IMPRIMIR VOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
ESTUDO DAS ATIVIDADES CITOTÓXICA E ANTIMICROBIANA DE Cleome spinosa ESPÉCIE NATIVA DO MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA
Denise Alves dos Santos 1 (denisedance@bol.com.br) e Jane Eire Silva Alencar de Menezes 1
(1. Faculdade de Educação de Itapipoca / FACEDI-UECE)
INTRODUÇÃO:
A utilização de plantas no tratamento das enfermidades remonta as mais antigas épocas, há registros de que se originou nas tradições milenares da China e Índia. No entanto, alguns pesquisadores acreditam que surgiu quando, o homem primitivo ao procurar plantas para seu sustento, foi descobrindo o poder de cura destas, adotando-as como solução curativa para suas mazelas. Esta forma de tratamento, chamada Fitoterapia, é usada no mundo inteiro. Há algum tempo atrás era praticada principalmente pela população rural e mais carente, hoje em dia, os simpatizantes dessa medicina complementar são pessoas com níveis elevados, de educação e de renda. A espécie Cleome spinosa pertence a família Caparaceae, é popularmente conhecida como mussambê e trata-se de uma planta encontrada em vegetação de áreas alagadas, com hábito perene/anual, terrestre e na forma sub-arbustiva. As partes mais utilizadas desta espécie são as raízes e flores. Sua indicação terapêutica específica na medicina popular é no tratamento das glândulas do sistema endócrino, nas enfermidades do sistema respiratório e também na forma de antiinflamatório em infecções diversas.
METODOLOGIA:
As raízes (250 g) e flores (120 g) de C. spinosa, coletadas em Itapipoca-Ce em março de 2004, cuja exsicata (32.800), identificada pelo Prof. Edson Nunes, está depositada no Herbário Prisco Bezerra da UFC, foram secas à temperatura ambiente e submetidas à extração com etanol a frio, fornecendo 36,6 g e 12,0 g de extrato, respectivamente. Com esses extratos foram realizados testes biológicos. No teste de Citotoxicidade são selecionadas para o bioensaio as larvas do mosquito da dengue no terceiro estágio. Os extratos foram solubilizados em dimetilsulfóxido e posteriormente diluídos em água, para obtenção das soluções nas concentrações de 500, 250, 100, 50 e 10 ppm, com as quais foram feitas triplicatas em frascos apropriados e nestes colocadas 50 larvas. Após 24 horas, foi feita a análise da mortalidade, pela contagem das larvas sobreviventes. Para o teste da atividade antimicrobiana, suspensões microbianas constituídas de cinco espécies de microorganismos, Candida albicans, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Salmonella cholerae-suis e Escherichia coli, foram semeadas na superfície de Agar. Sobre o meio semeado foram feitos poços. Nesses poços foram aplicados 25 mL das diferentes concentrações dos extratos, bem como o controle negativo e positivo. As placas permaneceram incubadas por um período de 18 a 20 horas a uma temperatura de 35 0C, com a leitura dos halos de inibição feita transcorrido esse tempo.
RESULTADOS:
O teste Citotóxico frente às larvas de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue revelou atividade importante, com um potencial citotóxico dos extratos das raízes e flores de Cleome spinosa testados, apresentando um valor de DL50 = 28,1 e 33,1 ppm, respectivamente. Os resultados alcançados nesse teste sugerem a importância destes extratos como possíveis agentes larvicida naturais. Para o teste da atividade antimicrobiana, as bactérias Gram (+) Staphylococus aureus e Gran (-) Escherichia coli, conhecidas por apresentarem resistência a muitas drogas comercializadas e serem causas freqüentes de infecções hospitalares, mostraram-se sensíveis ao extrato etanólico das raízes testado. O microorganismo mais sensível ao extrato etanólico das flores, foi à bactéria Escherichia coli. Os outros três microorganismos testados, Salmonella cholerae-suis, Pseudomonas aeruginosas e a levedura Candida albicans, apresentaram resultados inferiores em relação aos demais, nos dois extratos testados.
CONCLUSÕES:
Os resultados preliminares alcançados com o estudo fitoquímico/biológico de Cleome spinosa, justificam a sua continuidade, principalmente a outras partes da planta e também estimula a extensão do estudo químico de outras espécies do gênero e também as demais espécies presentes nesta região. O potencial citotóxico dos extratos testados foi avaliado frente a larvas de Aedes aegypti apresentando moderada toxicidade. A atividade antimicrobiana dos referidos extratos foi bastante significativa, frente a bactérias e fungos nas cepas em que foram testados, sendo que a atividade frente à bactéria Gran (-) Escherichia coli foi entre todas a mais relevante.
Instituição de fomento: UECE
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Cleome spinosa; Atividade Citotóxica e Antimicrobiana; Itapipoca.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005