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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 5. Arquitetura e Urbanismo | ||
O LUGAR URBANO ENTRE MURALHAS: O SIGNIFICADO DA CIDADE FORTIFICADA COM BASE NO ESTUDO DO ANTIGO NÚCLEO DE CABO DE SANTO AGOSTINHO, PE | ||
Camila Antunes de Carvalho 1 (carvalhocamila@hotmail.com) | ||
(1. Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL.) | ||
INTRODUÇÃO:
As cidades atuais são abertas e não apresentam barreiras materiais. No período da colonização, as cidades e vilas brasileiras eram limitadas por muros e fortificações devido à necessidade de protegerem o seu território recém-conquistado. Os inimigos eram os outros europeus, as tribos nativas e a mata se seus perigos. Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, foi um modelo desse tipo de “cidade protegida”. Eram inúmeros os fortes que defendiam sua costa litorânea, e ainda hoje se encontram resquícios desse tipo de edificação. A pesquisa busca alcançar as razões pelas quais aquela região foi tão fortificada e identificar seus principais fortes, redutos ou baterias. Embora hoje seja mais conhecida por suas belezas naturais, seus antigos monumentos, depois de estudados, poderão também ser incluídos no rol dos atrativos culturais do local. |
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METODOLOGIA:
Para análise dessa rede de fortificações foram utilizadas fontes iconográficas do século XVII, onde puderam ser identificados diversos indícios desse conjunto. Ao todo são 13 imagens antigas, incluindo mapas e vistas, do Cabo de Santo Agostinho. Fez-se, então, a verificação da veracidade desse material, enquanto documento, nas fontes bibliográficas, principalmente em relatos da época da colonização. A partir daí foram feitas sobreposições das imagens antigas e atuais, utilizando-se de programas gráficos como o Auto Cad e o Corel. Essas justaposições deram base a uma investigação mais profunda ao objeto estudado. A seguir, foram confrontados cada elemento arquitetônico de defesa apresentados na cartografia com os remanescentes no local. |
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RESULTADOS:
O antigo núcleo urbano do Cabo de Santo Agostinho possuía terras das mais férteis de Pernambuco. Logo que essas foram distribuídas aos colonos portugueses, eles levantaram engenhos de cana-de-açúcar e algodoais. Já em 1630 o número de engenhos chegava a 16. Também em Cabo, na baía de Suape, está o desaguadouro de quatro rios e foi lá que se localizou o Porto de Nazaré. Esse lugar foi bastante freqüentado nos séculos coloniais. Era a região do Cabo densamente povoada e economicamente das mais importantes do Brasil. Através de seus rios se escoavam o açúcar e outros gêneros da terra trazidos dos engenhos. Ali também já foi feito o embarque do açúcar para o Reino, e por ali era abastecida a Capitania de Pernambuco em armas e munições. Hoje os resquícios das fortificações da vila, quando estudados iconograficamente, revelam permanências bastante interessantes a serem rastreadas na paisagem, possibilitando um atrativo para a comunidade e para os turistas que visitarem o local. Um dos resultados da pesquisa foi a identificação desses resquícios. |
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CONCLUSÕES:
Por ser uma região estrategicamente bem localizada e rica em seus solos, Cabo de Santo Agostinho foi a segunda área mais fortificada do Nordeste. Sendo levantadas pelos colonos várias fortificações, protegendo a cidade contra invasões inimigas e defendendo seus interesses econômicos. Parte deles chegam até os dias de hoje. Esta forma de configurar a cidade no espaço vem sendo modificada nas cidades atuais, sendo estas abertas e menos protegida de barreiras materiais. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Cidade; Fortificações; Iconografia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |