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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 1. Crescimento, Flutuações e Planejamento Econômico | ||
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DO MARANHÃO E POTENCIAL DE CONTRIBUIÇÃO PARA O COMÉRCIO EXTERIOR. | ||
Wenceslau Almada Pessoa Neto 1 (wapn14@yahoo.com.br) e Luzia Lima Guimarães 1 | ||
(1. Departamento de Ciências Sociais, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA) | ||
INTRODUÇÃO:
O apoio aos Arranjos Produtivos Locais tem sido alvo de estudos acadêmicos na atualidade. Tais estudos dão especial atenção ao diferencial de desenvolvimento socioeconômico que estas aglomerações podem criar nas localidades em que se assentam e, sobretudo, às redes de cooperação que subsidiam o seu surgimento e crescimento. Os Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas que se localizam em um determinado território e envolvem o apoio de agentes econômicos, políticos e sociais, buscando vínculos de interdependência e visando à aprendizagem e à cooperação para aumentar a competitividade e incrementar a produção. Neste contexto, o desenvolvimento do comércio internacional dos APLS se converte num instrumento indispensável para maximizar a competição e a produção. Este trabalho objetivou identificar as exportações realizadas pelos setores nos quais foi mapeada a presença de Arranjos Produtivos Locais (APLS). Buscou-se, assim, identificar o potencial competitivo dos APLS, considerando a variável exportação. |
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METODOLOGIA:
Em um mapeamento preliminar, verificou-se que o Maranhão, através de um programa institucional do Governo do Estado do Maranhão e do Sebrae-MA, caracterizou como APLS os segmentos produtivos do babaçu, mel, leite, ovinocaprinocultura, cerâmica vermelha, pecuária de corte, caju, cachaça, madeiras e móveis, turismo e artesanato, caranguejo e pesca artesanal. Além disso, constam como APLs potenciais para o estado a construção civil, grãos/soja, frutos naturais e a mínero-metalurgia, definidos por uma prospecção realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão. Para analisar a variável exportação, foram catalogadas todas as empresas exportadoras do estado no último triênio, com base nos dados fornecidos pelo SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) e pelo Radar Comercial. O SISCOMEX é uma ferramenta que oferece informações oficiais da Secretaria de Comércio Exterior, da Secretaria da Receita Federal e do Banco Central do Brasil. O Radar Comercial, por seu turno, é um instrumento de consulta a uma base de dados sobre comércio exterior que disponibiliza dados agregados e categorizados sobre setores exportadores. Outrossim, a fim de complementar informações para o estudo, foram realizadas entrevistas com especialistas na área de APLS e Comércio Exterior das entidades mencionadas. Os dados tratados consideraram os diferentes segmentos produtivos e regiões maranhenses. |
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RESULTADOS:
Embora tenha sido verificada a realização de exportações em alguns setores e regiões em que foram mapeados os APLS, as exportações maranhenses são caracterizadas pela presença de grandes empresas exportadoras, sobretudo de commodities, o que explica a posição do Maranhão em segundo lugar entre os estados do nordeste que mais exportam. A maioria das empresas exportadoras está concentrada na capital São Luís, sede regional das grandes empresas. Os municípios de Buriticupu, Imperatriz e Açailândia, entretanto, destacam-se em seguida, mostrando a força da região Tocantina e Pré-Amazônia, uma região onde se encontram vários Arranjos Produtivos Locais. Foi possível levantar indicadores que revelaram o potencial de exportação das regiões onde existem empresas exportadoras. A utilização de dados oficiais eliminou do estudo as exportações realizadas por meio de intermediários de outras unidades da Federação. As entrevistas realizadas com técnicos, porém, permitiram verificar que alguns segmentos produtivos, tais como o da apicultura e o do artesanato, apresentam exportações por meio de empresas de outros estados do Nordeste e mesmo do Sul do Brasil. |
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CONCLUSÕES:
As exportações maranhenses têm um peso significativo, considerando a participação do Nordeste, e isto se deve à participação de grandes empresas exportadoras de commodities. Porém, o resultado da pesquisa sobre o potencial de exportação no Maranhão revelou que certos setores produtivos, nos quais se identificou a presença de APLS, detêm um grande potencial exportador a ser explorado. O apoio às exportações nesses segmentos específicos pode se constituir em um diferencial de desenvolvimento socioeconômico, notadamente caso se considere o impacto que o fortalecimento dos arranjos representaria nas comunidades em que se assentam. |
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Instituição de fomento: UEMA | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS; COMÉRCIO EXTERIOR; MARANHÃO. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |