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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
FITO E ZOOPLÂNCTON BIOINDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA DO ESTUÁRIO DO RIO CATU, AQUIRAZ/CEARÁ
Antônio Cícero de Andrade Pereira 1 (cicerobio@hotmail.com), Aldeney Andrade Soares Filho 1, Célia Maria de Souza Sampaio 1, Juliana Petronillio Hernandes 1, Thiago Dias Ferreira 1 e Manoel Paiva de Araújo Neto 1
(1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
As análises dos parâmetros físico-químicos da qualidade da água são de grande importância para o conhecimento das condições de eutrofização do ambiente aquático. No entanto, a avaliação por meio de bioindicadores deverá tornar-se um procedimento fundamental para o manejo e a proteção dos ecossistemas aquáticos, visto que somente essas técnicas biológicas poderão demonstrar se a integridade ambiental está sendo mantida. O indicador máximo e mais eficiente da sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos deve ser a sanidade das comunidades biológicas. Dentro dessas comunidades temos: a planctônica composta pelo fitoplâncton, base da produtividade primária, em geral rico em algas verdes, verde-azuis, diatomáceas e flagelados verdadeiros, sendo em sua grande maioria autotróficos, unicelulares solitários ou coloniais; pelo zooplâncton, elo de ligação entre os produtores e os consumidores superiores, que está subdividido em meroplâncton composto por larvas e ovos planctônicos de membros do benton e do nécton e, holoplâncton que compreende os animais que passam todo o seu ciclo de vida em estado de flutuação e à deriva na coluna d’água. Juntamente com o bacterioplâncton, esses componentes constituem a unidade básica da teia alimentar dos ecossistemas aquáticos. Este trabalho teve por objetivo verificar a presença de organismos do fito e zooplâncton bioindicadores de qualidade da água do Estuário do Rio Catu, Aquiraz/Ceará.
METODOLOGIA:
Coletas mensais foram realizadas no período chuvoso de abril a julho e período seco de agosto a novembro de 2004, na área estuarina do Rio Catu. Na coleta do fito e zooplâncton foi utilizada uma rede com de abertura de malha de 25 μm e diâmetro de boca de 25 cm, sendo filtrados 80 litros d’água. O material coletado foi concentrado para 15 mL, fixado em formol 4%, álcool 70% e solução de Transeau. Na análise das amostras foi utilizado 0,1 mL como subamostra, sendo realizadas 15 observações, em média, e estimada a abundância relativa dos organismos. A identificação foi baseada em bibliografias pertinentes ao assunto, consultas a especialistas na área, bem como em sites da Internet. Para os registros fotográficos foram utilizados um microscópio NLW Labiplan, com diferentes objetivas e uma câmera digital FD-Mavica Sony.
RESULTADOS:
O fitoplâncton foi composto por 35 gêneros, dos quais seis são da Classe Cianophyceae, nove da Chlorophyceae, 17 da Baccillariophyceae, duas da Dinophyceae e uma da Rhodophyceae. A Classe Cianophyceae, apesar de não possuir o maior número de gêneros encontrado nessa pesquisa, foi a que apresentou maior abundância relativa (64,6%). Como organismos bioindicadores foi observada a presença de Anabaena e Microcystis, com florescimentos em junho e julho, respectivamente, além de Chroococcus e Oscillatoria (Cianophyceae), Tetraedron (Chlorophyceae) e Asterionella (Baccillariophyceae). O florescimento de cianofíceas pode acarretar riscos de distúrbios hepáticos, neurológicos, gastrointestinais e reações alérgicas no ser humano, além de causar alterações nas características organolépticas da água, dos animais aquáticos e variações nos parâmetros físico-químicos. O zooplâncton apresentou 19 taxa, com predominância do holoplâncton composto por Oligohymenophorea, Copepoda, Cladocera e Monogononta. Na composição do meroplâncton esteve presente larva de inseto, larva de crustáceo, semente de ostra, ovo do meroplâncton e hidromedusa. A Classe Monogononta foi a mais abundante no período de estudo (40,8%). Os bioindicadores do zooplâncton foram Vorticella (Oligohymenophorea), Brachionus e Filinia (Monogononta).
CONCLUSÕES:
A presença dos bioindicadores do fitoplâncton, como Chroococcus, Microcystis, Oscillatoria, Anabaena, Tetraedron e Asterionella e, do zooplâncton, Vorticella, Brachionus e Filinia, bem como o registro de florescimentos de Microcystis e Anabaena evidenciaram as precárias condições ambientais da zona estuarina do Rio Catu, sejam elas causadas por compostos inorgânicos ou orgânicos que comprometem a qualidade da água estuarina e toda a sua comunidade aquática.
Instituição de fomento: IC - UECE
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  bioindicadores; Estuário; Rio Catu.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005