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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
ANÁLISE DA EROSIVIDADE E FATORES DE CORRELAÇÃO COM A EROSÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE VITORIA DE CONQUISTA - BA
Hilário José Menezes 1 (companheirohilario@bol.com.br), Julia Gabriela Fernandes Gonsalves 1 e André Luiz Dantas Estevam 1
(1. Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB)
INTRODUÇÃO:
O termo erosividade representa o potencial da chuva em provocar erosão, desagregação e transporte de sedimentos, estando a erosão ligada diretamente às características das gotas de chuva, como diâmetro médio, volume e velocidade de queda. A instabilidade morfopedológica observada no perímetro urbano do município de Vitória da Conquista está relacionada à erosividade associada aos processos de pavimentação e desmatamento do solo. O município de Vitória da Conquista localiza-se na Região Sudoeste do estado da Bahia, sob as coordenadas 14o 40 e l5o 30 de latitude Sul e 40o 00 e 40o 10 de longitude Oeste, com altitude de 997 m. A área analisada situa-se em feições de topo do Planalto Sul-Baiano sobre terrenos geológicos constituídos de quartzitos, recobertos por massas detríticas de idade tércio-quaternário. O tipo de clima identificado é Tropical Sub-Úmido com temperatura média anual variando entre 18oC e 26oC e pluviometria média em torno de 771mm, tendo maior concentração de chuva nos meses de Janeiro, Março e Novembro. Quanto às coberturas pedológicas predominantes, observa-se a classe do Latossolo Vermelho Amarelo. O objetivo deste trabalho é elaborar o diagnóstico erosivo da área em estudo, com base no comportamento dos parâmetros de erosividade para a seqüência histórica do período compreendido entre os anos de 1993 a 2003, visando ao controle da erosão urbana.
METODOLOGIA:
Foram adotados os seguintes procedimentos pela equipe de trabalho constituída pelo Prof. Msc. André Luiz Dantas Estevam e orientados do Laboratório de Geoprocessamento da UESB: a) Coleta de dados de chuva na Estação Meteorológica do INMET, localizada no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; b) Análise em mapas Geológicos, Geomorfológicos e Pedológicos do Projeto Radam Brasil (Folha SD 24 Salvador), em escala de 1:1.000.000; c) Aplicação do método de estimativa indireta de Bertone; Lombarde (1990); d) Visitas técnicas à área de estudo.
RESULTADOS:
Após as análises realizadas, verificou-se maior índice de erosividade ao longo dos meses de Janeiro (581,24 MJ/mm ha), Março (886,03 MJ/mm ha), Novembro (812,07 MJ/mm ha) e Dezembro (893,12 MJ/mm ha), período no qual as gotas de chuva golpeiam o solo, desencadeando intenso processo de erosão, a partir de três estágios básicos: desprendimento de partículas no local de impacto; transporte por salpicamento e turbidez das águas de escoamento; processos indutores de remobilização por escoamento laminar das areias, silte e cascalhos, desprendidos das vertentes do topo e vertentes das feições residuais do Planalto Sul Baiano.
CONCLUSÕES:
Constatou-se que os meses de janeiro, março e novembro correspondem aos períodos de alta suscetibilidade do solo aos processos erosivos, face aos elevados índices de erosividade. Neste período, os eventos hidrológicos são marcantes, em função da torrencialidade das chuvas, ressecamento da superfície do solo e à baixa densidade da cobertura vegetal para a retenção da energia cinética. Mediante tais condições, recomenda-se a implementação de medidas preventivas para o controle da erosão urbana, tomando-se como referência as seguintes práticas: a) Implantação de sistema de reflorestamento das vertentes das serras marginais; b) Construção de canais condutores de escoamento para armazenamento em local adequado das águas de enxurrada; c) O traçado das estradas vicinais que recortam as serras marginais deve ser revisto, considerando as curvas de nível. Em função do que foi exposto, nota-se a importância das práticas conservacionistas do solo, pois a utilização indiscriminada, os desmatamentos e a queimada da cobertura vegetal eliminam a biomassa e, como resultado, reduzem as reações químicas heterotróficas da matéria orgânica, o que causa um impacto negativo sobre a estabilização dos agregados do solo.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  erosividade; perímetro urbano; manejo do solo.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005