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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
PRODUÇÃO E RENDA BRUTA DE CEBOLINHA E DE COENTRO, EM CULTIVO SOLTEIRO E CONSORCIADO
Fábio Benedito Ono 3 (onofabio@bol.com.br), Maria do Carmo Vieira 1, Néstor Antonio Heredia Zárate 1, João Dimas Graciano 2 e Cleila Marcondes de Souza 4
(1. Depto. de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS; 2. Depto. de Ciências Agrárias, Curso de Doutorado em Fitotecnia - UFMS; 3. Depto. de Ciências Agrárias, Curso de Agronomia - UFMS; 4. Depto. de Ciências Agrárias, Curso de Ciências Biológicas - UFMS)
INTRODUÇÃO:
A associação/consorciação de culturas é um sistema de cultivo utilizado há séculos pelos agricultores e é praticado amplamente nas regiões tropicais, sobretudo por pequenos agricultores, que, ao utilizarem nível tecnológico mais baixo, procuram maximizar os lucros, buscando melhor aproveitamento dos insumos e da mão-de-obra, geralmente da própria família, em capinas, aplicações de defensivos e outros tratos culturais. A cebolinha comum (Allium fistulosum), é condimento, muito apreciado pela população e cultivada em muitos lares brasileiros. As cultivares mais conhecidas são Todo Ano, Futonegui e Hossonegui. A colheita da cebolinha inicia-se entre 55 e 60 dias após o plantio ou entre 85 e 100 dias após a semeadura. O rebrotamento é aproveitado para novos cortes, podendo um cultivo ser explorado por dois a três anos. O coentro (Coriandrum sativum) é uma hortaliça-condimento. As cultivares mais utilizadas são Tipo Português e Verde Cheiroso. A colheita ocorre cerca de 60 dias após a semeadura, quando as plantas atingirem de 0,10 a 0,15 m de altura ou deixando-as crescer até alcançarem 0,50 a 0,60 m, para retirar somente alguns ramos. As folhas são atadas em molhos, e assim comercializadas. As sementes secas são empregadas como condimento. O presente trabalho teve como objetivo determinar a produtividade e o retorno econômico da cebolinha e do coentro, com três e quatro linhas de plantas por canteiro, conduzidos em cultivo solteiro e consorciado.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Dourados-MS, entre 13 de julho a 15 de setembro de 2004, em Latossolo Vermelho distroférrico, de textura argilosa, com as seguintes características químicas: 5,5 de pH em CaCl2; 34,0g dm-3 de M.O; 36,0 mg dm-3 de P; 6,6; 56,0 e 22,6 mmolc dm-3 de K, Ca e Mg, respectivamente. Foram estudados a cebolinha ‘Todo Ano’ e o coentro ‘Tipo Português’, em cultivo solteiro, com três (Ce3 e Co3) e quatro (Ce4 e Co4) linhas por canteiro, e consorciado, arranjados no delineamento experimental de blocos casualizados, com seis repetições. A propagação da cebolinha foi por mudas e a do coentro por sementes. As irrigações foram feitas por aspersão, com turnos de rega a cada dois dias. O controle das plantas infestantes foi feito com auxílio de enxadas nas entrelinhas e com arranquio manual dentro das linhas. A colheita foi feita aos 63 dias após o início da propagação, cortando-se as touceiras das plantas cebolinha rente ao solo e do coentro, imediatamente acima das brotações novas. Foram avaliadas as alturas das plantas e as produções de massas frescas. As médias foram testadas pelo teste F, a 5% de probabilidades. O consórcio foi avaliado utilizando a expressão da razão de área equivalente (RAE). A validação do consórcio foi realizada mediante a determinação da renda bruta, por cultivo e total, para o produtor.
RESULTADOS:
A altura das plantas e a massa fresca da cebolinha foram influenciadas significativamente pelo arranjo de plantas e no coentro pela interação arranjo de plantas e número de linhas no canteiro. As plantas da cebolinha e do coentro, tanto em cultivo solteiro como no consorciado, mostraram capacidade produtiva diferente, com média de 1,01 t ha-1 para cebolinha e 3,86 t ha-1 para coentro. A massa fresca-MF das plantas de cebolinha sob cultivo solteiro teve aumento significativo de 0,64 t ha-1 (92,75%) em relação àquela sob consórcio (0,69 t ha-1). No coentro, a MF no Co4 teve aumento significativo de 1,43 t ha-1 (41,21%) em relação à produção sob três linhas (3,47 t ha-1). No cultivo consorciado, as produções foram significativamente semelhantes. As RAEs para os consórcios foram superiores em 21% (Ce3Co4) e 56% (Ce4Co3) em relação às dos cultivos solteiros. Para o produtor de cebolinha foram economicamente viáveis os dois consórcios, mas o Ce4Co3 induziria o maior ganho por hectare (R$ 3243,30), em relação ao melhor arranjo de plantas dentro do cultivo solteiro, no caso o Ce4 (R$ 5982,75). Para o produtor de coentro, o consórcio Ce4Co3 foi o melhor porque induziria ganho por hectare de R$ 777,77, em relação ao melhor arranjo de plantas dentro do cultivo solteiro, no caso o Co4 (R$ 8448,28).
CONCLUSÕES:
Pelos resultados obtidos, concluiu-se que o consórcio da cebolinha e do coentro é viável. Considerando a renda bruta, o consórcio cebolinha com quatro linhas e coentro com três linhas deve ser recomendado.
Instituição de fomento: CNPq, CAPES, FUNDECT-MS
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Hortaliças condimentares; Associação de culturas; Rentabilidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005