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C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
NOTA SOBRE A ALIMENTAÇÃO DE JUVENIS DE Lutjanus synagris (LINNAEUS, 1758) (ACTINOPTERYGII: LUTJANIDAE) NA PRAIA DE SÃO TOMÉ DE PARIPE (SALVADOR, BAÍA DE TODOS OS SANTOS, BAHIA)
Bruna Marques Tanure 1, Carlos Eduardo D´Alencar Mendonça 2, Jailza Tavares de Oliveira-Silva 1 e Paulo Roberto Duarte Lopes 1
(1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS; 2. Universidade Tiradentes - UNIT)
INTRODUÇÃO:
Lutjanus synagris, conhecido como vermelho, atinge cerca de 50,0 cm de comprimento e ocorre da Carolina do Norte (EUA) ao sudeste do Brasil sendo de interesse na pesca comercial e esportiva. A Bahia tem a maior extensão litorânea dentre as unidades federativas brasileiras (1.188 km, 13,2% do total) porém sua ictiofauna permanece ainda pouco conhecida. A Baía de Todos os Santos (BTS) é o maior acidente geográfico desta natureza na costa brasileira (1.052 km2) mas pouco também se conhece a respeito de sua ictiofauna.
METODOLOGIA:
A Praia de São Tomé de Paripe, localizada na região oriental da BTS, município de Salvador, Bahia (cerca de 12o.49´S - 38o.31´W), possui substrato predominantemente lamoso sendo limitada pela base naval de Aratu e pelo terminal da USIBA, onde minério de ferro é descarregado e transportado até a usina, e além de sua população residente recebe banhistas especialmente nos finais de semana e meses mais quentes do ano. Os peixes foram coletados em um trecho desta praia em agosto e setembro de 2002 e em fevereiro de 2003 com auxílio de uma rede de arrasto manual, durante a baixa-mar, sendo em campo acondicionados em gelo e em laboratório fixados em formol 10% e mantidos conservados em álcool 70%.
RESULTADOS:
Foram examinados os tubos digestivos de 40 exemplares de Lutjanus synagris (comprimento total variando entre 53,0 e 116,0 mm). Foram identificados 5 fêmeas (12,5%) e 5 machos (12,5%); na maioria dos exemplares o sexo não pode ser identificado (75,0%). Quanto ao grau de repleção, 45,0% dos tubos digestivos estavam pouco cheios, 25,0% meio cheios e 15,0% cheios ou vazios. Quanto ao grau de digestão, predominou alimento meio digerido (40,0%) seguido por digerido (27,5%), pouco digerido (20,0%) e vazio (12,5%). O volume de alimento ingerido variou entre 0,1 e 1,1 ml. Foram identificados 12 itens alimentares. Em ocorrência, predominaram Crustacea Decapoda Dendrobranchiata (camarões) e matéria orgânica digerida (35,0% cada) e Actinopterygii Teleostei (peixes, 32,5%) seguidos por Crustacea Decapoda (20,0%), Crustacea Brachyura (siris, 15,0%), quelas de Brachyura (12,5%), Crustacea Amphipoda e restos de Decapoda (7,5% cada), restos de Crustacea (5,0%), Crustacea Isopoda, Crustacea Stomatopoda e restos de Algae (2,5% cada). No que se refere ao número, destaque para restos de Decapoda(41,5%) seguido por Decapoda (16,9%), Decapoda Dendrobranchiata e Teleostei (15,9% cada), Brachyura (3,8%), quelas de Brachyura (2,8%), Amphipoda (1,0%), Isopoda e restos de Crustacea (0,7% cada), Stomatopoda e restos de Algae (0,3% cada).
CONCLUSÕES:
A presença de Algae é considerada acidental devido à sua pequena ocorrência. Com base nos dados apresentados, embora prelimianres, constata-se que juvenis de Lutjanus synagris na Praia de São Tomé de Paripe já apresentam o hábito carnívoro dos adultos, alimentando-se de crustáceos e peixes.
Instituição de fomento: Universidade Estadual de Feira de Santana
Palavras-chave:  alimentação; Lutjanus synagris; Bahia.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005