|
||
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População | ||
PERCEPÇÃO CORPORAL DAS ADOLESCENTES | ||
Eliana Carla Gomes de Souza 1 (nutricao@faminas.edu.br), Jairo Antonio da Paixão 2, Jorge de Assis Costa 3 e Jivago Alvim Lacerda 4 | ||
(1. Dra. em Nutrição - Univ. Fed. de Viçosa - UFV; Docente e Coordenadora do Curso de Nutrição da Faculdade de Minas - FAMINAS; 2. Docente em Educação Física, Faculdade de Minas - FAMINAS; 3. Aluno dos Cursos de Ed. Física e Nutrição da Faculdade de Minas - FAMINAS; 4. Aluno do Curso de Educação Física da Faculdade de Minas - FAMINAS) | ||
INTRODUÇÃO:
A adolescência constitui uma etapa singular da vida, na qual o indivíduo se encontra em pleno processo de transformações biológicas e psico-sociais que acarretam intenso crescimento e desenvolvimento do ser. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde define como adolescentes aquelas pessoas que se encontram na faixa etária de 10 a 19 anos e os jovens como pessoas de 15 a 24 anos. O termo “gente jovem” acaba englobando ambos os grupos. (Organización Panamericana Salud, 1998, p.77 apud Martins et al, 2003). Se num primeiro momento a adolescência se mostra como um período da vida vinculada à idade e mudanças corporais, é necessário levar em consideração que tais mudanças abarcam uma infinidade de significações que se sobrepõem, influenciando atitudes, idéias e comportamentos do individuo na sociedade (Martins et al, 2003). A auto-imagem, ou seja, a percepção corporal que a adolescente constrói dela mesmo neste período, emerge com bastante significado, representada pelas implicações que podem culminar no seu sucesso, ou mesmo chegar na idade adulta. Nesse sentido, como afirma Cano e Ferriani (1999) a forma como o adolescente percebe o seu próprio corpo se apresenta como condição “sine qua non” na formação de sua identidade. Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de verificar a auto-percepção corporal de adolescentes que se encontravam regularmente matriculados na 7ª série do ensino fundamental em escolas de rede pública e particular de Muriaé-MG. |
||
METODOLOGIA:
Avaliou-se uma amostra de 36 adolescentes do sexo feminino, estudantes da 7º série do ensino fundamental em uma escola de rede publica estadual e outra da rede particular de ensino. A idade do grupo variava entre 13 e 14 anos. As medias de peso e estatura foram cm respectivamente. Assim a amostra foi dividida em dois grupos compreendidos entre adolescentes regularmente matriculados em uma escola da rede particular e em outra da rede estadual de ensino. Utilizou-se o Body Shape Questionary-BSQ (validado por Cooper et al) que mede o grau de preocupação com a forma do corpo, a auto depreciação devida a aparência física e a sensação de estar gorda. O questionário contam 34 itens, com seis opções de resposta as quais se seguem: 1) nunca , 2) raramente, 3) às vezes,4) freqüentemente, 5) muito freqüente, 6) sempre. O total de pontos obtidos no questionário é somado e o valor é computado para cada avaliado.Ainda a mesma autora afirma que a classificação dos resultados são feitos pelo total de pontos obtidos e reflete os níveis de preocupação com a imagem corporal. Resultado menor ou iguais a 80 pontos são considerados padrão de normalidade e tido como ausência de distorção da imagem corporal por parte das adolescentes; Resultados entre 81 e 111 pontos revelam indivíduos com leve distorção da imagem corporal; entre 111 e 140 é classificado com moderada distorção |
||
RESULTADOS:
Comparando-se os resultados relativos às adolescentes da escola pública e as da privada, verificou-se em ambas uma maior incidência de ausência de distorção da imagem corporal. Entretanto, houve diferenças nos resultados, onde o nível de preocupação com a imagem foi maior na escola particular, em que foram encontradas adolescentes (5,5%) com distorção grave da imagem corpórea., como visto abaixo respectivamente: Na escola pública constatou-se ausência de distorção em 77,8% das adolescentes e 61,1% na escola privada. Leve distorção em 11,1% contra 27,4% na escola privada. Moderada distorção em 11,1% contra 5,55% na escola privada. Não se constatou grave distorção de imagem nas adolescentes da escola pública , já na escola privada constatou-se grave distorção em 5,55% das adolescentes entrevistadas. Tal fato pode ser atribuído ao maior acesso aos meios de comunicação bem como, a forma de como as informações chegam até as adolescentes. Dentre os papéis exercidos pela mídia, pode-se citar a veiculação do corpo ideal e a possibilidade de se atingir tal padrão, desconsiderando as características pessoais (genótipo, fenótipo), configurando-se num convite às adolescentes mal informadas a tomarem parte de uma corrida desenfreada em busca do corpo perfeito, onde vale tudo, até mesmo colocar a vida em jogo. |
||
CONCLUSÕES:
Um dos fatores a ser considerado é que as adolescentes da rede privada possuem um poder aquisitivo maior do que as da rede pública e por isso, estão mais expostas e mais vulneráveis à mídia e às transformações decorrentes da sociedade, onde são exibidos padrões de beleza que não condizem com a realidade vivida. Como a adolescência é considerada um período de afirmação e de aceitação aos grupos, essas meninas se sentem cada vez mais obrigadas a estarem em conformidade com os padrões estabelecidos. |
||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Percepção corporal; Auto-imagem; Adolescência. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |