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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia | ||
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC) NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, PB. | ||
Maria Aparecida Alves Cardoso 1 (mcardoso@openline.com), Maria José Cariri Benigna 2, Anthoniany Anistayne Silva de Lima 3, 5 e Wellington da Silva Alves 4, 5 | ||
(1. Professora Drª do Departamento de Farmácia - UEPB; 2. Professora Drª do Departamento de Enfermagem - UEPB; 3. Graduanda do Departamento de Enfermagem - UEPB; 4. Graduando do Departamento de Administração - UEPB; 5. Bolsistas de Iniciação Científica do PIBIC/CNPq/ UEPB) | ||
INTRODUÇÃO:
O planejamento e a avaliação dos serviços de saúde dependem basicamente do conhecimento das condições de saúde da população, que por sua vez dependem de informações epidemiológicas confiáveis. No entanto, o custo para obter tais informações, em termos de recursos e de tempo, pode ser considerável, fato que ressalta a importância do adequado funcionamento dos Sistemas de Informações em Saúde (VAUGHAN, MORROW, 1992). O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado em 1990, com um instrumento padronizado de coleta de dados para todo o país, a Declaração de Nascido Vivo (DN). É importante que o SINASC se consolide como um dos principais sistemas de informação de suporte à gestão do SUS, tanto no sentido de subsidiar os serviços de saúde com informações epidemiológicas básicas, como para a difusão ampla de seus dados para a população. Para isso, métodos, pesquisas e avaliações devem ser criados e executados rotineiramente visando melhorar a qualidade e a confiabilidade dos dados recebidos pelas secretarias municipais de saúde, que representarão o panorama da saúde em cada localidade. Este estudo objetivou avaliar a qualidade da informação contida nesta base de dados, enfocando, mais especificamente, o percentual de informações em branco e a coerência do preenchimento das variáveis tendo como parâmetro recomendações do Ministério da Saúde (MS) em seus manuais publicados nos anos de 2001 e 2004. |
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METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo transversal com todas as DNs do SINASC correspondente ao período 2000 a 2003 no município de Campina Grande, PB, formando um banco de dados eletrônico com 48.320 declarações. A base de dados foi transferida para o Epi Info 2004 versão 3.3, onde foi realizada a análise descritiva. As variáveis estudadas foram: Apgar no primeiro e quinto minuto, bairro de nascimento e residência, estabelecimento onde ocorreu o parto, município de nascimento e residência da mãe, número de consultas pré-natal, escolaridade, estado civil, semanas de gestação, tipo de gravidez, hora do nascimento, idade da mãe, anomalia e qual o tipo, local do nascimento, tipo de parto, peso ao nascer, quantidade de filhos nascidos mortos e vivos, raça/cor da criança e sexo. A avaliação da qualidade da informação foi realizada em duas etapas. Primeiramente, baseou-se na classificação de Mello Jorge et al (1996) como parâmetro para avaliar o percentual de informações em branco. Assim, classificou-se cada uma das variáveis em a) EXCELENTE, b) BOM e c) PÉSSIMO quando elas representavam, respectivamente a) menos de 10% de informações em branco b) entre 10 e 30% e c) mais de 30% de informações em branco. Na segunda etapa, utilizou-se o manual do MS (2001; 2004) para verificar possíveis inconsistências no preenchimento e no manuseio das declarações. O estudo realizou-se de novembro de 2004 a janeiro de 2005. |
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RESULTADOS:
Observou-se que duas variáveis (8%) foram consideradas de PÉSSIMO preenchimento para todos os anos em estudo: Bairro de Nascimento e Bairro de Residência. Um percentual de 80% das variáveis mostrou um preenchimento EXCELENTE em todos os anos, enquanto 12% das variáveis obtiveram um preenchimento EXCELENTE somente a partir de 2002, antes de BOM preenchimento. A consistência dos dados, aferida a partir dos Manuais do Ministério da Saúde, demonstrou que o preenchimento do bairro de nascimento encontra-se fora dos padrões recomendados, ou seja, grande parte das declarações continha o endereço de nascimento, mesmo desnecessário, pois se tratava de nascimentos hospitalares, cujos endereços padronizou-se dispensar o preenchimento. Outro problema observado foi quanto ao fluxo da declaração do local de nascimento até a entrada no SINASC. Este fluxo está definido claramente pelo MS e, em Campina Grande, PB, parece estar havendo problema, se observado o preenchimento do Bloco I referente ao cartório; em todos os anos do estudo mais de 30 % das declarações tinham o Bloco I preenchido, enquanto 99,7% dos partos ocorreram em hospitais. Do hospital, segundo os manuais, esses 99,7% de DNs deveriam ser enviados diretamente para a secretaria de saúde, sem conter qualquer informação do registro civil. Observando as demais informações do banco, além dos pequenos percentuais de informações em branco, os dados apresentaram-se coerentes com as recomendações. |
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CONCLUSÕES:
Os resultados indicaram que a qualidade dos dados do SINASC em Campina Grande, PB foi satisfatória nos quatro anos em estudo, tendo-se observado nos dados de 2002 a 2003, onde um percentual de 12% variáveis que passaram de BOM preenchimento para EXCELENTE, chegando a 2003 com 92% das variáveis do banco classificadas com o nível máximo de qualidade. No entanto o bairro de residência e o de nascimento apresentaram problemas significativos de preenchimento. Importância é dada ao bairro de residência pela possibilidade de se localizar posteriormente essa mãe, para acompanhar seu filho ou verificar as suas condições de vida. O bairro de nascimento, não necessita especificação em casos hospitalares ou domiciliares, segundo os manuais, resultando em economia no tempo para o profissional responsável pelo preenchimento da DN. No município essa variável está sendo manuseada de forma inadequada. O fluxo das DNs também demonstra inconsistência, pois informações referentes ao cartório estão alimentando o sistema quando normalmente não deveria, se obedecido fluxo normal preconizado pelo MS. É preciso um alerta já isso pode levar a extravios e perdas de DNs, quando o fluxo não segue o recomendado. As informações dos demais blocos encontravam-se coerentes, validando o uso do banco de dados para o estudo da natalidade no município. Os municípios devem estar atentos à qualidade dos Sistemas de Informação em Saúde, em suas localidades. |
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Instituição de fomento: UEPB | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Nascidos vivos; SINASC; Sistemas de Informação em Saúde. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |