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G. Ciências Humanas - 5. História - 7. História Política | ||
O PÓS GUERRA FRIA E OS NOVOS REGIONALISMO | ||
Dulcinéa Duarte de Medeiros 1 (dulciduarte@yahoo.com.br) | ||
(1. Departamento de História, Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ) | ||
INTRODUÇÃO:
IO presente trabalho é um recorte do projeto de Iniciação Científica intitulado: Mercosul: novos regionalismos, desenvolvido sob a orientação da Profa. Dra. Miriam Saraiva. Neste investigamos de que forma, e em que medida a formação dos blocos econômicos, em especial o Mercosul, tem contribuído para o redesenho do mapa geo-político mundial, constituindo o que denominamos novos regionalismos. O recorte aqui apresentado enfocará como as mudanças conjunturais, principalmente o fim da Guerra Fria, a transição para a economia de mercado e a reforma do Estado na América Latina, tem influenciado nos projetos de integração. A elaboração de estratégias de cooperação regional na América Latina ganham força principalmente no segundo pós guerra. No que diz respeito ao Cone Sul ganham maior concretude nas elaborações teóricas cepalinas, na qual a criação de mercados e o Estado tem papel de destaque. O fim da Guerra Fria é um marco importante, põe fim às limitações de uma ordem bipolar marcando o início de uma nova ordem nascida sob a égide do neo-liberalismo na qual os processos de regionalização destacam-se. A transição para a economia de mercado e a reforma do Estados serão fundamentais nos rumos que os processos de integração irão tomar. Na nova ordem vigoram valores políticos muitos distintos daqueles que foram centrais na formação dos Estados latinos americanos, principalmente no que concerne ao papel do Estado. A presente pesquisa contribui para a leitura deste novo cenário. |
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METODOLOGIA:
A primeira etapa de nossa pesquisa foi constituída de leituras sobre as teorias das Relações Internacionais enfocando os tipos de relações que podiam ser estabelecidas e como elas vinham se modificando no decorrer do tempo, e por leituras sobre os tipos de integração regionais existente. Buscamos historicizar tanto as teorias de integração quanto a realização de diferentes projetos, procurando aclarar suas origens e seus objetivos. A segunda etapa constituiu-se da digitação de notícias extraídas de diferentes periódicos, nacionais e europeus, coletados a partir de 1999 até os dias de hoje, que abordavam o campo das Relações Internacionais. As fontes primarias possibilitaram uma leitura instantânea das etapas dos processos de integração, ou seja, mais próximas do momento no qual ocorriam. No caso da União Européia este é um dos poucos procedimentos procedimento que permite a atualização constante sobre o processo ao passo que ele avança velozmente. Pudemos observar também que os jornais retratavam a lentidão com a qual avançam os processos na América Latina e em que obstáculos eles esbarram. A terceira etapa do projeto constitui-se da elaboração de um trabalho monográfico, de onde retiramos a temática hora apresentada, a respeito de um dos diversos aspectos das Integrações Regionais, objetivando o aprofundamento e a mediação com uma abordagem mais ampla que compreende a formação de blocos quanto uma regionalização do espaço mundial uma tendência cada vez mais forte. |
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RESULTADOS:
Ao realizarmos as referidas leituras pudemos observar que existem diversas teorias das relações internacionais, e cada uma delas tem uma abordagem específica a respeito das integrações econômicas. Neste aspecto o texto A Procura de uma Teoria de Integração Econômica de Bela Balassa foi bastante elucidativo, porque além de fazer uma balanço historiografico das teorias de integração econômica aborda especificamente a integração nos países em desenvolvimento, e conclui que ainda são necessárias mais pesquisas empíricas a respeito do tema. As leituras sobre as origens e objetivos dos organismos de integração econômica resultaram em um panorama geral da passagem de uma geo-política cujas fronteiras são a dos Estados Nacionais para uma geo-política cujos marcos são os bloco econômicos, foi possível também constatar as diferenças nos projetos de integração, principalmente nos casos americano e europeu, que fica bastante claro quando se compara o projeto do NAFTA ou da ALCA à União Européia. A sistematização dos recortes de jornais permitiu observar, por parte da imprensa, uma posição favorável á integração econômica latino-americana, sobretudo, ao Mercosul, e uma polarização entre a aproximação do Brasil junto a Alca ou a União Européia. A elaboração do trabalho monográfico, que ainda está em fase de conclusão, já aponta que a mudança no panorama político do Brasil com a eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva conferiu um outro status e sentido a integração. |
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CONCLUSÕES:
Ressaltamos que os jornais são uma fonte riquíssima para o historiador, sobretudo, no que diz respeito a da história do tempo presente. Constatamos que a leitura da conjuntura mundial no pós Guerra Fria é muito mais complexa, findada a polarização leste/oeste os intelectuais tiveram que atentar para novos aspectos. Hoje, há uma vasta elaboração sobre como os diferentes modelos de capitalismos existentes, sobretudo o caso norte-americano e o europeu, determinam as posturas frente aos países periféricos. O fim do bloco soviético redimensionou o papel da América Latina nas relações internacionais, o insucesso das políticas de desenvolvimento e a conjuntura internacional retirou dos Estados sua pouca autonomia. O modelo de integração da América Latina no início de 1990, é diferente do proposto nas décadas de 1960 pelos teóricos da Cepal. Hoje, trata-se de um modelo de integração às economias centrais baseado na idéia da competitividade, atraindo capitais externos. A mudança na natureza da integração tornou o comércio com a América Latina mais vantajoso, resultando na busca por aproximações, tanto por parte do governo norte-americano através da ALCA, quanto por parte da União Européia. No governo Lula há uma maior aproximação com o modelo europeu, diferentemente do presidente anterior. As campanhas contra a Alca, apoiadas pelo partido do presidente, o retardamento nos processos de negociação da Alca, e o aumento do volume de exportação para a União Européia, são expositivas. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Mercosul; Regionalismos; Guerra Fria. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |