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| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos | ||
| A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA POR ADULTOS UMA EXPERIÊNCIA SÓCIO-INTERACIONISTA | ||
| Marinalva Silva Brito de Carvalho 1 (helenicearaujo@uol.com.br) | ||
| (1. Departamento de Educação - Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
| INTRODUÇÃO:
Estudar como se processa o domínio da linguagem escrita, além de nos proporcionar oportunidade para refletirmos sobre a aquisição do conhecimento, desafia-nos a lançar um olhar sobre nossa própria prática pedagógica, atentando para as concepções de linguagem e de ensino que estão subjacentes a ela. Esse desafio se torna ainda mais forte quando lidamos com adultos, pessoas com um grande volume de conhecimento de mundo, mas sem o domínio de um saber que, na maioria dos casos, assume uma importância vital para seu desenvolvimento profissional. Neste trabalho enfocamos o processo de construção da escrita por alunos adultos, a partir da concepção sócio-interacionista de Vygotsky. Descrevemos uma experiência cujo objetivo foi verificar até que ponto a adoção de uma prática pedagógica baseada na interação social poderia mudar histórias de insucesso na aprendizagem da escrita. |
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| METODOLOGIA:
Os sujeitos desta pesquisa são 4 adultos, alunos matriculados no turno da noite, numa classe de EJA I. A partir de um diagnóstico inicial, esses alunos desenvolveram atividades periódicas de produção e revisão de textos, durante as quais foram, progressivamente, adquirindo autonomia. A construção dessa autonomia foi de fundamental importância, visto que os sujeitos participantes, com idades entre 43 e 54 anos, apesar de virem de experiências escolares mal-sucedidas e apresentarem baixa auto-estima, revelavam uma grande vontade de aprender a escrever. Inicialmente eles foram estimulados a fazer registros, utilizando a linguagem escrita de acordo cm os conhecimentos que já dominavam, a testar suas hipóteses sobre o sistema de escrita. Na interação com o grupo e com a mediadora (o outro mais experiente), eles sempre realizavam alterações em sua escrita. A construção de um ambiente favorável à aprendizagem, caracterizado pela presença de pré-requisitos vygotskyanos e neo-vygotskyanos (intersubjetividade, definição partilhada da situação, mediação semiótica valoração e afetividade), teve também grande importância para que a aprendizagem acontecesse. |
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| RESULTADOS:
Os resultados mostram que os sujeitos tiveram, cada um de acordo com seu processo individual, grande avanço em seus conhecimentos sobre a escrita. Um ponto importante nesse avanço é que todos eles passaram a fazer uso da escrita para se comunicar, o que contribuiu para melhorar as relações interpessoais no grupo de estudo de que faziam parte, assim como as relações no âmbito de grupos maiores em sua comunidade. Apesar de ainda não estarem escrevendo totalmente de acordo com a ortografia convencional, o uso funcional que já conseguem fazer do sistema de escrita indica que continuarão avançando, à medida que forem incorporando ao seu cotidiano esse novo saber. |
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| CONCLUSÕES:
A partir dos avanços atingidos com a experiência, consideramos correta nossa hipótese de que os princípios sócio-interacionistas constituem uma base teórica importante para o ensino em geral e, particularmente, para o da escrita. Tais princípios, além de permitirem ao professor a adoção de uma metodologia mais sintonizada com o processo de aprendizagem dos alunos, estimulam-no a refletir sobre seu próprio processo de construção do conhecimento e o impelem a estudar mais para atuar cada vez melhor como mediador. |
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| Palavras-chave: Construção da escrita; Aprendizagem; Sócio-interacionismo. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |