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E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 1. Aqüicultura
EFEITO DA SALINIDADE NA SAÚDE E DESENVOLVIMENTO LARVAL DE Macrobrachium amazonicum (CRUSTACEA, PALAEMONIDAE).
Sarah de Paiva Sales 1 (sarah_paiva@hotmail.com) e Célia Maria de Souza Sampaio 1
(1. Lab. de Carcinicultura, Instituto Superior de Ciências Bipomédicas, Universidade Estadaula do Ceará)
INTRODUÇÃO:
Macrobrachium amazonicum é a espécie preferida atualmente para cultivo devido ao seu rápido crescimento e fácil manutenção em cativeiro e por isso tem despertado a necessidade do domínio da metodologia da produção de larvas e adultos em escala comercial. Larvas de M. amazonicum necessitam de água salobra durante seu desenvolvimento larval, além de cuidados excessivos com a qualidade da água e a alimentação. Este trabalho teve como objetivos analisar o efeito da salinidade, temperatura, pH, amônia e nitrito na saúde, sobrevivência e desenvolvimento larval de M. amazonicum, assim como determinar a faixa ideal de salinidade para a larvicultura desta espécie.
METODOLOGIA:
Os animais utilizados neste experimento foram coletados na Lagoa do Catu no município de Aquiraz, Ceará e transportados para o Laboratório de Carcinicultura da Universidade Estadual do Ceará. Fêmeas ovígeras em boas condições com ovos em estágio final de desenvolvimento embrionário foram separadas em aquários de vidro com água doce filtrada e aeração. Diariamente, as fêmeas foram alimentadas com ração para animais aquáticos. Após a eclosão as larvas foram atraídas com um foco de luz e sifonadas para outro aquário onde permaneceram até atingirem o segundo estágio e, então, foram distribuídas em 30 béqueres de 20 mL, contendo água em diferentes salinidades. Foram utilizados cinco tratamentos, ou seja, cinco salinidades (0‰ 4‰, 8‰, 12‰ e 16‰) e seis repetições de cada tratamento. Foram realizadas três observações diárias a cada oito horas, ou seja, às 7: 00 h, 15: 00 h e 23: 00 h. Durante as observações foram determinados para um béquer controle, o pH, a temperatura e a mortalidade. Diariamente, após a primeira observação as larvas foram submetidas à analise de saúde e em seguida alimentadas com náuplios de Artêmia sp. Foi determinada para a água descartada de cada salinidade a amônia e nitrito.
RESULTADOS:
A temperatura média variou de 28,5  0,6 ºC e 29,5  0,5 ºC; portanto, dentro da faixa ideal de temperatura para larvicultura de M. amazonicum. O pH médio variou de 7,0  0,2 e 8,7  0,3, acima da faixa ideal para M. amazonicum, afetando a toxicidade da amônia e do nitrito e influenciando a sobrevivência das larvas. A amônia média e o nitrito médio variaram de 0,87  0,33 a 1,48  0,53 ppm e de 0,58  0,82 a 1,24  1,00 ppm chegando a picos de 2,5 e 3,2 ppm, respectivamente, apresentando-se letal apenas para as larvas da salinidade 12‰. Não foi observada diferença estatística significativa para temperatura, pH, longevidade média e saúde, entre as salinidades 4, 8, 12 e 16‰, porém não foi observada sobrevivência de larvas de M. amazonicum na salinidade 0‰.
CONCLUSÕES:
A temperatura manteve-se dentro da faixa recomendada para larvicultura de M. amazonicum influenciando de forma positiva na velocidade do desenvolvimento larval, que teve duração de 15 dias nos três experimentos realizados.Os valores de pH oscilaram fora da faixa recomendada para larvicultura de M. amazonicum causando aumento da toxidade dos compostos nitrogenados e afetando a taxa de sobrevivência das larvas deste experimento. As larvas de M. amazonicum apresentaram-se resistentes a níveis de amônia e nitrito, muito acima do considerado letal, sem sofrerem nenhum tipo de dano às suas características morfofisiológicas. Não foi observada diferença estatística significativa na longevidade média e saúde entre as salinidades utilizadas. Desta maneira, a salinidade 8‰ é a mais recomendada para larvicultura de M. amazonicum, haja vista que apresentou a maior taxa de sobrevivência chegando a 83,3% e os menores valores de amônia e nitrito.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Macrobrachium amazonicum; Larvicultura; Salinidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005