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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino Profissionalizante
AS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO CEFET/CE APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DO DECRETO N.2.208/97
VERA CARLA FERREIRA LOBO 1 (verauece@yahoo.com.br)
(1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)
INTRODUÇÃO:
A partir das mudanças ocorridas na LDB (Lei n. 9.394/96) e diante das imposições de instituições responsáveis em regulamentar a Educação Profissional, foi implantado nas instituições escolares de ensino médio e profissional, um novo modelo de Educação Profissional a partir do decreto n. 2.208/97. Nosso estudo tentou investigar essas alterações no Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará - CEFET/CE situado em Fortaleza, bem como, perceber de que forma ocorreram essas modificações a nível curricular e pedagógico e os impactos dessa política para a Educação Profissional desenvolvida na referida instituição.
METODOLOGIA:
Para o estudo, investigamos à luz de uma orientação qualitativa, em que procuramos analisar tal problemática com um olhar crítico, tendo como fonte de investigação o estudo de caso de 1 (um) Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET, situado em Fortaleza/CE. Dividimos a investigação em três passos: no primeiro, colhemos o material curricular dos seis cursos técnicos ofertados pelo CEFET/CE (Mecânica, Química, Turismo, Eletroeletrônica, Saúde e Construção Civil) e fizemos uma comparação dos currículos anteriores e posteriores à reforma; no segundo, entrevistamos o corpo docente da instituição (6 pedagogos, 6 coordenadores técnicos e 6 professores), um de cada área técnica; no terceiro, entrevistamos 6 alunos/egressos dos cursos técnicos de nível médio, sendo priorizados os alunos do último ano de formação.
RESULTADOS:
Fazendo uma análise dos dados coletados, constatamos que o CEFET/CE reformulou o seu projeto pedagógico, organizando os currículos de acordo com o perfil profissional requerido atualmente, dentro de três eixos básicos: competências, habilidades e bases tecnológicas. Desenvolveu novas formas de organização curricular, utilizando estratégias que incorporassem os conhecimentos adquiridos na prática da formação, voltados para a resolução de problemas, a comunicação e a iniciativa - em conformidade com o conceito de competência. No processo de implantação dessa nova política, os profissionais não foram preparados de forma a estarem aptos para a imediata implantação dessas mudanças, tendo em vista os poucos recursos destinados a esse fim, junta-se a isso o receio dos egressos para as mudanças curriculares, temendo uma baixa aceitação das empresas.
CONCLUSÕES:
Identificamos que, para o CEFET/CE implantar essas mudanças curriculares, teve que separar a formação geral (propedêutica) da profissional (técnica), formatando os cursos com saídas modulares e laterais, com certificação para o aluno a partir do primeiro ano de formação. A forma como foi conduzida essa reforma com base nos instrumentos jurídicos como o decreto n. 2.208/97 e na portaria n. 646/97 foi autoritária, o que gerou resistência e insatisfação aos atores diretamente envolvidos. Diagnosticamos, a partir daí, um duplo movimento: de um lado, a preocupação do corpo docente em manter uma formação ampla que desenvolva capacidades e potencialidades que consigam desenvolver o homem cidadão, e, de outro modo, aproximar cada vez mais a formação para o mercado de trabalho.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Educação Profissional; Reforma do ensino médio; Educação.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005