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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia
OBTENÇÃO DE LACTONA SESQUITERPÊNICA DE Tanacettum parthenium
Lara Zampar Serra 1 (pequena_lara@hotmail.com), Izabel Cristina Piloto Ferreira 1, Diógenes Garcia Cortez 1 e Celso Vataru Nakamura 4
(1. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM.; 2. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM.; 3. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM.; 4. Departamento de Análises Clínicas, Universidade Estadual de Maringá - UEM.)
INTRODUÇÃO:
Tanacetum parthenium, pertencente à família Asteraceae, é popularmente conhecida como tanaceto, matricária, atanásia, artemísia. É uma árvore herbácea perene, medindo 30 a 80 cm de altura. Floresce no verão e o fruto é um aquênio. O Tanaceto é oriundo da região dos Bálcãs e pode ser encontrada em toda a Europa. O gênero Tanacetum compreende cerca de 150-200 espécies de plantas, que incluem membros da família das margaridas. Essa planta é empregada comumente no tratamento de enxaqueca, tinido auditivo, vertigem, artrite, febre, distúrbios menstruais, dificuldades no parto, dor estomacal, odontalgia e picada de insetos. A Farmacopéia Britânica cita o T. parthenium, como fitoterápico tradicional, utilizado no tratamento profilático de enxaquecas e seu efeito é atribuído às lactonas sesquiterpênicas da planta, especialmente o partenolídeo. Trabalhos mais recentes apontam grande potencial da planta para o tratamento de doenças tropicais importantes causadas por protozoários, como em leishmanioses, malária e doença de chagas. Assim o objetivo deste trabalho foi a otimizacão na obtenção da lactona sesquiterpênica(partenolideo) como marcador químico visando auxiliar o controle de qualidade dos fitoterápicos e na avaliação do potencial biológico.
METODOLOGIA:
A matéria prima utilizada neste estudo constitui-se do pó das partes aéreas do Tanacetum parthenium, fornecido por Herbarium Laboratório Botânico Ltda (referência 13619, lote 166871) que utiliza esta matéria prima para a fabricação do fitoterápico Tanaceto na forma de cápsulas gelatinosas de 200 mg. Realizou-se a maceração à temperatura ambiente utilizando uma solução hidroalcoólica como solvente, na proporção etanol:água 90:10 v/v sob agitação durante 4 horas. O processo foi repetido por exaustão até o esgotamento da planta. Posteriormente realizou-se a filtração. O filtrado foi concentrado sob pressão reduzida em rotaevaporador e liofilizado. O extrato liofilizado foi fracionado utilizando-se diversas cromatografias de coluna de adsorção sob pressão reduzida empregando solventes de grau crescente de polaridade.
RESULTADOS:
O processo de extração por maceração até esgotamento de 1000g das partes aéreas da espécie vegetal Tanacetum parthenium e o fracionamento utilizando diversas cromatografias de coluna e solventes de grau crescente de polaridade permitiram o isolamento do partenolídeo e duas outras lactonas sesquiterpênicas ainda não identificadas. O partenolídeo foi isolado da fração diclorometano sendo identificado através das análises dos dados espectrais de RMN1H e RMN13C, COSY, HMQC que foram comparados com os valores encontrados na literatura. No espectro de RMN1H (300 MHz, CDCl3) foram observados dois singletos em δH 1,31 e 1,72, atribuídas as metilas em C-4 e C-10 respectivamente. Foram verificados sinais de hidrogênio olefínicos em δH 5,21 (1H, dd, J=12 e 2,7Hz) atribuído ao H-1 e em δH 6,34(1H, d, J= 3,6Hz) e δH 5,62(1H, d, J= 3,0Hz) atribuídos aos prótons geminais H-13a e H-13b. Foram evidenciados sinais de prótons carbinólicos em δH 2,79(1H, d, J= 9,0Hz) e δH 3,86(1H, t, J= 8,4Hz) atribuídos aos H-5 e H-6 respectivamente. Todos os deslocamentos químicos referentes aos hidrogênios metilênicos da estrutura sesquiterpênica foram observados. O rendimento do partenolídeo puro obtido foi de 03%.
CONCLUSÕES:
Conclusão: O método baseado em cromatografia em coluna de adsorção sob pressão reduzida mostrou-se ser eficiente para a separação de lactonas sesquiterpênicas das partes aéreas deTanacetum parthenium. O bom rendimento obtido, utilizando a extração por maceração, do marcador químico partenolídeo poderá auxiliar na padronização de técnicas de validação de metodologia analítica para o controle de qualidade deste fitoterápicos.
Instituição de fomento: Fundação Araúcaria
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Tanacetum parthenium; Lactona sesquiterpênica; Asteraceae.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005