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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
AVALIAÇÃO INICIAL DO IMPACTO DO DESMATAMENTO NO CERRADO DA REGIÃO DO BAIXO PARNAÍBA MARANHENSE.
Luiz Alves Ferreira 1, 9 (luiz_brejo@yahoo.com.br), Moisés Matias 2, Luiz Henrique Brandão Ferreira 3, Rosilda Silva Dias 4, Tâmara Rúbia Coutinho 4, Hugo Leandro Araújo Moraes 4, Maria Eliana Alves Lima 7, 8, Luciana Brandão Ferreira 5, 6 e Kélcia Alexandra Taylor de Carvalho 7
(1. Depto. de Patologia, Universidade Federal do Maranhão – UFMA; 2. Depto. Comunicação Social – UFMA.; 3. Curso de Direito, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – USP.; 4. Depto. de Enfermagem – UFMA; 5. Curso de Hotelaria – UFMA; 6. Curso de Administração, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA; 7. Curso de Pedagogia - UFMA; 8. Mestrado em Saúde e Ambiente - UFMA; 9. Centro de Cultura Negra do Maranhão - CCN-MA)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho aborda uma avaliação inicial do desmatamento do cerrado maranhense, localizado na Microrregião do Baixo Parnaíba, constitui-se parte da Região do Meio Norte Brasileiro. Os Ecossistemas cerrados brasileiros caracterizam-se por apresentarem riquezas em fauna e flora, águas no subsolo, ocupando de 24% do território nacional, destes, 85% localizado no Planalto Centra. Apresenta ainda uma área de 43,3% da superfície do Maranhão. É conhecido também como Chapada, Carrasco, Capão, Baixão Vargem, Mataria pelos trabalhadores.
Em relação à hidrografia o estudo foi realizado nas microbacias do Rio Buriti, afluente do Parnaíba; Rio Preto, afluente do Rio Munim e Rio Preguiça, que inicia no Cerrado e deságua no oceano atlântico, dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Caracterizaremos o Cerrado Maranhense nos aspectos geográfico, ambiental, social e político, abordando a problemática da atividade agrícola de subsistência do trabalhador desta microrregião, e ainda, a respeito das conseqüências do uso de tecnologias inadequadas para monocultura da soja, eucalipto na região.
METODOLOGIA:
Foram realizadas no período de 2001 a 2004, viagens, estudos e pesquisas para coletas de dados, além de fotos de áreas degradadas, avaliação das percepções da população sobre o uso de tecnologias inadequadas, aplicadas ao plantio na monocultura da soja e do eucalipto e condições ambientais de nutrição e saúde.
RESULTADOS:
Constatou-se que a população habitante do Baixo Parnaíba é principalmente afro-descendente e de traços indígenas, vive de agricultura familiar de subsistência produzindo arroz, mandioca, milho, feijão. E do extrativismo de frutas Bacuri, Piqui, Jatobá, Murici, Cajuí, Mangaba, Araticum e, Buriti, Juçara, Bacaba, Babaçu e madeiras Gonçalo Alves, Ipê, Barbatimão, Jaborandi, Aroeira e Candeias como complemento nutricional, de renda e produção de medicamentos. Grande parte da fauna desapareceu, percebeu-se o início da seca nos rios, riachos e lagoas, utilização de agrotóxicos, destruição de plantas frutíferas de complementação alimentar, utilização de madeira para produção de carvão, presença de carvoarias com utilização de trabalho infantil, êxodo rural com explosão urbana nas cidades aumentando a existência de favelas, aumento do latifúndio, invasão de territórios quilombolas, redução da produção de feijão, milho e mandioca, redução da criação de pequenos animais como caprinos e porcos e de animais da fauna, redução do volume hídrico de rios riachos e lagoas.
CONCLUSÕES:
O Desmatamento para monocultura da soja e eucalipto está degradando o cerrado. Forçando a população, especificamente o lavrador, a migrar para a periferia da zona urbana das cidades e povoados da região, onde já se observa, ausência de trabalho, saneamento ambiental e sanitário precário e sinais de violência pela posse da terra e uso de drogas pela juventude.
O Desmatamento para monocultura da soja e eucalipto está degradando o cerrado. Aumentando o êxodo da população rural para as cidades, periferias da zona urbana e povoados da região, onde já se observam, ausência de trabalho, saneamento ambiental e sanitário precário e surgimento de violência urbana pela posse da terra e uso de drogas pela juventude.
Observa - se aumento da temperatura, redução da precipitação pluviométrica, redução da produção de mandioca, milho, arroz, feijão e outros itens da agricultura familiar, desnutrição em crianças e idosos, redução da fauna e flora, além de plantas medicinais.Houve redução do habitat da abelha tiúba (Melipona compressipes fasciculata), produtora do mel nesta região, que serve de alimento para a população do campo.
Estudos vêm demonstrando que esta região não suporta impacto da agricultura mecanizada para monocultura. É necessário implantar a Vigilância em Saúde Ambiental na Região do Baixo Parnaíba para evitar a contaminação pelo uso de agrotóxicos das bacias hidrográficas, solo, subsolo e trabalhadores rurais de trabalhadores rurais e evitar a desertificação na Região do Baixo Parnaíba, que limita com os Lençóis Maranhenses.
Estudos vêm demonstrando que esta região não suporta agricultura mecanizada para monocultura como a da soja e do eucalipto. É necessária a implementação urgente da Vigilância em Saúde Ambiental na Região do baixo Parnaíba e todo o Maranhão para evitar contaminação pelo uso de agrotóxicos das bacias hidrográficas, solo e de lavradores vizinhos aos campos de soja, como forma de promoção e proteção da saúde da maioria da população lavradora.
Evitar a desertificação na Região do Baixo Parnaíba.
Palavras-chave:  Cerrado do Baixo Parnaíba; Desmatamento e monocultura; Promoção e proteção da saúde.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005