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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica | ||
AMPLIANDO OS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM | ||
Ana Raquel Pereira Lemos 1, 2 (anaralemos@hotmail.com.br) | ||
(1. Centro de Educação, Universidade Federal de Perambuco, UFPE; 2. Secretaria de Educação, Prefeitura da Cidade do Recife, PCR) | ||
INTRODUÇÃO:
Organizado em sistema de Ciclos de Aprendizagem, o Ensino Fundamental da Rede Municipal do Recife tenta levar em consideração os diversos tempos de aprendizagem dos alunos, baseado nas teorias da aprendizagem construtivista e sócio-interacionista. A partir da avaliação da aprendizagem, que é um elemento intrínseco ao processo educativo, é possível perceber os avanços construídos pelos alunos durante sua vida escolar e, nesta rede municipal de ensino, encaminhar os alunos que ainda não conseguem desenvolver as competências definidas para cada ciclo a espaços denominados “Espaços Ampliados de Aprendizagem”. É sobre esta alternativa complementar à prática docente regular a intenção da nossa pesquisa, onde tivemos como objetivo compreender como estão organizados os Espaços Ampliados de Aprendizagem nas Escolas Municipais do Recife. Este estudo vem para divulgar esses espaços, uma vez que tiveram sua implantação recentemente, portanto são pouco conhecidos e conseqüentemente vivenciados nas escolas da rede. |
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METODOLOGIA:
Para desenvolver o nosso estudo de natureza qualitativa usamos para coletar dados análise de publicações da Secretaria Municipal de Educação a cerca da organização da educação em ciclos; análise do parecer 02/2001 do Conselho Municipal de Educação sobre os ciclos de aprendizagem e a orientação escolar; análise do documento de orientações para o processo avaliativo na organização da aprendizagem em ciclos. Utilizamos também entrevistas do tipo semi-estruturadas realizadas com professores e estagiários envolvidos na organização dos Espaços Ampliados de Aprendizagem. Organizamos as entrevistas de forma que fosse possível conhecer a organização dos Espaços Ampliados de Aprendizagem de no mínimo uma escola por Região Político Administrativa (RPA), abrangendo todas essas regiões. |
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RESULTADOS:
O estudo bibliográfico nos mostrou que os Espaços Ampliados de Aprendizagem estão baseados na concepção de aprendizagem adotada no sistema de ciclos. Seu funcionamento deve acontecer em horário oposto ao das aulas regulares dos alunos, sendo instituídos na própria escola ou em escolas-pólo por RPA. Serão encaminhados a esses espaços os alunos que apresentam necessidades de aprendizagem para experimentar várias formas de aprender através de atividades experimentais. Os profissionais em exercício nesses espaços devem ser professores da rede além de estagiários. Analisando as entrevistas encontramos algumas aproximações e distanciamentos na forma como estão organizados os Espaços Ampliados de Aprendizagem nas escolas em que funcionam. Nas escolas pesquisadas são estagiários os responsáveis por organizar as atividades desses espaços. Muitos estagiários afirmaram se sentir inseguros em trabalhar com a proposta por não a conhecerem e por não terem recebido orientação. Conhecido como “reforço” pela comunidade escolar, os Espaços Ampliados de Aprendizagem funcionam na própria escola em lugares improvisados como o refeitório ou em pequenas salas. Nas escolas em que não se pôde contar com um espaço alternativo o Espaço Ampliado de Aprendizagem funcionou nas férias de janeiro em salas e aula desocupadas. As atividades desenvolvidas são retiradas de livros didáticos e respondidas no caderno. Em algumas escolas são vivenciados momentos de leitura de HQ e praticados jogos educativos. |
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CONCLUSÕES:
Através deste estudo pudemos conhecer a organização dos Espaços Ampliados de Aprendizagem nas Escolas Municipais do Recife e percebemos que existe uma dissociação entre o que é proposto pela Secretaria de Educação e o que é vivenciado nas escolas. Enquanto se orienta que professores da rede e estagiários sejam os responsáveis por planejar e oferecer atividades experimentais aos alunos com dificuldades de aprendizagem, encontramos apenas estagiários com pouco preparo para conduzir essas atividades que, na maioria dos casos, são escolhidas minutos antes do início do trabalho com os alunos. Os lugares onde funcionam os espaços também não são adequados para as atividades que deveriam ser vivenciadas. Reconhecemos que a idéia da Secretaria de Educação em instituir os Espaços Ampliados de Aprendizagem é uma tentativa de incluir o educando no processo de aprendizagem uma vez que procura oferecer alternativas que respeitem sua forma individual de aprender. Mas para que os Espaços Ampliados de Aprendizagem consigam atingir seus objetivos, poderíamos inicialmente ouvir algumas sugestões dadas pelos estagiários, que gostariam que os espaços fossem mais organizados e funcionassem durante todo o ano, em lugares adequados, que tivessem mais tempo para pesquisar e organizar atividades para desenvolver com os alunos, e também momentos reservados para compartilhar com as professoras os avanços dos alunos. |
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Palavras-chave: Educação; Aprendizagem; Inclusão. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |