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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 3. Bromatologia
DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DO TEOR DE MINERAIS DA CASCA E POLPA DA BANANA PACOVÃ (Musa paradisíaca L.) PRODUZIDA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
Vanessa Patrícia Queiroz de Medeiros 2 (vanutriufrn@yahoo.com.br), Sara Jemima Oliveira de Azevedo 2, Jussara Aparecida de Melo Gondim 1, Eduardo Augusto da Silva Gurgel 1 e Aécia Seleide Dantas 3
(1. Depto. de Farmácia - UFRN; 2. Depto. de Nutrição - UFRN; 3. Depto. de Química - UFRN)
INTRODUÇÃO:
Símbolo dos países tropicais, a banana é a fruta mais popular do Brasil e representa um dos principais produtos de exportação do país. Contudo, são desperdiçados 370 milhões de cachos de banana por ano (60% da produção) devido à perecibilidade da fruta e às dificuldades para exportação 'in natura'. Rica em potássio e vitamina C, a banana destaca-se pelo valor nutricional e pela instantânea e substancial elevação de energia. A banana mais conhecida é a pacova, também chamada banana-da-terra, banana chifre-de-boi, chegando a pesar 500g cada fruta e a ter comprimento de 30cm. Sua polpa é mais rica em amido do que açúcar, tornando-a ideal para cozinhar, assar ou fritar. A banana ainda verde pode ser usada para diminuir custos de produção e aumentar o valor nutricional dos alimentos. A partir da biomassa, que consiste na banana verde cozida e processada, pode-se fazer pão, macarrão e até maionese. A industrialização mostra-se uma grande alternativa para o aproveitamento integral da banana, podendo ser ela utilizada como compotas, farinha, licor etc. A casca da banana representa cerca de 50% em peso da fruta madura, porém não é utilizada na indústria. A farinha de banana, por sua vez, pode ser utilizada em panificação, produtos dietéticos, alimentos infantis e ração animal. O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição centesimal , o valor calórico total e o teor de minerais da casca e polpa da banana pacova 'in natura' nos estágios de maturação verde e maduro.
METODOLOGIA:
As amostras de bananas, cultivadas no município de Assú, foram coletadas em supermercados de Natal-RN. No laboratório, todas as bananas foram lavadas e descascadas, separando-se as verdes das maduras e as cascas da polpas, constituindo, assim, quatro porções diferentes de amostras. Cada uma foi triturada e/ou amassada e, em seguida, homogeneizada. Retirou-se pequena porção de cada amostra para determinação da umidade através do método gravimétrico com emprego de calor, segundo o Instituto Adolfo Lutz (1985). O restante do material foi levado à estufa a 80ºC para secagem e obtenção da amostra desidratada, procedendo as análises. Cinzas, lipídeos e proteínas foram determinados pelos métodos propostos pelo Instituto Adolfo Lutz (1985): gravimetria com emprego de calor, Soxhlet e Kjeldahl, respectivamente. A fração fibra foi determinada pelo método de ASCAR (1985), o qual fundamenta-se no duplo ataque ácido/alcalino da amostra. A fração nifext foi determinada por cálculo de diferença, já que as frações precedentes eram conhecidas. O valor calórico total foi determinado por meio de cálculos, utilizando as concentrações da composição centesimal. Os minerais alumínio, cálcio, ferro, magnésio, potássio, sódio e zinco foram determinados através de um Espectrômetro de Absorção Atômica, modelo SpectrAA 110, Varian.
RESULTADOS:
As médias dos resultados são expressas para cada 100g de amostra íntegra ou ‘in natura’. A polpa da banana madura apresentou 72,11g umidade, 0,61g cinzas, 0,076g lipídeos, 1,962g proteínas, 0,808g fibras e 24,434g carboidratos, num total de 106,268Kcal, 37,43mg Ca, 0,78mg Fe, 34,60mg Na, 220,10mg K, 45,14mg Mg, 0,41mg Zn e 6,89mg Al. A polpa da banana verde apresentou 69,89g umidade, 0,70g cinzas, 0,072g lipídeos, 1,95g proteínas, 1,084g fibras e 26,304g carboidratos, num total de 113,664Kcal, 39,58mg Ca, 1,18mg Fe, 61,78mg Na, 219,66mg K, 48,57mg Mg, 0,53mg Zn e 6,39mg Al. A casca da banana verde apresentou 88,75g umidade, 0,97g cinzas, 0,66g lipídeos, 1,03g proteínas, 1,64g fibras e 6,95g carboidratos, num total de 37,86Kcal, 66,17mg Ca, 1,16mg Fe, 41,86mg Na, 335,06mg K, 22,63mg Mg, 0,84mg Zn e 7,40mg Al. A casca da banana madura apresentou 89,47g umidade, 0,95g cinzas, 0,99g lipídeos, 1,69g proteínas, 1,99g fibras e 4,91g carboidratos, num total de 35,30Kcal, 66,71mg Ca, 1,26mg Fe, 54,27mg Na, 300,92mg K, 29,96mg Mg, 1,00mg Zn e 8,97mg Al.
CONCLUSÕES:
As análises químicas comprovaram a riqueza nutricional da banana sob os mais diversos aspectos. A polpa da banana apresentou os menores valores de conteúdo lipídico, correspondente a 0% do valor diário recomendado (VD), e os maiores teores de proteínas, 4%VD. No entanto, sua casca apresentou os maiores teores de fibras, 7%VD. Sendo assim, a polpa pode ser aproveitada em dietas de redução de peso e a casca para o bom funcionamento da flora intestinal. Os carboidratos destacaram-se na polpa da banana verde, evidenciando a importância da fruta nesse estágio de maturação como fonte de alimento humano através, por exemplo, da biomassa. Dos elementos minerais analisados, o K foi o que apresentou os maiores teores, seguido do Ca e Na. Os menores teores corresponderam ao Zn e Fe. Observou-se que os elementos distribuíram-se de forma semelhante entre a casca e a polpa, não importando o estágio de maturação. Todos os elementos, exceto Mg, apresentaram-se em maiores quantidades na casca. Desta forma, a casca deve ser mais aproveitada nas preparações alimentares, considerado seu valor nutricional.
Palavras-chave:  Banana pacovã; Composição centesimal; Minerais.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005