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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal | ||
PARÂMETROS RUMINAIS EM OVINOS ALIMENTADOS COM RESÍDUOS DE AGRICULTURA E FENO DE COAST CROSS | ||
Arthur Alonso Almeida Souza 1 (arthur_aas@ig.com.br) | ||
(1. Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal, Universidade de Santo Amaro - UNISA) | ||
INTRODUÇÃO:
O pleno conhecimento da relação simbiótica entre o ruminante e os microorganismos do rúmen, consiste num importante fator desencadeador de estudos visando aumentar a produtividade animal. A fermentação no interior do rúmen é um processo onde estão envolvidos a degradação dos carboidratos, com produção concomitante de ATP juntamente com o processo de síntese das células microbianas a partir de precursores de nitrogênio, principalmente o N-amoniacal e outros substratos necessários. Os produtos finais dessa fermentação são utilizados diretamente pelo ruminante como forma de energia, são os ácidos graxos voláteis. A produção de cereais, principalmente se tratando de terceiro mundo, não é satisfatória de maneira a suprir a crescente demanda da população humana. Com isso, o futuro da alimentação de espécies animais que utilizam fundamentalmente grãos de cereais, deve ser reavaliada e atenção especial deve ser dada à habilidade dos animais em utilizarem alimentos alternativos como fonte de energia, não utilizável pelo homem e de baixo custo para o produtor. Foram avaliados parâmetros ruminais (cinética do líquido, valor de pH, N-NH3) de doze ovinos homogêneos em porte e idade, dotados de cânulas de rumem, comparando-se 3 tratamentos: A-Palha da espiga do milho; B-Palha do pé de milho; C-Feno de Coast–Cross, a fim de descobrir a qualidade desses alimentos quando fornecidos para ruminantes em substituição aos alimentos convencionais de custo mais elevado e de consumo humano. |
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METODOLOGIA:
Doze carneiros machos castrados e portadores de cânulas de rúmen prestaram-se para comparar valores de fisiologia ruminal quando submetidos a tratamentos contendo alimentos volumosos como palhas de milho e feno de Coast-Cross. Foram constituídos três tratamentos: A-Palha da espiga do milho, B-Palha do pé de milho, C-Feno de Coast-Cross. Todos receberam mistura concentrada idêntica. Tendo sido os animais previamente adaptados aos tratamentos, amostras de líquido ruminal foram colhidas nos horários seguintes, após a primeira refeição do dia: 1; 3; 6; 12; 24 horas. Imediatamente depois, foi medido o pH ruminal em phmetro portátil VALVASORI (1997), e as amostras foram enviadas ao Laboratório de Nutrição Animal e Bromatologia para análise das concentrações de Nitrogênio Amoniacal (N-NH3). No dia seguinte foi empregado como marcador de fase líquida o PEG (polietilenoglicol peso molecular 4000) que servil para medir valores de cinética dos líquidos ruminais. Para tal fim, 30 gramas de PEG foram introduzidas em cada animal às 8 horas, após um jejum prévio de 12 horas e de alimentos e de água. Amostras de conteúdo ruminal foram colhidas no tempo de 1, 3, 6, 12 e 24 horas da introdução do marcador. Essas amostras foram conduzidas ao laboratório para medir a concentração do indicador nos diferentes tempos após sua introdução. Todos os valores calculados foram submetidos à análise de variância e comparação das médias pelo teste de Tukey (PIMENTEL GOMES; 1985). |
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RESULTADOS:
Valores obtidos: Tratamento A: pH: 6,538; N-NH3: 49,775; Turnover (TP x 24h/100): 4,11; Taxa de Passagem: 6,68%; Vol. Ruminal (PEG/(g/l)): 0,78. Tratamento B: pH: 6,450; N-NH3: 57,324; Turnover (TP x 24h/100): 2,51; Taxa de Passagem: 19,42%; Vol. Ruminal (PEG/(g/l) ): 1,84 Tratamento C: pH: 6,748; N-NH3: 58,674; Turnover (TP x 24h/100): 6,17; Taxa de Passagem: 15,22%; Vol. Ruminal (PEG/(g/l)): 0,41. Os valores de pH do conteúdo ruminal colhido 2 horas após a primeira alimentação, comparados pelo teste de Tukey, mostraram serem superiores para o feno em relação à palha de milho sendo que o pH foi semelhante entre a palha da espiga e o pé do milho e entre a palha da espiga e o feno. Os resultados de pH encontrados para o feno, em relação ao pé de milho podem ser atribuídos a maior ingestão do primeiro (0,450kg/animal/dia) em relação ao segundo (0,300kg/animal/dia), o que contribuiu para maior ensalivação e conseqüentemente pH mais elevado do conteúdo do rúmen, mesmo sendo mantidas mesma proporção volumoso/concentrado para os três tratamentos. Os demais resultados do experimento não apresentaram significância estatística provavelmente devido a alta variação ocorrida nas repetições do tratamento. |
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CONCLUSÕES:
O feno de Coast – Cross, ingerido em maior quantidade que as palhas do milho provocou maior pH do conteúdo ruminal provavelmente por incrementar a produção de saliva durante a ruminação. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Palha de milho; Parâmetros Ruminais; Alimentação Alternativa para Ruminantes. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |