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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
PREVALÊNCIA DE LOMBALGIA EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE FORTALEZA.
Aurileide Varela Martins 1 (leidevarela@hotmail.com), Arisa Nara Saldanha de Almeida 1, Erica Vanessa Freire de Castro 1, Mônica Pinheiro Andrade 1, Àdla Nêmia Saldanha de Almeida 2 e Ana Claudia de Souza Leite 3
(1. Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Pós-Graduanda em Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 3. Profa. Dra. do Depto. da Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Dentre as dores crônicas, a lombalgia vem sendo considerada a mais insidiosa e debilitante. Aproximadamente 80% das pessoas apresentam ou vão apresentar este sintoma em algum momento da vida, sendo a causa mais comum de incapacidade abaixo dos 45 anos, em alguns países. Este tipo de dor traduz os sinais de sofrimento manifestados pela coluna vertebral, em geral, provocada por excessos em levantamento de objetos pesados, posturas incorretas por muito tempo, fadiga da musculatura e as más condições de trabalho. Na área de saúde, o hospital possui estruturas de alto nível de complexidade e diversidade de serviços, expondo aos seus trabalhadores numerosos fatores de risco para a saúde. Então, como prevenir o aparecimento de lombalgias ocupacionais em profissionais de enfermagem? Quais os parâmetros que subsidiam a análise do aparecimento desta sintomatologia nestes profissionais? Estas questões iniciais, oriundas de uma preocupação contextual no bojo das atividades de pesquisa do Projeto “Fatores Ergonômicos em profissionais de enfermagem” desencadearam o estudo da prevalência da lombalgia em profissionais de enfermagem em um hospital público de Fortaleza. Este estudo, permitirá visualizar a dimensão coletiva na qual se insere, relacionando os agravos à saúde e buscando responder quem, onde e quando ocorre a lombalgia. Tem como objetivo estimar a prevalência de profissionais de enfermagem de Hospitais Públicos com história referida e/ou diagnosticada de lombalgia.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. A casuística incide sobre os profissionais de enfermagem de um hospital público de Fortaleza, tendo como critério de inclusão todos profissionais de enfermagem que aceitarem participar da pesquisa durante os meses de janeiro a março de 2005. O local de pesquisa deverá ter como critério de inclusão a capacidade operacional de prestação de assistência a pacientes com média e alta dependência física. Buscar-se-ão todos os profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) de um hospital público de Fortaleza para a quantificação daqueles que possuem lombalgia. Será aplicado questionário semi-estruturado com duas partes. A primeira parte com questões fechadas buscando dados sócio-demográficos, formação acadêmica e tempo de exercício profissional e a quantificação dos profissionais de enfermagem com história referida e/ou diagnosticada de dor lombar. Os dados foram organizados em tabelas e quadros com dados absolutos e relativos para descrição e análise estatística.
RESULTADOS:
Do universo de 283 profissionais de enfermagem: enfermeiros, auxiliares e técnicos, foram entrevistados 27,9% (79). Desta amostra, cerca de 68,3 % (54) referiram ter lombalgia, sendo que a maioria é auxiliar de enfermagem 56,0% (30), do sexo feminino 48,1% (26), solteiro 27,8% (15), com ensino médio completo, 40,7% (22). Quanto à situação ocupacional, 25,9% (15) têm mais de dez anos de exercício profissional, 29,6% (16) têm mais de dois anos de tempo de exercício na Instituição de Saúde pesquisada, trabalhando na Unidade de Terapia Intensiva Adulto 27,0% (20) e na Clínica Cirúrgica, 14,8% (11) durante cerca de 42 a 54 horas de trabalho semanais 37,0% (20). A maioria sentiu dor lombar 61,1% (33) a partir do último ano, com cerca de mais de três episódios 38,8% (21). Em média, 92,5% (50) referiram sentir dor no momento da entrevista. A sintomatologia dolorosa referida pela maioria dos profissionais ocasionaram a ausência 27,7% (15) e licenças 18,5% (10) no trabalho.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que há uma elevada prevalência de lombalgia em profissionais de enfermagem, em particular em profissionais auxiliares que exercem atividades em setores hospitalares de alta complexidade. Esses setores requerem cuidados intensivos aos pacientes e isto inclui o uso, também, do corpo do profissional para realizar estas atividades. Supõe-se que fatores ergonômicos devam estar relacionados ao aparecimento da lombalgia, necessitando, assim, serem investigados em posteriores estudos.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Lombalgia; Enfermagem; Prevalência.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005