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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Copaifera langsdorffii (COPAÍBA) LEGUMINOSAE - CAESALPINOIDEAE
Aline Alves da Cruz 1 (linnealves@bol.com.br), Inarê Costa Simões 1, Reginaldo Conceição Cerqueira 1 e Alessandra Terezinha Chaves Cotrim Reis 2
(1. Depto. Ciências Humanas, Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Campus IX; 2. Centro de Recursos Ambientais - CRA/BASE CERRADO)
INTRODUÇÃO:
O crescente interesse em espécies florestais nativas para usos econômicos e conservacionistas deve ser acompanhado de conhecimentos básicos sobre a sua fisiologia e o seu manejo. Dentre as espécies florestais, a Copaifera langsdorffii (Copaíba) apresenta ampla distribuição no Brasil, ocorrendo em mata de galeria, mata mesofítica de interflúvio, cerradão distrófico e cerrado. Caracteriza-se por ser uma árvore de grande importância ecológica e econômica, podendo ser recomendada para paisagismo em arborização rural e urbana, utilizada também para plantios em áreas degradadas. Fornece madeira para utilização em construção civil e marcenaria. Da casca extrai-se um corante amarelo utilizado em tinturaria, sendo fornecedora também de óleo-bálsamo, que é exudado da planta quando se perfura o tronco. Este óleo pode ser utilizado como matéria-prima para fabricação de vernizes, perfumes, tintas e outros. Como medicinal, o óleo é usado contra problemas pulmonares, antiflamatório, anticancerígeno e cicatrizante. Tendo em vista o seu potencial, o extrativismo contínuo tende a diminuir a ocorrência desta espécie no cerrado. No entanto, a sua produção e cultivo, torna-se uma atividade dificultada pela dormência tegumentar da semente. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes métodos a serem utilizados na superação da dormência da Copaifera langsdorffii (Copaíba), a fim de facilitar sua propagação.
METODOLOGIA:
A fim de comparar os métodos de superação de dormência exógena da semente de Copaifera langsdorffii (Copaíba), foi conduzido o experimento no Viveiro de Pesquisa e Produção de Plantas Nativas do Cerrado na UNEB/Barreiras/Bahia. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos: T1 - Testemunha, T2 - Escarificação mecânica (desponte) e imersão em H2O por 24h, T3 - Escarificação mecânica (desponte); T4 Escarificação química (imersão em H2SO4 por 5 min a 50%), - T5 - Escarificação física (choque térmico a 90ºC por 1 min), com quatro repetições, distribuídas em bandejas contendo areia lavada como substrato. Para cada parcela experimental utilizou-se de 20 sementes. As bandejas foram dispostas aleatoriamente, em bancadas dentro do viveiro com sombrite de 50% de sombreamento. O experimento foi acompanhado durante 100 dias e os parâmetros avaliados foram: índice de velocidade de emergência (IVE) e a porcentagem de germinação, cujos dados foram transformados em arco-senǿ √(p/100), para efeito de análise estatística. Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as medidas comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Dentre os tratamentos realizados, foi constatado que o T3 (escarificação mecânica) apresentou um melhor Índice de Velocidade de Emergência (IVE) com média de 0,62, tendo início aos 14 dias, seguidos de T2 (escarificação mecânica com imersão em água por 24 horas) com 0,48, não diferindo entre si. Enquanto que T4 (imersão em H2SO4 50% por 5 minutos) 0,36; T1 (testemunha) 0,34 e T5 (choque térmico a 90º C por 1 minuto) 0,31 apresentaram menores IVE, não diferindo entre si, nem do T2 de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade. Quanto à taxa de germinação, esta variou de 67,50% (em T2) até 88,75% (em T4), contudo observou-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos. Apesar do tratamento das sementes com escarificação mecânica não ter mostrado uma taxa de germinação superior aos outros tratamentos (87,50%), este mostrou maior velocidade de emergência das plântulas, assim como em menor tempo e maior uniformidade, já que a emergência da testemunha se estendeu até aos 94 dias. Diante do exposto, pode-se afirmar que a escarificação mecânica do tegumento das sementes desta espécie aumenta a sua permeabilidade, permitindo a embebição da água e a aceleração da germinação.
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, recomenda-se o uso de escarificação mecânica como método para a superação da dormência tegumentar em Copaifera langsdorffii por apresentar uma maior velocidade e uniformidade de germinação, e significativa taxa de germinação, além de se tratar de um método simples, eficaz, de baixo custo e que pode ser utilizado seguramente pelos viveiristas, sem causar danos físicos a eles ou ao meio ambiente.
Instituição de fomento: CRA/BASE CERRADO, RDM e FAPESB
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Copaíba; Extrativismo; Superação de Dormência.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005