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E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 3. Recursos Pesqueiros de Águas Interiores | ||
COMPORTAMENTO REPRODUTIVO DE Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) (CRUSTACEA, PALAEMONIDAE) EM LABORATÓRIO | ||
Raniery Memoria Alves 1 (ranieryma@yahoo.com.br) e Célia Maria de Souza Sampaio 1 | ||
(1. Coordenação de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Das espécies autóctones camarões dulcícolas Macrobrachium amazonicum possui um excelente potencial para cultivo devido ao seu crescimento e fácil manutenção em cativeiro. Este trabalho teve como objetivos descrever as etapas do comportamento reprodutivo de machos e fêmeas de M. amazonicum em laboratório; observar o comportamento das fêmeas durante a maturação gonadal e o período de incubação dos ovos; descrever o processo de desova e comparar a fertilidade de fêmeas ovígeras coletadas em ambiente natural com a de fêmeas que copularam em laboratório. |
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METODOLOGIA:
Os indivíduos foram coletados mensalmente no Rio Catu, Aquiraz, Ceará no período de janeiro a dezembro de 2004, e transportados vivos ao Laboratório de Carcinicultura da Universidade Estadual do Ceará. Em laboratório, foram estocados em caixas de fibra de vidro, dotadas de filtro biológico e aeração abundante. A identificação foi realizada em microscópio estereoscópico e a diferenciação sexual, pela observação da morfologia do endopodito do segundo par de pleópodes. Os machos foram estocados individualmente em aquários de 36 L; as fêmeas, em número de quatro, em aquários de 45 L. Antes da estocagem, os indivíduos foram medidos e pesados com um paquímetro de aço graduado em mm e balança com precisão de 0,0001 g, respectivamente. Diariamente, os animais foram observados, alimentados com ração peletizada com 25% PB e filé de peixe na proporção de 1:1 e seus aquários sifonados em 30% de seu volume. No caso de muda, as fêmeas foram transferidas para o aquário do macho e seu comportamento observado durante um período de 12 horas. Todas as observações e resultados foram catalogados em fichas específicas. Caso não ocorresse cópula, a fêmea foi devolvida ao seu aquário original. Caso ocorresse cópula, a fêmea foi separada das demais e estocada em um aquário de 10 L, a fim de permitir a adesão da massa ovígera aos pleópodes, e permanecia neste aquário até a eclosão das larvas. As fêmeas ovígeras foram alimentadas diariamente com a mesma dieta dos reprodutores. Após a eclosão, as fêmeas foram retiradas do aquário, novamente pesadas, medidas e devolvidas ao seu aquário original. |
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RESULTADOS:
Machos e fêmeas de M. amazonicum são territorialistas e, durante a maturação gonadal as fêmeas se revezam na dominância do ambiente. Ao se aproximarem da maturação gonadal as fêmeas tornam-se reclusas e perdem a dominância após a muda pré-cópula para outra que assume seu lugar. O processo de cópula passa por três etapas: aproximação do macho, enquadramento e pareamento. Durante o período de incubação as fêmeas ovígeras de M. amazonicum passam a maior parte do tempo oxigenando os ovos e retirando os inviáveis da cavidade abdominal. Foram utilizadas treze fêmeas para determinar a fertilidade de M. amazonicum em laboratório. Após a desova, as larvas foram contadas e as fêmeas pesadas. Em seguida, foi determinado o número médio de larvas por grama de fêmea. Foi observado que os morfotipos machos de M. amazonicum contribuem diferentemente para a fertilidade das fêmeas, em laboratório e tornam-se inaptos à cópula ao mudarem. O tempo de incubação dos ovos e o de ciclo gonadal para fêmeas que copularam em laboratório foi em média de 13,75 dias e 21,5 dias, respectivamente. A fertilidade variou de 174 a 2.508 larvas e o índice médio de fertilidade das fêmeas que copularam em laboratório foi 36% superior àquelas trazidas do ambiente natural. |
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CONCLUSÕES:
O Índice Médio de Fertilidade (IMF) de fêmeas de M. amazonicum que copularam em laboratório foi 36% superior ao IMF de fêmeas que copularam em ambiente natural. O cuidado com parâmetros físico-químicos e biológicos da água, bem como o fotoperíodo ao qual os animais foram expostos e o número de pareamentos ventrais realizados entre cada casal também foram fatores determinantes no sucesso das fêmeas que copularam, incubaram e eclodiram suas larvas em laboratório, em relação aquelas do ambiente natural. |
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Instituição de fomento: Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Reprodução; Comportamento reprodutivo; Macrobrachium amazonicum. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |