seria o acréscimo de um adjuvante à formulação, especificamente um aromatizante.
CONCLUSÕES:
Conclui-se com os resultados obtidos até o momento que a utilização do óleo de canola como excipiente de formulações de aplicação tópica é extremanente favorável. Trata-se de um potencial componente, que além de funcionar como excipiente oleoso, contribui química e farmacologicamente com o medicamento, isso devido ao seu rico conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados, que são provados cientificamente contribuir com a saúde cutânea.
Instituição de fomento: Universidade Estadual de Maringá
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Óleo de canola; Medicamentos manipulados; Vaselina líquida.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005