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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁS E TEMPEROS CONSUMIDOS PELA POPULAÇÃO
Selene Maia de Morais 1 (selene@uece.br), Liza Araújo Aguiar 1 e Antônio Onias Mesquita Veras 1
(1. Departamento de Química, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Os radicais livres são espécies capazes de oxidar biomoléculas causando danos aos tecidos. As plantas produzem uma grande variedade de antioxidantes que controlam o stress oxidativo causado pelos raios solares e o oxigênio, portanto eles podem representar uma fonte para novos compostos com atividade antioxidante. Quase todos os organismos são bem protegidos contra os radicais livres por enzimas como a super-peróxido desmutase e a catalase, ou por compostos como o ácido ascórbico ou tocoferol e glutationa. Quando o mecanismo de proteção antioxidante desequilibra-se, a deterioração de funções fisiológicas pode ocorrer resultando em doenças e acelerando o processo de envelhecimento. Suplementos antioxidantes podem ser usados para ajudar o corpo humano a reduzir os danos oxidativos. A procura de antioxidantes naturais, especialmente os de origem vegetal, tem sido muito intensificada, já que antioxidantes sintéticos são instáveis e suspeitos de serem carcinogênicos. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante de variedades de chás e temperos vendidos no comércio de Fortaleza.
METODOLOGIA:
O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Química de Produtos Naturais da Universidade Estadual do Ceará- (UECE). As determinações das atividades antioxidantes foram feitas em espectrofotômetro Spekol 1100. Os chás analisados foram: boldo do Chile (Peumus boldo), camomila (Matricaria recutita), carqueja (Baccharis genistelloides), chá Preto (Camelia sinensis), chá verde (Camelia sinensis), cidreira (Cymbopogon citratus), hortelã (Mentha arvensis) e maçã (Pyrus malus). Os temperos avaliados foram: canela (Cinnamomum zeylanicum), cravo da Índia (Eugenia caryophyllata), louro (Laurus nobilis) e orégano (Origanum vulgare). Para determinação da atividade antioxidante, utilizou-se o método seqüestrador do radical livre DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil) que em solução metanólica mostra forte banda de absorção a 515nm. Esse método baseia-se na perda estequiométrica da cor da solução de DPPH na presença de agentes redutores. Tal reatividade tem sido usada para testar a habilidade dos compostos de agirem como seqüestradores de radicais livres. Foram preparados extratos das folhas dos chás e temperos na concentração 0,1 g/ml em metanol/água 80/20.
RESULTADOS:
Pelo método de captura do radical livre DPPH, todos os produtos analisados mostraram atividades antioxidativas nas concentrações utilizadas. Dentre os chás, os mais eficientes foram o chá Verde e o chá Preto com IC50 (índice de concentração capaz de seqüestrar 50% dos radicais) de 0,14 mg/ml e 0,96 mg/ml respectivamente. Das amostras de tempero analisadas as que se mostraram mais ativas contra os radicais livres foram: canela com IC50 de 0,37 mg/ml e cravo da Índia com IC50 de 0,46 mg/ml.
CONCLUSÕES:
A justificativa do bom desempenho desses produtos deve-se possivelmente a presença de flavonóides e compostos fenólicos antioxidantes já relatados na literatura, como por exemplo o eugenol no óleo de cravo da Índia e no chá verde o galato de epigalocatequina. Portanto as variedades de chás e de temperos estudadas mais ativas poderiam ajudar a minimizar os danos do stress oxidativo da vida moderna se consumidos regularmente, já que mostraram bons potenciais antioxidantes.
Instituição de fomento: FUNCAP
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Antioxidantes; DPPH; Plantas medicinais.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005