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C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento | ||
A INFLUÊNCIA DO HIPISMO NO COMPORTAMENTO ASSERTIVO DOS SEUS PRATICANTES: UMA ANÁLISE QUANTITATIVO-QUALITATIVA | ||
Arianne de Sá Barbosa 1 (ariannedesa@yahoo. com.br), Cíntia Figueiredo de Norões Brito 1, Larissa Sabino Façanha Barreto 1, Lianna Silva Camelo 1, Antônio Maia Olsen do Vale 2 e Veriana de Fátima Rodrigues Colaço 1 | ||
(1. Depto. de Psicologia, Universidade Federal do Ceará - UFC.; 2. Depto. de Psicologia, Universidade de Fortaleza - UNIFOR.) | ||
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa visa verificar a relação entre a prática do hipismo e os comportamentos assertivos, ou seja, investigar se a prática do hipismo proporciona um aumento da assertividade por parte de seus praticantes e, em caso positivo, analisar como esse processo ocorre. Para tanto foi realizado um estudo quantitativo-qualitativo que se propõe abordar temas referentes à Psicologia do Esporte, Hipismo e Análise do Comportamento, ratificando a vinculação destes temas com a modificação comportamental observada nos praticantes de hipismo. A relevância da pesquisa deve-se a escassez de trabalhos que estudam a relação entre a abordagem comportamental e o hipismo. Além disso, esta respalda cientificamente um conhecimento que já existia empiricamente dentro do contexto hípico, já que é de senso comum para os praticantes de hipismo que o esporte aumenta a emissão de comportamentos assertivos. Neste sentido, terá um grande significado para aqueles envolvidos de alguma forma com o esporte. Através da realização deste trabalho, estaremos contribuindo para a divulgação dos benefícios, tanto físicos como psicológicos, que este esporte proporciona para o praticante de hipismo. Isto porque mesmo a simples prática do esporte traz benefícios terapêuticos, o que está intrinsecamente relacionado ao potencial terapêutico do cavalo. Além de possibilitar futuros estudos relacionando a prática hípica, a equoterapia e o treino de assertividade, inclusive, estudos neurocientíficos. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa em questão foi realizada no ambiente da Escola de Equitação Christus na cidade de Fortaleza (Ceará). Nesta foi selecionada uma amostra de 18 praticantes de hipismo, com faixa etária de 11 a 21 anos, de ambos os sexos e com no mínimo quatro meses de prática hípica. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: o questionário e o roteiro de entrevista semi-estruturada. O questionário, que foi validado anteriormente a partir de um pré-teste, teve como objetivo averiguar se a prática de hipismo influencia os comportamentos referentes à assertividade dos praticantes. Já a entrevista semi-estruturada visou perceber de forma mais aprofundada estas influências no repertório de comportamentos assertivos dos sujeitos da pesquisa e os seus significados dentro da história de vida destes. Em relação à análise dos dados, pode-se dividir a pesquisa em duas etapas. Na primeira, foi feito um levantamento quantitativo dos questionários, a partir do qual foram elaborados gráficos, tabelas e porcentagens. Na segunda etapa da coleta de dados, de acordo com a capacidade discriminativa observada nos questionários, foram selecionados cinco indivíduos para a realização das entrevistas que foram transcritas e analisadas à luz da Teoria Comportamental. No intuito de possibilitar essa análise, foi feita uma categorização do relato verbal, correlacionando-os com a assertividade e outros conceitos teóricos comportamentais. |
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RESULTADOS:
Através dos dados do questionário, obteve-se como resultado que 89% da amostra discriminou a prática hípica como uma variável que propiciou mudança comportamental em seus repertórios assertivos. Concluiu-se, assim, que o hipismo constitui um relevante fator propiciador de comportamentos assertivos no repertório de praticantes hípicos. Observou-se também que estes 89% dos praticantes notam que essas mudanças comportamentais se estenderam para outros ambientes além do contexto hípico, uma generalização dos comportamentos assertivos modelados a partir da prática esportiva. Vale ressaltar que habilidades sociais como: aumento do número de amigos, autoconfiança, sensação de capacidade, segurança, liberdade e aumento da concentração foram apontados como resultados do esporte em 100% das respostas. Percebeu-se também que 79,38% das respostas pertencentes a categoria comportamental assertividade foram assinaladas pelos praticantes como presentes em seu repertório comportamental. Na análise qualitativa foi possível observar contingências que estão relacionadas à prática do hipismo e o surgimento do comportamento assertivo, como: a relação com o cavalo, as regras, a disciplina, as quedas, ambiente tranqüilo da hípica e o instrutor. O treino hípico, assim, funciona como estímulo discriminativo para a emissão de comportamentos assertivos que são reforçados pelos estímulos do ambiente natural do esportista, o que mantém o comportamento de praticar hipismo e os comportamentos assertivos. |
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CONCLUSÕES:
Em nossa análise qualitativa pudemos atingir o objetivo geral de investigar as contingências que estão influenciando os comportamentos referentes à categoria assertividade, considerando a prática do hipismo como mediador do processo de surgimento destes. O primeiro objetivo foi verificar o que significava se comportar assertivamente, o que foi feito através de um levantamento teórico que define a classe de respostas assertivas com base nos conceitos da abordagem comportamental. A partir destes, pôde-se perceber que os comportamentos assertivos equivalem às habilidades sociais, ou seja, são formas mais adequadas do indivíduo relacionar-se com a sociedade. Através da aplicação dos questionários, percebeu-se o quanto é significativa a discriminação de modificações comportamentais por parte dos praticantes de hipismo. Enquanto, nos relatos verbais das entrevistas, investigamos as contingências que poderiam estar atuando para a ocorrência desta modificação de comportamentos assertivos dentro da prática do hipismo. Assim, através destes métodos, concluímos que a prática hípica interfere no surgimento ou no aumento da freqüência da emissão de comportamentos assertivos. Além disso, identificamos que contingências tais como: a relação com o cavalo, as regras, a disciplina, as quedas, ambiente tranqüilo da hípica e o instrutor são variáveis mediadoras de tais processos. |
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Instituição de fomento: Universidade Federal do Ceará | ||
Palavras-chave: Prática do Esporte Hipismo; Categoria Comportamental Assertividade; Psicologia Comportamental. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |