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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

ANÁLISE DA FORMAÇÃO EM PESQUISA: RESULTADOS DE SEIS CURSOS DE MESTRADO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Ivna Ariane Silva Santos 1 (ivnariane@hotmail.com), Mariane Marques de Souza Santos 1, Gutiere Cardoso de Lima 1, Maria Benedita Lima Pardo 1, Christianne Rocha Gomes 1, Ana Almeida Costa 1 e Ana Paula Azevedo Lima 1

(1. Depto. de Psicologia, Universidade Federal de Sergipe - UFS)

INTRODUÇÃO: A pesquisa é uma das atividades intrínsecas e essenciais à instituição universitária, ao lado do ensino e da extensão (Paiva, 2001). A formação de pesquisadores tem sido um tema freqüente nas discussões relativas à melhoria da qualidade de ensino nas Universidades e, há muitos anos, vem merecendo incentivo por parte das agências de fomento na forma de concessões de bolsas de estudo (Brasil, 1998; Brasil, 1999). A formação em pesquisa poderia e deveria estar se iniciando no curso de graduação. Autores têm se dedicado ao estudo da formação em pesquisa na graduação (Simão, 1996; Dal Ri, 1996). Nesses estudos uma preocupação freqüente se refere a como a experiência em pesquisa desenvolvida no decorrer da Iniciação Científica estaria influindo na formação do pesquisador nos níveis do Mestrado e do Doutorado. Há dois conjuntos de variáveis que deveriam ser levadas em consideração quando se aborda a formação do pesquisador: a bagagem de formação em pesquisa que o pós-graduando traz de seu curso de graduação e as condições que ele encontra para a continuidade de sua formação no curso de pós-graduação. Esta foi a proposta da presente pesquisa, que teve por objetivos: a) analisar, a partir de depoimentos de alunos de cursos de Mestrado da UFS, as características de sua formação em pesquisa na graduação e no decorrer do curso de pós-graduação e levantar as necessidades que esses participantes percebiam para a continuidade de seu processo de formação como pesquisadores .

METODOLOGIA: Participantes - Foram participantes da pesquisa 91 alunos regularmente matriculados nos seguintes cursos de Mestrado da UFS: Educação, Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Nesa), Ciências Sociais, Física, Ciências da Saúde. Procedimento para coleta dos dados - Foi aplicado um questionário que constava das seguintes partes: caracterização dos participantes; análise da formação em pesquisa na graduação; análise da formação em pesquisa na pós-graduação. Procedimento para análise dos dados - Foi feita a tabulação das freqüências de respostas às questões fechadas e análise de conteúdo (Bardin, 1977) e categorização das respostas às questões abertas.

RESULTADOS: A média de idade dos mestrandos foi semelhante à encontrada em pesquisas de âmbito nacional, à exceção do Mestrado em Ciências Saúde (46,9 anos) e Clínica Médica (32 anos). Entretanto o curso que mais se aproximou do esperado pelas agências de fomento foi o de Física (27,6 anos). Em relação à existência de outra ocupação, além do curso de Mestrado, houve alta incidência para todos os cursos (80% ou mais dos alunos), à exceção do curso de Física (56%). Isto pode ser explicado pelo número pequeno de bolsas de estudos, que sempre esteve abaixo do percentual de distribuição a nível nacional (Velloso e Velho, 2001). A maioria desses mestrandos declarou ter tido experiência em pesquisa na graduação. Entretanto, nos outros cursos o percentual de alunos com experiência em pesquisa esteve abaixo de 50%, indicando a necessidade de maior incentivo a essa atividade na graduação. Estes resultados confirmam as sugestões que foram feitas pelos próprios mestrandos para melhorar o treinamento em pesquisa na graduação. Em relação à análise da formação em pesquisa na pós-graduação, apesar da variabilidade das respostas, no cômputo geral as etapas de execução da pesquisa foram avaliadas com maiores percentuais de respostas nas categorias de domínio superior (Muito bom e Excelente) do que as etapas de planejamento da pesquisa. Quanto a sugestões para a melhoria das condições do curso de Mestrado, as mais indicadas estiveram relacionadas às condições materiais e ao processo de ensino-aprendizagem.

CONCLUSÕES: Os resultados desta pesquisa são relevantes porque indicam aspectos qualitativos presentes na formação do pesquisador cuja análise pode gerar iniciativas e procedimentos que viabilizem melhorias nessa formação, que apenas o levantamento de indicadores quantitativos não possibilitariam. Espera-se, na continuidade da mesma, investir no aprofundamento do levantamento e análise dos aspectos da formação nela abordados.

Instituição de fomento: FAP-SE, PIBIC, CNPq, COPES

Palavras-chave:  formação em pesquisa; pesquisa na graduação; pesquisa na pós-graduação.

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005