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C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 5. Imunologia
EFEITO DO TRATAMENTO ORAL COM EXTRATO AQUOSO DE Echinodorus macrophyllus (EAEm) NA RESPOSTA IMUNE HUMORAL DE CAMUNDONGOS.
Amanda Chaves Pinto 1 (mandinhacp@yahoo.com.br), Giselle Cristine Gonçalves Rêgo 1, Alessandra Miranda Siqueira 1, Cynthia Chester Cardoso 2 e Kátia Costa de Carvalho Sabino 1
(1. Departamento de Bioquímica - IBRAG - UERJ; 2. Pós-Graduação em Biologia Parasitária - Departamento de Micobacterioses - FIOCRUZ)
INTRODUÇÃO:
A resistência imunológica oferece duas respostas de defesa principais, a Imunidade Inata e Imunidade Adaptativa (IA), onde a diferença essencial entre elas é o modo como irão reconhecer o antígeno (Ag). Normalmente as duas respostas são acionadas ao mesmo tempo e interagem cooperativamente para aumentar a defesa e proporcionar um mecanismo rápido e específico. A IA pode ser do tipo humoral (RIH), mediada por anticorpos produzidos por linfócitos B, ou celular (RIC), mediada por linfócitos T e células apresentadoras de Ag. Como alternativa terapêutica para melhorar a sintomatologia das doenças, é comum o uso de plantas medicinais pela população, embora existam poucos estudos confirmando o seu potencial. Essas plantas vêm despertando interesse da ciência médica, principalmente no Brasil, por conta da riqueza encontrada em sua vegetação, além do crescente mercado consumidor. A Secretaria da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde vem desenvolvendo medidas políticas para regulamentar a comercialização de produtos denominados de fitoterápicos. Uma dessas plantas utilizadas é o Echinodorus macrophyllus (chapéu de couro), utilizado sob a forma de infusão das folhas, como diurético, antiartrítico, antinefrítico e antilitíase. No Brasil, esta planta é encontrada numa bebida refrigerante comercializada. Este trabalho teve como objetivos verificar o efeito do extrato aquoso do E. macrophyllus (EAEm) sobre a RIC e RIH.
METODOLOGIA:
O extrato das partes aéreas do Em foi preparado utilizando 50 mg de erva/mL de água fervente e mantido abrigado da luz por 15 horas, em temperatura ambiente. Posteriormente foi filtrado e liofilizado (EAEm). Camundongos SW fêmeas, de 3 a 4 meses, foram tratados oralmente com doses de EAEm a 0,5; 5 e 50 mg/kg p.c. e dexametasona 1 mg/kg p.c., em solução etanol 15% (veículo), por 7 dias. Para RIC, foi avaliado o edema de pata (por pletismômetro) e infiltração de leucócitos na pata (por histopatologia), na resposta de hipersensibilidade tardia a hemácias de carneiro (DTH a SRBC). O modelo consiste em duas imunizações com SRBC, a primeira (108 SRBC/200 μL, subcutânea, na nuca) no dia 2 do tratamento e a segunda (108 SRBC/25 μL, subcutânea, na pata posterior esquerda), cinco dias após a primeira. No 8º dia, os animais tiveram o edema avaliado, eram sacrificados e a pata edemaciada retirada para processamento. Os resultados do DTH foram expressos em índice de edema em percentagem em relação ao grupo veículo (IEd.). Para RIH, foi avaliado a produção de Ag anti-SRBC 8 dias após a imunização intraperitoneal no 1o dia de tratamento, contendo 2,5x108 SRBC/200 μL. No dia 8, os animais eram anestesiados, sangrados e sacrificados. Após obtenção do soro e sua inativação, as amostras tiveram seus níveis de Ac dosados por hemaglutinação, em solução final de SRBC 1%. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05, avaliados pelo teste de Dunnet.
RESULTADOS:
O IEd. para o grupo controle foi de 42,66 ± 18,37% (N=34), enquanto os grupos com as doses do EAEm de 0,5; 5 e 50 mg/kg p.c. apresentaram IEd.de 27,87 ± 17,79% (N=23); 30,13 ± 20,25% (N=29) e 44,58 ± 21,47% (N=31), respectivamente. O grupo tratado com dexametasona 1 mg/kg p.c.. mostrou IEd. de 5,85 ± 5% (n=27). Com isso as doses significativas, que demostraram uma redução no edema de pata foram 0,5 e 5 mg/kg p.c. (34,67 e 29,37%, respectivamente), além da dexametasona (86,26%). Esses resultados são confirmados pela análise histológica da pata imunizada dos animais de cada grupo, onde foi possível observar diminuição do infiltrado leucocitário. Os soros dos animais tratados apenas com o veículo apresentou título de Ac médio de 256 ± 147 (N=10). Os grupos testados com o EAEm nas doses de 0,5; 5 e 50 mg/kg p.c. apresentaram títulos de 122 ± 69 (N=12),; 221 ± 160 (N=11) e 152 ± 67 (N=8), respectivamente. O grupo Dexametasona apresentou título de 80 ± 39 (N=6). Apenas a dose de 0,5 mg/kg p.c. e o controle negativo foram capazes de alterar a titulação de Ac de maneira significativa, com diminuição de 52,07 e 68,75% da resposta.
CONCLUSÕES:
O EAEm contem substâncias imunomodulatórias capazes de reduzir a RIC in vivo (no modelo de DTH a um antígeno T-dependente), além de induzir uma supressão sobre a função in vivo de células B (resultando em uma redução da produção de anticorpos), no ensaio de hemaglutinação.
Instituição de fomento: SR2 - UERJ e FAPERJ
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Echinodorus macrophyllus; Hipersensibilidade tardia; Hemaglutinação.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005